Será um voto em favor de Aécio, diz Humberto sobre relator

Suplente da comissão especial do impeachment, o petista afirmou que a participação direta do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) tira a “total legitimidade” da tramitação do pedido e gera mais um “grave vício”

por Giselly Santos qua, 27/04/2016 - 11:30

Líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT) criticou a escolha do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) para relatar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa. Suplente do colegiado, o petista afirmou que a participação direta do tucano tira a “total legitimidade” da tramitação do pedido e gera mais um “grave vício”. 

“O PSDB acusa e ele mesmo fará juízo de valor sobre a acusada. Isso é um erro que rasga todos os princípios básicos do Direito. Não houve qualquer pudor ou o mínimo de zelo pela isenção e pela imparcialidade nesse caso”, disparou o líder. Para o pernambucano, o pedido de impeachment é “uma aberração jurídica que foi recepcionado pelo desavergonhado presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”. 

Apesar da discordância, o petista ressaltou que não há qualquer veto pessoal ao nome de Anastasia, “cujo saber jurídico é amplamente reconhecido”. Para o líder do Governo, o que há é a imoralidade de o ex-vice-governador de Aécio Neves em Minas Gerais, derrotado nas eleições presidenciais de 2014, conduzir um relatório do qual seu ex-chefe e o seu partido são partes diretamente interessadas.

 “O voto do senador Anastasia na comissão do impeachment será o mesmo que ele deu nas eleições de 2014: contra Dilma e em favor de Aécio”, observou. Na votação dessa terça-feira (26), Humberto chegou a sugerir outros nomes, segundo ele com mais consenso, para relatar o processo na comissão do impeachment, mas não obteve sucesso. 

Mesmo com a primeira derrota no colegiado, o senador disse acreditar que a base governista vai conseguir reverter alguns votos para “enterrar esse golpe" contra a presidente. “Não daremos trégua aos atropelos e aos desrespeitos para beneficiar aqueles que querem calcinar a lei para a satisfação de seus caprichos. Estaremos vigilantes para garantir a ordem constitucional e assegurar que, no final desse processo torpe, vença a democracia”, disse.

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