Os ministros de Temer também vão entrar na disputa de 2018

Em meio ao silêncio e pedidos de demissão, cerca da metade dos auxiliares ministeriais do presidente vão entrar na disputa eleitoral deste ano

por Taciana Carvalho qua, 10/01/2018 - 16:17
Beto Barata/PR/Fotos Públicas Beto Barata/PR/Fotos Públicas

O ano de 2018 já começou com um questionamento no cenário político brasileiro que não deixa calar: quem será o novo presidente do país? Quem será o novo governador de Pernambuco ou será reeleito Paulo Câmara (PSB)? No entanto, há uma outra ala mais silenciosa que também não pode ser esquecida: os ministros do presidente Michel Temer (PMDB). Ao todo, a expectativa é que cerca da metade dos auxiliares ministeriais de Temer deixe o cargo com o objetivo de entrar no pleito e garantir um cargo. 

Uma coisa é certa: os três pernambucanos que permanecem no primeiro escalão do governo Temer já se preparam nos bastidores para o pleito e devem deixar o governo até o início de abril, que é o prazo final de desincompatibilização. São eles Mendonça Filho (DEM), Fernando Filho (MDB) e Raul Jungmann (PPS), respectivamente, ministros da Educação, das Minas e Energia e da Defesa. Lembrando que dois outros pernambucanos já comandaram a pasta de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o senador Romero Jucá; e das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). Eles também devem trazer surpresas. 

Mendonça, recentemente, quando questionado sobre a possibilidade de disputar o governo estadual ou uma vaga no Senado, declarou que não tem feito nenhum planejamento, mas o fato é que o democrata iniciou o ano já cumprindo agenda entre elas assinou a ordem de serviço para as obras de construção do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), no município de Paulista. Por sua vez, Fernando Filho, que está nas articulações junto ao seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, também não tem um rumo definido, mas FBC chegou a dizer durante uma entrevista que o filho é um “quadro promissor” e que há a alternativa de Fernando Filho disputar o Governo de Pernambuco.

O que mais se esquiva quando se trata de eleições é Raul Jungmann. A especulação posta é que ele disputaria o Senado Federal pelo Rio de Janeiro, mas negou. O próprio Jungmann confessou, durante uma entrevista, que um deputado federal lhe propôs disputar o cargo. O auxiliar ministerial teria negado e dito que não existia essa possibilidade. “Em primeiro lugar, eu desmoralizaria essa operação que estou realizando aqui. Eu politizaria. Segundo lugar, as Forças Armadas não são cabo eleitoral de ninguém e nem eu faria uma coisa como essa. Conclui dizendo o seguinte: isso é coisa de moleque e eu não sou moleque, eu não vou fazer isso. Não tem hipótese”, chegou a declarar. 

O senador Romero Jucá, que trava uma batalha e troca de escândalos com o MDB em Pernambuco, deve disputar a reeleição. Ele mesmo já afirmou que é uma eleição sempre disputada. “É um espaço que eu pretendo que o partido me dê de disputa”, ressaltou. O tucano Bruno Araújo, que também já foi cotado para disputar o Governo de Pernambuco, conversa com a oposição em Pernambuco. 

A nível nacional, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem sido considerado para disputar a presidência da República pelo PSD. Meirelles segue a linha de muitos políticos: em uma coletiva de imprensa, na semana passada, foi questionado sobre o assunto, mas não falou. Apenas garantiu que o próximo presidente eleitor vai encontrar, em 2019, um país “muito melhor”, “mais produtivo” e com juros mais baixos e crescendo a taxas mais sustentáveis. 

Mais demissões visando 2018

O então ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, foi mais um a pedir demissão na semana passada. Na carta, ele alegou “questões pessoais e partidárias”. Pereira, que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e um dos líderes do Partido Republicano Brasileiro (PRB), deve ser candidato a deputado federal. 

Ronaldo Nogueira, que era ministro do Trabalho, deixou o governo Temer no último dia 27 de dezembro. Na carta de demissão, ele que é deputado federal, foi mais direto explicando que estava saindo porque iria apresentar seu nome “à elevada apreciação do povo gaúcho nas eleições de 2018”. 

A expectativa é de que, até abril, além dos nomes já citados, também peçam demissão visando o pleito Ricardo Barros [ministro da Saúde], Helder Barbalho [Integração Nacional], Sarney Filho [Meio Ambiente], Leonardo Picciani [Esportes], Marx Beltrão [Turismo], Maurício Quintela [Transportes] e Osmar Terra [Desenvolvimento Social]. 

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