As celebridades e subcelebridades do palco eleitoral

Num cenário menos polêmico, ainda é grande o número de "famosos" e "subcelebridades" que buscam uma vaga na disputa eleitoral

por Taciana Carvalho sab, 06/08/2016 - 08:00

Em 2010, um fato inusitado marcou as eleições da época. O candidato Francisco Everardo Oliveira, mas conhecido como Tiririca, obteve a segunda maior votação da história para deputado federal no Brasil. O humorista Tiririca só ficou atrás de Enéas Ferreira Carneiro, falecido em 2007, presidente do extinto Prona e detentor dos votos de 1.573.112 eleitores para deputado federal no pleito de 2002.

Tiririca chamou a atenção pelo usou de jargões irônicos como “Pior do que está não fica”, “O que é que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei, mas vote em mim que eu te conto” e caiu no gosto dos eleitores cansados com uma onda de corrupção que começava a se alastrar no país. A candidatura de Tiririca abriu caminho para o início de uma onda de candidaturas de “celebridades” e de “subcelebridades” na política como foi o caso do ex-jogador de futebol Romário, que também foi eleito em 2010 com a sexta maior votação do país. Sérgio Reis, Bebeto, Leci Brandão e o deputado federal Jean Wyllys, ex- BBB são outras celebridades que conseguiram ingressar na política. O ex-BBB pernambucano Daniel Rolim, em 2014, se candidatou a uma vaga na Assembleia Legislativa do estado pelo PSDB e conseguiu uma votação quase que inexpressiva de 0,04%. 

O ex-jogador Nildo, conhecido pela sua atuação por mais de quinze anos em grandes times estaduais como o Sport e Santa Cruz, diz que ser conhecido ajuda, porém não é o suficiente. Nildo é pré-candidato a vereador em Jaboatão dos Guararapes pelo PHS. “Sei que ser famoso, não sei se é bem esse termo, me favorece, porém não é tudo. Eu mostro nas comunidades que eu tenho um projeto sério. Não é apenas ser conhecido e ter carisma, é preciso ter propostas, interação com o povo, apontar novos caminhos. Não é só ser conhecido, não é bem assim”, afirmou. 

Mais do que ser conhecido, Nildo diz que tem uma forte ferramenta ao seu favor e que não liga para o preconceito. “Tenho o esporte como um dos meus projetos, que é um aliado no combate ao alcoolismo e às drogas. Também não me incomodo para as críticas de quem fala que eu era jogador e agora quero ser político. Na última eleição, não consegui uma vaga na Câmara por apenas 360 votos, ou seja, é a prova de que estou no caminho certo. Não ligo para o que a minoria diz. Quem me conhece, muda de opinião e isso basta para mim”, disse. 

Mais do que um rosto bonito

Há outros pré-candidatos que chamam a atenção pelo perfil jovem e pela beleza. A pernambucana Cecília Tenório, que irá pleitear uma vaga na Câmara Municipal de Olinda, é uma delas. Cecília diz que é mais do que um rosto bonito. “Eu levo a política com seriedade e sou mais do que isso. Há muitos machistas que acham que mulher tem que estar atrás do tanque. Não busco a fama, busco ser reconhecida”, ressaltou.

A pré-candidata disse que quer acabar com os estereótipos que sua bela imagem causa. “Sou formada em administração e estudo odontologia e muito mais do que isso eu estou com o povo. Vou porta a porta e, se for preciso, eu desço do salto. Não sou apensa um rosto bonito e uma bolsa ao lado. Sou uma mulher humilde e me candidatei por amor à política e, principalmente, por Olinda. Quero ser respeitada e o povo olindense também’, frisou Tenório. 

Campanha na TV

Vale lembrar que, para as eleições de 2016, as campanhas em TV poderão ser utilizadas apenas por candidatos a prefeito, além disso, com a Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015 que alterou a Lei nº 9.504/97), o período da propaganda foi reduzido de 45 para 35 dias. A propaganda televisiva inicia no dia 26 de agosto.

O último dia de propaganda no primeiro turno será 29 de setembro. No rádio, a propaganda será transmitida das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Na televisão, os candidatos vão se apresentar das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40.

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