Paulo Câmara: 'confio no trabalho da Polícia Civil'
Governador disse que normalmente quando acontece a federalização de um caso local o resultado das investigações é o mesmo já colocado pela Polícia Civil
Os questionamentos diante da apuração da morte de Paulo César Morato, empresário considerado “testa de ferro” da organização criminosa que teria comprado o avião utilizado por Eduardo Campos em 2014, foram amenizados pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (28), após o lançamento do Programa Educação Integrada, o socialista disse que “como todo pernambucano” aguarda o esclarecimento do caso e pontuou que a Polícia Civil tem seguido os trâmites previstos para investigações deste tipo.
“Confiamos no trabalho que a Polícia Civil está fazendo e tem sido acompanhado pela Polícia Federal. Espero que, ao longo desta semana, sejam respondidas as dúvidas. Em toda federalização que houve aqui no estado, no final das investigações, se verificou a mesma resposta da Polícia Civil”, observou Câmara ao mencionar o pedido feito pela bancada de oposição na Alepe a Procuradoria Geral da República (PGR) para federalizar o caso.
A dúvida principal diante da apuração é quanto à atividade pericial do local em que o corpo foi encontrado na quarta-feira (22). O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) denunciou nessa segunda (27) ao Ministério Público (MP) uma tentativa de obstrução nas atividades periciais. A Secretaria de Defesa Social (SDS), entretanto, afirmou que não houve cerceamento de apurações, mas reconheceu ter errado na comunicação dos procedimentos padrões.
“Há um protocolo que precisa ser seguido, e, ao fim da investigação, eu espero que saia um resultado conclusivo e que não deixe dúvidas”, destacou o governador.
Denúncia de superfaturamento
Paulo Câmara também comentou a respeito das denúncias feitas pelos cantores André Rio e Cezzinha de que há um suposto esquema de superfaturamento em contratos de shows de artistas pernambucanos por parte do governo. O governador disse que conhecia a “idoneidade” dos gestores da Fundarpe e da Empetur, ambas ligadas à secretaria de Turismo e Cultura. O assunto está sendo investigado pela Polícia Civil, o Ministério Público de Pernambuco e o Tribunal de Contas.
“Vamos apurar qualquer fato. Queremos apurar isso. Já fui secretário de Turismo e sei bem do esforço que tem que ser feito para darmos transparência aos procedimentos. Pernambuco é um estado que tem uma cultura muito forte. Temos que apurar tudo. Agora conheço a idoneidade dos gestores destes órgãos, tenho certeza que tudo será esclarecido. De maneira nenhuma vamos aceitar qualquer ato incorreto”, frisou o governador, lembrando que nos últimos dias recebeu “um reconhecimento da classe artística”.