Deputada diz que crise política está se agravando

Luciana Santos (PCdoB) também disse que no País se “arruma saídas políticas” e que devem se "acentuar" as crises políticas e institucionais

por Taciana Carvalho sab, 07/01/2017 - 19:47
Taciana Carvalho/LeiaJáImagens Luciana Santos participou de um encontro entre deputados nessa sexta (6) Taciana Carvalho/LeiaJáImagens

“A crise política não terminou, ao contrário, ela está se agravando. A crise institucional mais ainda e a tendência é se acentuar”. A declaração foi feita pela deputada federal Luciana Santos (PCdoB), durante entrevista à imprensa, no final do encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), nessa sexta-feira (6), no Recife. 

“Basta ver os últimos momentos de Cármen Lúcia [presidente do STF] com a Câmara dos Deputados e com o Senado. O Senado e o Supremo viveram momentos que só a história, marcha à frente, vai dar dimensão do que vivemos, mas nós vivemos uma situação em que o Supremo decide uma coisa, o presidente do Senado disse que só cumpriria se fosse com o Pleno e acabou que se arrumou uma saída política”, disse. 

A deputada e ex-candidata a prefeita de Olinda se referiu ao episódio em que a Mesa Diretoria, no início de dezembro, decidiu descumprir liminar para afastar o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB), e aguardar plenário do STF. Na época, o ministro do STF Marco Aurélio Mello pediu o afastamento do peemedebista do comando do Senado. 

Luciana Santos afirmou que esses acontecimentos representam uma distorção. “O que a gente não pode é rasgar uma grande conquista civilizacional, que foi garantir um equilíbrio do sistema do poder. A gente vive uma crise entre uso das instituições que fazem parte do estado brasileiro. Isso não pode permanecer. É uma distorção”.

Questionada se a sua presença no almoço seria um possível apoio à candidatura de Maia, ela afirmou que não, necessariamente, as circunstâncias políticas definirão tudo. “A gente vive num impasse no Brasil, porque a gente pode ter um candidato do Centrão que, muitas vezes, nem identidade ideológica e nem política tem. Estão num plano raso da política que é só do interesse de A ou B. Aí, eu acho que nós precisamos ter um candidato que fortaleça a instituição Câmara Federal e ele [Maia] consegue fazer isso. Ele fez isso num período muito curto”. “Nós já caminhamos com Maia no segundo turno na eleição passada. É porque eu acho que a gente vive para além da disputa no plano político, a gente vive uma crise institucional e isso significa firmar força dos poderes e Rodrigo deu demonstração que tem disposição de firmar a importância desse equilíbrio do sistema de poder do país”, acrescentou.

Sobre a reunião, a parlamentar contou que um dos temas discutidos foi a instabilidade no país e financiamentos de campanha. “Que limite a contribuição física, principalmente, do candidato porque o candidato ele não tem limite da contribuição. Só existe limite para pessoa física que financie a campanha do candidato, mas, o próprio não tem limite”. Santos também afirmou que o PCdoB irá se reunir, no próximo dia 17 de janeiro, para definir quem será o candidato na eleição da Câmara, que ocorre no dia 2 de fevereiro. 

 

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