Anastasia quer reduzir tempo para julgar Dilma pela metade
No cronograma apresentado pelo tucano, a votação do relatório aconteceria no dia 27 de julho. Discussão e votação do calendário foi adiada para 2 de junho
A comissão especial do impeachment no Senado inicia, nesta quarta-feira (25), a discussão sobre o calendário de trabalhos da segunda etapa do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff (PT). A proposta foi apresentada pelo relator Antônio Anastasia (PSDB-MG) e, após vista coletiva concedida pelo presidente Raimundo Lira (PMDB-PB), a votação foi adiada para o próximo dia 2 de junho. O pedido de vistas foi apresentado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT).
O cronograma estipulado pelo tucano reduz de pela metade – de 180 para 90 dias – o período para a análise das provas contra a petista, as diligências e debates entre a acusação e a defesa, além da audiência de testemunhas e da exposição final da defesa. E a votação do relatório seria em 27 de julho.
Com a admissibilidade do processo, aprovada no último dia 12, o colegiado se transforma numa "comissão processante" e apesar de continuar sendo presidido pelo senador Raimundo Lira caberá ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, coordenar as atividades.
Com o calendário mais flexível e o tempo máximo de 180 dias - para o fim do afastamento - , a celeridade dos trabalhos foi condenada, inclusive, por senadores a favor do impeachment da petista. “Não devemos ter pressa. Temos até 17 de novembro para votar o final do afastamento da presidente da República e com isso a sociedade vai poder se inteirar mais. Vamos poder mostrar todos os esqueletos que o PT produziu todos esses anos e o quanto lapidaram a área da saúde, vamos poder buscar um quadro real do desemprego... Não queremos que isso tenha celeridade, mas um prazo bem alongado para discutir o assunto. Precisamos trazer a realidade”, defendeu o senador Ronaldo Caiado (DEM).
Já no início da sessão o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou questão de ordem pedindo que o calendário da Comissão do Impeachment seja fixado após o recebimento da defesa prévia da presidente Dilma Rousseff, até 1º de junho. “Todos nós temos que estar imbuídos de assegurar o direito de defesa da presidente”, concordou o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).
Veja o cronograma: