Senadores votam PEC do teto em primeiro turno

Nos discursos, os parlamentares apresentaram suas defesas e outros também atacaram a matéria

por Thabata Alves ter, 29/11/2016 - 19:12
Jefferson Rudy/Agência Senado Humberto avaliou que a proposta prejudica a população brasileira, especialmente, os mais pobres Jefferson Rudy/Agência Senado

O senado federal iniciou a votação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, no final da tarde desta terça-feira (29). Os senadores discursaram defendendo e atacando à aprovação da matéria que, se aprovada, limitará os gastos públicos durante 20 anos. Alguns parlamentares também fizeram críticas ao impedimento dos estudantes, representantes de movimentos sociais e professores que protestam contra a PEC do teto de terem acesso às galerias do plenário da Casa. 

Votando a favor da matéria, Ataídes Oliveira PSDB- TO, disse que o impeachment de Dilma Rousseff e a PEC do teto marcam positivamente o ano de 2016.  “O presidente Temer não tinha outra coisa a fazer a não ser colocar para votação a PEC dos gastos públicos”. “A não aprovação dessa PEC vai, sim, tirar dinheiro da saúde e da educação”, defendeu o senador tucano. 

Além de enaltecer a votação da PEC, o parlamentar atacou às gestões petistas de Dilma e Lula, destacando a dívida pública deixada pela ex-presidente e a verba enviada para países vizinhos. “O estrago que o governo do PT fez na nossa economia vai demandar anos para que o país se reestruture. Eles fizeram estragos na nossa economia e não querem que a PEC seja aprovada”, disparou. “Gastaram demais e gastaram erradamente. Não tiveram sabedoria para gastar o dinheiro do povo”, completou. 

Em defesa do legado deixado por Dilma, Humberto Costa PT-PE, ao iniciar seu discurso, o petista protestou pela não liberação da entrada das pessoas da sociedade civil que são contra a PEC 55. Segundo ele, impedir que as pessoas fiquem nas galerias da Casa é desrespeito com a opinião dos manifestantes e fere a democracia. “Já deixaram, em outras ocasiões, pessoas entrarem aqui para jogar dinheiro de papel em nós senadores e desta vez ninguém pode entrar”, rememorou. 

Em relação a PEC, o senador Humberto avaliou que a proposta prejudica a população brasileira, especialmente, os mais pobres. “Esse é uma ajuste capenga, é preciso trabalhar as despesas e as receitas. Mas opção feita está escolhendo os mais pobres para pagar os ajustes que estão sendo impostos”, frisou. O parlamentar ainda disse que a medida, se aprovada, será prejudicial para as áreas da saúde e educação. “É lamentável ouvir aqui as pessoas dizerem que vai crescer o percentual de recursos para saúde ou para educação. O povo não é bobo, apenas o povo só vai sentir a partir do momento em que essa proposta estiver vigendo e vamos ver o sofrimento em áreas como a habitação, a assistência social e segurança pública”, disse ao enaltecer as gestões de Lula e Dilma por investir nas duas áreas e estabelecer um percentual de investimentos para a saúde. 

Dizendo não a PEC do teto, a senadora Fátima Bezerra PT-RN afirmou que lamentava as galerias estarem interditadas para o público. “As pessoas querem requerer seus direitos, que esse governo golpista está cerceando. Elas não fizeram nada e foram impedidas de entrar na Casa. Elas estão aqui para lutar por seus direitos”. 

 

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