“Defendo os valores cristãos e a família”, diz Irmã Aimée

A vereadora tem pedido respeito à fé dos cristãos e chegou a dizer que há quem queria transformar um Estado laico em um Estado ateu

por Taciana Carvalho qui, 26/10/2017 - 16:17
Divulgação/assessoria de comunicação Divulgação/assessoria de comunicação

A vereadora do Recife Irmã Aimée Carvalho (PSB) ficou bastante em evidência nas últimas semanas após falar que mulher querendo virar homem, se referindo a uma novela, é uma afronta às famílias. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Pernambuco (IEADPE), desde 1975, recentemente também avisou que, mesmo com críticas, o segmento evangélico não irá parar de crescer. Para a série Entrevista da Semana, nesta quinta-feira (26), a parlamentar reiterou suas convicções: “Sou uma defensora da família. Defendo os valores cristãos e a família recifense”. 

Funcionária pública aposentada do INSS e bacharel em Direito, Aimée conquistou pela primeira vez uma vaga na Câmara Municipal do Recife, no ano de 2012, com mais de nove mil votos. Foi reeleita em 2016 para o segundo mandato com uma votação ainda maior: mais de 14 mil votos. A vereadora diz que um dos motivos que a fez entrar na política foi “a verdadeira história de amor” com o Recife. “Eu amo o Recife e, para mim, é um privilégio poder trabalhar para fazer desta cidade um lugar ainda melhor para se viver”, declarou. 

Aimée é autora de um projeto polêmico que pretende, caso aprovado, instalar “botões de pânico” nos transportes públicos municipais. Ela acredita que, assim, pode-se inibir ações de bandidos. Dessa forma, o dispositivo seria acionado pelo motorista ou cobrador em caso de crimes como assaltos, roubos, violência contra os funcionários, entre passageiros, ou ainda com a depredação do veículo por vandalismo. 

O comando enviará, caso seja aprovada a proposta, os dados da localização à central de monitoramento da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), que encaminhará uma viatura ao local. “Os números dos assaltos a ônibus são assustadores e crescentes. Não podemos mais esperar”, alertou a parlamentar. 

Aimée pretende, em outra proposta apresentada, dar prioridade ao estudante portador de paraplegia ou outras doenças que reduzem a mobilidade para se matricularem em escolas mais próximas de suas moradias. Também com foco no direito das crianças, ela luta para que sejam cassados os alvarás dos  estabelecimentos comerciais que utilizem o uso de mão-de-obra infantil. 

“Primeiro, sou uma defensora dos direitos das crianças e dos adolescentes. Meu trabalho sempre é pautado em defesa da infância. Por isso, aprovei o projeto que garante a matrícula de crianças com mobilidade reduzida na escola mais próxima da sua casa e, agora, estará entrando em pauta a proibição da venda do narguilé para menores”, contou. 

Política x Religião 

A vereadora não se intimida em falar, defender e, em muitos momentos, enaltecer no o trabalho realizado pela Assembleia de Deus no plenário da câmara. Por meio de sua página do Facebook, é recorrente falar da igreja. “Que honra poder dizer que sou membro desta tão grande família. Cem anos de história, cem anos de vitória e eu faço parte dessa história”, escreveu recentemente em uma publicação ao comentar o centenário da instituição religiosa. 

Conhecida pelas posturas mais conservadoras, Irmã Aimée também vem defendendo a religião e pedido por respeito. “Nos últimos anos temos observado o aumento da perseguição aos cristãos. É a intolerância da tão pregada tolerância. Para estes, pode-se aceitar a tudo, menos a fé cristã, um verdadeiro absurdo. Menosprezam a religião e agridem a nossa cultura. Querem fazer do Estado laico um Estado ateu. Basta. Respeitem os cristãos, respeitem a nossa fé”, pediu.

Ela chegou a propor na câmara um voto de repúdio ao Museu de Artes Moderna de São Paulo (MAM), após a exposição com um homem nu, que virou alvo de muita polêmica. A vereadora ressaltou que foi “uma performance criminosa” e chegou a pedir ajuda por meio de oração. 

Ainda criticou os que foram contra o voto. “É crime, é pedofilia. Vocês podem acreditar que, mesmo assim, tivemos vereadores que defenderam e votaram a favor desta triste apresentação? Me ajudem em oração. Não podemos admitir isto. Até que ponto vai esta desmoralização? Colocar crianças para tocar um homem nu é um escândalo, um escárnio. É repugnante e nos causa asco. Estarei sempre ao lado das nossas famílias. Eu sou mãe e avó e não posso admitir uma agressão como essa”, desabafou na ocasião. 

Em defesa da mulher 

A parlamentar comanda a Frente Parlamentar em Defesa da Mulher Vítima da Violência Doméstica. “Tenho me empenhado pessoalmente na luta pelo fim da violência contra as mulheres. Já não podemos mais viver tempos medievais onde as mulheres foram tratadas com descaso e com violência. Não há mais espaço em nossa sociedade para tratar as mulheres com diferença e menosprezo, basta”, enfatizou. 

 

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