Ivan critica ação da polícia no encerramento do MIMO

O vereador disse que a PM agiu de forma racista e despreparada se referindo a uma confusão que aconteceu, na noite desse domingo (19), durante o festival

por Taciana Carvalho seg, 20/11/2017 - 17:39
Reprodução/Facebook Reprodução/Facebook

O vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) utilizou a tribuna da Câmara, nesta segunda-feira (20), para repudiar uma ação da Polícia Militar durante o encerramento do Mimo, na Praça do Carmo, nesse domingo (19). De acordo com uma nota divulgada pela própria organização do evento, os policiais agiram de forma “truculenta”. De acordo com relatos, os policiais usaram bombas de efeito moral e até spray de pimenta contra o público. 

Ivan disse que a polícia agiu de forma “despreparada” e garantiu que foi uma ação racista e inescrupulosa. “Após o show do artista Otto, que fez um belo show por volta das 22h, ao fim do show foi formada uma roda de coco, na Praça do Carmo, que foi severamente reprimida com porrada, com gás de pimenta e com cacetadas de uma polícia despreparada para esse tipo de atividade. A organização do festival soltou uma nota de repudio à ação da PM reforçando que tinha todas as autorizações do poder público para realizar aquela festa até as 22h quando essa ação racista e inescrupulosa de uma policia mal preparada aconteceu”, relatou. 

“A explicação da polícia é que, durante a retirada de algumas pessoas, um indivíduo que por sinal foi apreendido na mesma hora, jogou uma garrafa na polícia. Ora, se um indivíduo cometeu um ato de violência contra a PM, tem que ser penalizado, mas não acabar com uma festa, não acabar com o coco, não acabar com uma celebração que desta vez não dizia somente de alegria e da cultura do povo pernambucano, dizia sim de uma homenagem necessária a um artista negro [Marcos Axé] que morreu também por ser negro porque a população brasileira que é negra tem muito mais dificuldade de acessar a saúde que a população branca”, declarou  psolista. 

O vereador ainda continuou criticando. “Não é desse jeito que a gente tem que tratar a nossa cultura, não é desse jeito que a gente tem que tratar a população negra da nossa cidade e do nosso estado”.

Ele ainda falou sobre o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado nesta segunda-feira (20). “Nós somos um mandato antirracista. Eu costumo me apresentar como coordenador do mandato e como tal preciso reconhecer o meu lugar privilegiado de homem branco. Estar vereador não é resultado apenas dos meus esforços, é também resultante de tantos privilégios que a cor da minha pele e a minha condição social me ofereceram sem que eu precisasse fazer nada para obtê-los". 

Ainda lamentou o fato que existir poucos parlamentares negros. “Por exemplo, na Câmara de Vereadores, a gente devia ter pelo menos metade de pessoas negras e a gente está bem longe disso. Em espaço como o sistema prisional você vê muitos mais negros dos que existem na media da sociedade, mais de 70% da população encarcerada no Brasil hoje é feita por pessoas negras”, ressaltou. 

 

 

 

 

COMENTÁRIOS dos leitores