Tópicos | venda de voto

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) acusou os deputados federais da base governista de venderem os seus votos e se posicionarem a favor do texto da reforma da Previdência após, o que ele chamou, de uma “negociata escandalosa” de verbas, emendas e cargos com o governo de Michel Temer (PMDB). 

“Os que não quiseram vender os seus votos estão sendo punidos com a exoneração de aliados e bloqueio de emendas parlamentares. O Palácio do Planalto transformou o Congresso Nacional num banco de feira, onde os direitos dos brasileiros são trocados por vantagens oferecidas a deputados”, afirmou Humberto, nesta quinta-feira (4). 

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O texto-base da proposta que atualiza as regras previdenciárias foi aprovado, nessa quarta (3), na comissão especial por 23 votos a 14. Já os destaques devem ser apreciados na próxima terça (9).

O resultado, segundo Humberto Costa, também “é enganoso”, porque vários parlamentares foram substituídos para que a matéria passasse na comissão especial. “Os outros foram convencidos a mudar de posição, sendo que muitos foram ‘corajosos’ em vender os seus votos. Isso porque, nesses tempos atuais, praticar explicitamente a venda de votos e se submeter à pressão do governo são fatos que precisam de muita coragem”, disparou. 

Na avaliação do líder, o governo não conseguirá os 308 votos necessários no Plenário da Câmara para aprovar a matéria. “A reforma é injusta e tem único objetivo de jogar nas costas dos mais pobres o déficit histórico da Previdência. Quem ganha um salário mínimo e recebe benefícios assistenciais não tem responsabilidade sobre isso”, declarou. 

O senador reiterou que é necessário pressão popular para evitar que o Congresso “trucide” os direitos dos brasileiros. "A proposta cria uma série de obstáculos aos brasileiros para se aposentarem. A população trabalhará mais para receber menos. Não podemos admitir isso”, salientou.

Apesar da postura crítica dos cidadãos diante da conjuntura nacional e dos esquemas de corrupção protagonizados por políticos, uma parcela considerável do eleitor recifense venderia o voto durante o pleito eleitoral deste ano. A constatação é observada no levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgado neste sábado (7), no qual 92,9% dos entrevistados reconhecem que a população vende o voto, enquanto 3,1% dizem que não. 

Em vista disso, o estudo, encomendado pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, elencou três tópicos – emprego, dinheiro e favor – para que os entrevistados apontassem se usariam algum deles como moeda de troca pelo voto. Quando indagados se trocariam o direito de escolher um representante político, em outubro deste ano, por emprego 16,4% dos recifenses disseram que sim e 76% não; dinheiro 10,8% sim e 80,7% não; e favores 10,6% sim e 81,2% não. 

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Mesmo com a maioria dando respostas pessoais negativas, o IPMN também indagou a população sobre um contexto geral. De acordo com os entrevistados 91,7% dos eleitores usam a barganha financeira como troca ao direito de votar, 85,2% fazem isso por favores e 84,9% por uma oportunidade empregativa. A prática, no entanto, é reconhecida como crime por 86,6% dos recifenses e 79,3% consideram que quem vende o voto não tem o direito de cobrar algo do político.  

Sob a análise do coordenador da pesquisa e cientista político Adriano Oliveira, os dados são um “nítido indicador da força e do poder econômico nas eleições”. “Existe um consenso de que eleitores vendem o voto no Brasil e se eu declaro que eu posso vender meu voto significa que o parlamentar precisa ter dinheiro para comprá-lo”, pontuou, lembrando que ao contrário dos últimos anos as campanhas de 2016 deverão ser mais baratas, visto que o financiamento privado foi proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “A contradição, diante disso tudo, é que embora o eleitor diga que pode vender o voto, e a maioria das pessoas vendam, ele sabe que é crime”, acrescentou. 

