Humberto: governo fez 'negociata escandalosa' por reforma

Segundo o senador, deputados da base governista venderam o voto a favor da reforma da Previdência por verbas, emendas e cargos na administração federal

por Giselly Santos qui, 04/05/2017 - 16:13

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) acusou os deputados federais da base governista de venderem os seus votos e se posicionarem a favor do texto da reforma da Previdência após, o que ele chamou, de uma “negociata escandalosa” de verbas, emendas e cargos com o governo de Michel Temer (PMDB). 

“Os que não quiseram vender os seus votos estão sendo punidos com a exoneração de aliados e bloqueio de emendas parlamentares. O Palácio do Planalto transformou o Congresso Nacional num banco de feira, onde os direitos dos brasileiros são trocados por vantagens oferecidas a deputados”, afirmou Humberto, nesta quinta-feira (4). 

O texto-base da proposta que atualiza as regras previdenciárias foi aprovado, nessa quarta (3), na comissão especial por 23 votos a 14. Já os destaques devem ser apreciados na próxima terça (9).

O resultado, segundo Humberto Costa, também “é enganoso”, porque vários parlamentares foram substituídos para que a matéria passasse na comissão especial. “Os outros foram convencidos a mudar de posição, sendo que muitos foram ‘corajosos’ em vender os seus votos. Isso porque, nesses tempos atuais, praticar explicitamente a venda de votos e se submeter à pressão do governo são fatos que precisam de muita coragem”, disparou. 

Na avaliação do líder, o governo não conseguirá os 308 votos necessários no Plenário da Câmara para aprovar a matéria. “A reforma é injusta e tem único objetivo de jogar nas costas dos mais pobres o déficit histórico da Previdência. Quem ganha um salário mínimo e recebe benefícios assistenciais não tem responsabilidade sobre isso”, declarou. 

O senador reiterou que é necessário pressão popular para evitar que o Congresso “trucide” os direitos dos brasileiros. "A proposta cria uma série de obstáculos aos brasileiros para se aposentarem. A população trabalhará mais para receber menos. Não podemos admitir isso”, salientou.

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