João da Costa também quer entrar na disputa pela PCR

Com a pré-candidatura de João Paulo abençoada pela executiva nacional da sigla e até mesmo pelo ex-presidente Lula, Costa também se coloca como alternativa para sair encabeçando a chapa petista

por Thabata Alves sex, 10/06/2016 - 18:13

O ex-prefeito do Recife João da Costa (PT) chegou a ser rifado em 2012 na disputa para pleitear à reeleição e o degaste causou sérias consequências para o partido na capital pernambucana. No entanto, a rivalidade entre ele e o também ex-prefeito João Paulo, que parecia de certo modo superada, volta à tona. Isto porque, os dois almejam sair candidatos na disputa pela PCR este ano.

Com a pré-candidatura de João Paulo abençoada pela executiva nacional da sigla e até mesmo pelo ex-presidente Lula, João da Costa também se coloca como alternativa para sair encabeçando a chapa petista. Ao contrário de João Paulo, a benção a pré-candidatura de João da Costa vem da executiva do Recife, do presidente Oscar Barreto.

Ao participar do ato contra o impeachment de Dilma e pela saída de Michel Temer do governo, João da Costa confirmou que tem andado pelas ruas da cidade e ouvido as pessoas, além de usar o Facebook para dialogar sobre sua gestão.   

“Nós achamos fundamental agora fazer um balanço dos nossos quatro anos de governo. Eu não pude ser candidato, por problemas no PT, há anos. Então não tive espaço para fazer um balanço e onde eu tenho andado hoje a população tem comparado meu governo com o atual. Eu vejo os candidatos (sic) de outros partidos usando as obras que eu deixei, programas que eu fiz para comparar com a atual gestão. Por isso eu acho que é momento de a gente dialogar com a população, mostrar o que nós fizemos há quatro anos.

O ex-prefeito pontuou que sua gestão tinha como base o diálogo. “Nosso modo de governar o Recife foi dialogando com o povo, através do orçamento participativo, praticando democracia e todas ações e obras muito importantes que a gente quer lembrar a população”, defendeu.

A respeito da conversa que teve com o senador Humberto Costa (PT) hoje na Praça do Derby, durante a manifestação, ele foi direto e rememorou a disputa interna de 2012: “Nós estamos conversando para buscar um espaço de diálogo interno no PT e se seria possível construir uma unidade. O PT teve um problema muito sério em 2012, que deixou marcas, ainda tem feridas abertas e a gente tem a responsabilidade no momento em que estamos vivendo (no país) de procurar construir a unidade política no partido. O senador Humberto Costa é um ator fundamental para isso e nós estamos conversando no sentido de garantir o diálogo e construir a unidade, pois é o único meio de dialogar com a população”.

Segundo João da Costa o partido está definindo quem será o candidato à Prefeitura do Recife e também afirmou que está sendo avaliada a possibilidade dele sair como candidato a vereador. Ele descartou a possibilidade de uma chapa pura e avaliou que o PT precisa procurar construir novas alianças. “As opções que forem colocadas temos que fazer alianças, nós temos aliados, essa aliança existe na sociedade e está lutando contra o golpe na praça do Derby”, frisou.

A respeito de sua relação com João Paulo e de vir a apoiá-lo, caso seja o escolhido para pleitear à PCR, ele foi enfático: “Nós vamos construir as possibilidades políticas para isso, pois não é só uma responsabilidade minha, são dos outros, eu espero que ela aconteça. Eu não posso colocar uma diferença que eu tenha com João Paulo acima dessas questões que são mais graves para o povo”, disse.

Ato contra impeachment 

Numa análise da situação política no âmbito nacional, João da Costa destacou que “Houve muitas mudanças e fatos que estão mudando a percepção do povo, da população sobre o impeachment, o ‘golpe’ que aconteceu com a presidenta Dilma. Muitas pessoas se manifestaram a favor do impeachment porque achavam que isso era uma ação contra a corrupção, está claro hoje que esta ação teve como objetivo de muitos que patrocinaram o golpe em abafar a operação Lava Jato. Então essa percepção a população já tem”.

Além de defender a presidente afastada, o ex-prefeito fez questão de atacar a gestão do presidente interino e suas decisões frente à Presidência da República. “Transcorrido um mês do governo Temer, a população já viu que é uma gestão que não está oferecendo alternativas para resolver o problema do desemprego, o problema da crise na saúde. Pelo contrário, o presidente interino Temer tem sinalizado um corte de recursos na saúde, na educação, reforma na previdência para que o brasileiro tenha a idade mínima para se aposentar aos 65 anos. Então nós achamos que tudo isso tem mudado a percepção da população. Agora nós temos uma chance de preservar a democracia”.

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