Ao IPMN, 77,3% dos eleitores disseram ainda que o voto não deveria ser obrigatório e 84,1% afirmaram que pretendem participar do pleito municipal este ano. O levantamento realizado nos dias 3 e 4 de maio ouviu 623 pessoas. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, está sendo investigado pela Fifa. A informação é do Comitê de Ética da entidade que, oficialmente, indicou que o brasileiro está sendo examinado. Se for condenado, ele pode ser obrigado até a deixar todas suas relações com o futebol.

Como ex-membro da Comitê Executivo da Fifa, ele é suspeito de ter vendido seu voto para o Catar sediar a Copa de 2022. A lista dos nomes de cartolas sob investigação foi revelada nesta quarta-feira, depois que a entidade aprovou mudanças em seus estatutos para permitir que sejam divulgados casos sob suspeita e que estejam sendo examinados.

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Além de Teixeira, o órgão inclui Franz Beckenbauer e o espanhol Angel Maria Villar, o atual vice-presidente da Uefa. Ambos são investigados por seu papel no caso da suspeita de compra de votos para a escolha da Copa de 2022.

A reportagem do Estado revelou em 2014 que a suspeita se referia ao jogo entre Brasil e Argentina, disputado no Catar e que poderia ter servido como forma de compensar tanto Teixeira quanto o argentino Julio Grondona pelo voto que dariam aos árabes. O jogo aconteceu dias antes da eleição na Fifa, em 2010, e que definiu a sede.

Numa investigação interna, a Fifa disse inicialmente que não encontrou indícios de que o jogo foi usado para o pagamento de propinas. Mas as investigações da Justiça da Suíça e dos EUA apontam que as empresas que fizeram os pagamentos são as mesmas que hoje estão construindo os locais que receberão os jogos da Copa de 2022.

O Ministério Público da Suíça abriu inquérito sobre o assunto e chegou a confiscar os computadores da empresa Kentaro, que havia organizado a partida.

No Brasil, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. O Coaf, órgão de investigação financeira do Ministério da Fazenda, registrou movimentação atípica de Ricardo Teixeira dentro do Brasil de R$ 464,5 milhões entre 2009 e 2012.

Também levantou suspeitas a conta de Teixeira em Mônaco. Ao levantar os depósitos feitos na conta, os investigadores norte-americanos e suíços descobriram diversas transferências vindas de contas no Golfo.

Essa não é a primeira vez que a conta de Mônaco é mencionada. Durante a Copa de 2014, um site francês dedicado ao jornalismo investigativo, Mediapart, revelou uma gravação em que banqueiros falam sobre Teixeira e sua conta com 30 milhões de euros no principado.

O banco usado seria o Pasche, uma filial do grupo Credit Mutuel. O caso estaria sendo investigado pelas autoridades monegascas por lavagem de dinheiro, num processo conduzido pelo juiz Pierre Kuentz.

Teixeira teria passado pelo principado em janeiro, fevereiro, abril e maio de 2014, sempre ficando pelo menos dois ou três dias. O cartola se hospedava no luxuoso hotel Metropole. Isso não seria por acaso: o hotel fica a poucos metros do banco.

PLATINI E BLATTER - Por meio de comunicado divulgado nesta quarta, a Fifa ressaltou também que a investigação do Comitê de Ética que apura irregularidades cometidas por Joseph Blatter e Michel Platini, que neste mês receberam uma suspensão de 90 dias, seguem "em curso". "A investigação está focada no pagamento de 2 milhões de francos suíços da Fifa a Platini em fevereiro de 2011", informou.

Em seguida, a Fifa prometeu que a câmara de investigação de seu Comitê de Ética "fará tudo o que estiver ao seu alcance" para garantir que sua câmara decisória, presidida por Hans-Joachim Eckert, possa tomar uma decisão em relação aos dois dirigentes dentro do período de suspensão de 90 dias, que começou a ser cumprida no último dia 8.

A câmara de investigação também confirmou que os processos seguem em curso contra o Jérôme Valcke, secretário-geral que também foi afastado de suas funções pela "suspeita do uso indevido de despesas e outras infrações às regras e regulamentos da Fifa", conforme destacou a entidade nesta quarta.

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