Petistas avaliam pedido de nova eleição como "golpe"

Para o presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, Marina Silva é "obcecada" pela Presidência da República

por Giselly Santos ter, 05/04/2016 - 13:49

A proposta de uma nova eleição para Presidência da República defendida pelo Rede Sustentabilidade e alguns políticos, tanto de oposição quanto da base governista, está sendo avaliada por petistas como “uma nova versão do golpe”. Para o presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, a campanha lançada por Marina Silva (Rede), nesta terça-feira (5), é o reflexo da “obsessão” da ex-senadora pelo Palácio do Planalto.

“É um novo formato de adulteração do Estado de Direito. [A proposta] é uma alteração completa das regras. Marina Silva é obcecada para ser presidente”, analisou o dirigente pernambucano. “Há um ano e meio a presidente que ganhou com uma folga grande nas urnas vem tendo o governo obstruído pela agenda de quem perdeu a eleição. Primeiro o PSDB e Eduardo Cunha com o TSE, pedindo a cassação da chapa, depois vem o processo de impeachment e agora este pedido de novas eleições. O país não pode ficar a reboque de quem perdeu”, acrescentou. 

Sob a ótica de Ribeiro, o processo de impeachment é o retorno das eleições indiretas. “O impeachment nada mais é do que a eleição indireta. O congresso elege Temer presidente e Eduardo Cunha vice. Políticos de péssima qualidade”, cravou. Segundo ele, se o pedido de uma nova eleição presidencial este ano tiver sucesso “o país nunca mais vai ser libertado”. 

“Nunca mais teremos eleições diretas, porque ganhando um determinado candidato e de repente ele fica desgastado, daqui a dois anos eles querem uma eleição de novo. O presidencialismo tem regras que devem ser cumpridas”, destacou.

Corroborando o aliado, o superintendente da Sudene e ex-prefeito do Recife, João Paulo, disse que “nova eleição é golpe” e desrespeita a decisão do povo tomada em 2014. “Queremos preservar a Constituição. O PT não defende isso de jeito nenhum. O que queremos mesmo é que a oposição deixe Dilma governar em paz”, disparou. 

Seguindo a mesma linha, a deputada estadual e vice-presidente da legenda em Pernambuco, Teresa Leitão, observou que a campanha do partido de Marina Silva reflete mais o desejo de inserir a ex-senadora na cena do debate político nacional. “Ela fica o tempo todo escondida, não se posicionou nem sobre aquele desastre ambiental em Mariana, e agora para ela entrar na cena a Rede encabeça esta campanha. Marina está um pouco desconectada com o processo e o momento. Ficou muito tempo sem dar um pio e agora vem com essa”, criticou. 

Teresa Leitão defendeu ainda que se fosse viável realizar uma nova eleição presidencial seria necessário que o pleito fosse geral, fazendo assim com que os eleitores escolhessem novos deputados federais e senadores. 

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