No Recife, embaixador de Cuba exalta o país e Fidel Castro

Rolando Gómez, na noite desta segunda (21), disse que a população cubana "resistiu" porque acreditou no ex-presidente Fidel Castro

por Taciana Carvalho seg, 21/05/2018 - 22:50
Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens

O Governo de Pernambuco promoveu um evento, noite desta segunda-feira (21), para falar sobre a atual situação de Cuba. O protagonista do encontro desta noite, que acontece no Teatro Apolo, na área Central do Recife, foi o embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Gómez González. Na sua fala inicial, o embaixador disse que se sentia muito feliz pela "relação histórica e de muito carinho" entre o povo cubano e de Pernambuco. "São muitos os nexos culturais e de todo tipo que une o povo de Pernambuco e o povo de Cuba", salientou. 

Antes de fazer um pronunciamento onde muito exaltou Cuba, bem como o ex-presidente Fidel Castro, Rolando agradeceu a solidariedade do Brasil. "Que há servido como alento e esperança para o povo cubano em sua luta e resistência frente aos inimigos imensuravelmente mais poderosos".  

Ele, que também fez uma longa explanação sobre o "progresso" da medicina no país, disse que os brasileiros têm dado o respaldo e apoio aos médicos cubanos fazendo-os se sentirem em suas próprias casas, em referência aos que aqui residem por meio do programa Mais Médicos. No Estado, segundo ele, são 416 médicos distribuídos em 123 municípios. "Que com satisfação brindam seus serviços médicos recebendo em troca a satisfação dos seus pacientes".

Após a fala inicial, Rolando Gómez fez uma retrospectiva sobre a situação passada do país, citando o ano específico de 1993. "O Produto Interno Bruto caiu nesse ano 34%. Tínhamos apagões de 16 horas diárias e desnutrição afetando e trazendo enfermidades à população. Também não havia transporte público", recordou também contando que na época foram compradas 1,5 milhão de bicicletas. "Todos os ministros, o atual presidente, todos saíam para trabalhar em bicicleta. A situação era verdadeiramente muito difícil".

Gómez expôs que a população resistiu a todo esse cenário porque acreditou em Fidel Castro. De acordo com ele, apesar das dificuldades, não foi deixado de oferecer serviços médicos e de educação de forma completamente gratuita, incluindo laboratórios e livros, além de que não foi desviada a atenção para a defender o país. "Nós, nesses anos, apesar da terrível situação econômica, preservamos a conquista da Revolução".

Em seu discurso, o embaixador falou que apesar das hostilidades terem aumentado em Cuba também cresceu a consciência do povo de continuar defendendo o modelo socialista. Rolando disse que Fidel focou no desenvolvimento do trabalho científico e citou o desenvolvimento do turismo. "Vínhamos em uma situação muito mal e fomos avançando, avançando", salientou frisando a importância do serviço médico que teve origem no final da década de 90, no contexto dos furacões que atingiram as cidades, o que teve como consequência a demanda de cada vez mais médicos e até mesmo a criação de medicamentos para "a cura", como exemplo, do câncer de pele e pulmão. 

Ele disse que, hoje, há na Venezuela mais de 12 mil médicos cubanos em Venezuela e 8 mil no Brasil. Ainda de acordo com ele, são mais de 10 mil médicos formados por ano em Cuba e que a demanda é "infinita".

Turismo em Cuba

Ainda em sua explanação, Rolando falou sobre o crescimento do turismo em Cuba afirmando que, somente no ano passado, o país recebeu mais de cinco milhões de turistas. "Um avanço e crescimento anual de mais de 10% chegando a crescer 20% em matéria de turismo".  

Sobre os desafios atuais, ele citou o bloqueio econômico e financeiro realizado pelos Estados Unidos para com Cuba. "O bloqueio só há aumentado para asfixiarmos economicamente. Para se ter como ideia, o embaixador falou que, até agosto de 2017, fazia transações financeiras com o Brasil em 12 bancos e que, após as tarifas "elevadíssimas" para transferência, está praticamente inviável as transações operando agora apenas com um.  

Outro problema exposto foram os furacões, na categoria 5, que têm atingido a população. Ele definiu como "verdadeiros tornados gigantes" que têm causado enormes perdas econômicas e materiais. "Todo os anos esse dilema", declarou se mostrando preocupado.

 

 

 

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