Parlamentares saem em defesa de líder do MTST preso em SP

O senador Humberto Costa disse que a prisão de Guilherme Boulos é um retrato “mais uma vez a violência da polícia tucana de São Paulo e do descompromisso que há com os movimentos sociais”

por Giselly Santos ter, 17/01/2017 - 13:18

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi preso, na manhã desta terça-feira (17), durante a reintegração de posse da ocupação Colonial, localizada em um terreno na zona leste da capital paulista, onde moravam 700 famílias. Boulos foi detido, segundo a Polícia Militar, por descumprimento de decisão judicial e incitação ao crime. O senador Humberto Costa (PT) e o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) saíram em defesa do líder do MTST, repudiando a ação policial. 

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o líder do PT no Senado disse que a prisão é um retrato “mais uma vez a violência da polícia tucana de São Paulo e do descompromisso que há com os movimentos sociais”. “Lutar não é crime, mas exercitar o direito que temos garantido pela legislação”, ponderou, pedindo a “libertação imediata” do representante do MTST. 

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Corroborando, Orlando Silva considerou a atitude uma “arbitrariedade”.  “Novamente vemos uma tentativa clara de criminalização de um movimento social e de sua liderança por parte do Estado. O governo Alckmin pratica cenas de violência lamentáveis contra uma população pobre e vulnerável e joga nas ruas 700 famílias em uma demonstração de total insensibilidade”, cravou. “Não aceitaremos calados. Governos democráticos têm por princípio dialogar e entender os movimentos e suas demandas e não tentar eliminá-los”, acrescentou. 

Integrantes do movimento também disseram que o advogado dos moradores também foi levado para a delegacia, mas a Secretaria da Segurança Pública ainda confirmou a informação. Em nota, o MTST considerou a prisão “um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito. Neste momento, o companheiro Guilherme está detido no 49ª DP de São Mateus. Não aceitaremos calados que além de massacrem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda querem prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-los”. 

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