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Ferrenho adversário político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), criticou o presidente pela conduta exibida em Brasília na manhã desta terça-feira (5). Por três vezes Bolsonaro interrompeu perguntas mandando os jornalistas calarem a boca. Ele também criticou a imprensa em geral e o jornal Folha de S. Paulo em particular.

"Mandar um jornalista calar a boca é tentar calar a boca da democracia", escreveu Witzel no Twitter. "Quando você tem um cargo público relevante na sociedade você precisa responder à imprensa e não agredi-la, ofendê-la, espezinhá-la, humilhá-la", completou o governador.

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A reação à mensagem de Witzel foi bem variada. Enquanto alguns seguidores do governador criticaram Bolsonaro e aplaudiram o governador, outros reclamaram que Witzel deveria estar trabalhando em vez de gastar tempo publicando mensagens nas redes sociais.

O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL) Rubens Alberto Gatti Nunes entrou com ação popular junto à 8ª Vara Federal Cível do Distrito Federal pedindo a suspensão imediata da nomeação do delegado Rolando Alexandre de Souza para a diretoria-geral da Polícia Federal. Na ação, o representante do movimento alega que o presidente Jair Bolsonaro escolheu 'terceiro alinhado a seus interesses escusos, como ficou evidenciado em seu primeiro ato após empossado' - a troca no comando da Polícia Federal do Rio, área de interesse de Bolsonaro e seus filhos.

Nunes classifica ainda a escolha por Rolando como uma 'patente burla' à decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal que barrou a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro, à chefia da PF. Isso porque Rolando Alexandre é pessoa da primeira hora de confiança de Ramagem, aponta o coordenador do MBL.

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Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo no sábado, 2, a nomeação de Rolando é vista como uma alternativa do presidente para manter a influência de Ramagem. Segundo interlocutores do presidente, o diretor-geral da Abin participou diretamente das decisões sobre o futuro do comando da PF, uma atribuição do ministro da Justiça, André Luiz Mendonça.

"A moralidade administrativa - princípio constitucional basilar da Administração Pública - está em sendo vilipendiada pela nomeação do Sr. Rolando Alexandre de Souza após a exoneração com assinatura do Ministro Sérgio Moro falsamente aposta em documento público e, principalmente, pela burla a decisão emanada pelo Excelentíssimo Ministro Alexandre de Moraes, sendo demonstrado o interesse do Requerido na nomeação com a finalidade interferência em investigações em andamento na Polícia Federal", afirma Nunes na ação.

O coordenador do MBL pede a suspensão imediata da nomeação de Rolando em caráter liminar e no mérito, além da declaração de nulidade do ato de nomeação do novo diretor-geral da PF.

No pedido de tutela antecipada, Nunes diz que o 'perigo de dano é iminente' sob o argumento de que a nomeação de Rolando 'coloca em risco a continuidade de investigações em andamento, especificamente no caso dos filhos do Presidente da República, além de parlamentares investigados e mencionados pelo próprio Requerido em mensagem ao Ministro Moro'.

Segundo apurado pela reportagem, Bolsonaro está preocupado com investigações, entre elas o avanço do inquérito das 'Fake News', que poderia atingir seus filhos e até mesmo servidores que atuam no chamado 'gabinete do ódio'. Outras apreensões do presidente são a investigação de 'fatos em tese delituosos' envolvendo a organização de atos antidemocráticos e a apuração sobre as 'rachadinhas' no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

"Indiscutivelmente a medida em comento (a nomeação de Rolando) apunhala não apenas os princípios da moralidade e legalidade, mas a moral de todo brasileiro o qual deposita a confiança e fé nas instituições públicas e as vê sendo vilipendiadas por interesses familiares em favor do "Rei", que se porta acima de tudo, acima do bem e do mal e imune às normas legais vigentes no país",

A Advocacia-Geral da União se manifestou nos autos pedindo a intimação da Procuradoria-Regional da União da 1ª Região para que seja apresentada manifestação prévia sobre o pedido de tutela antecipada.

Interferência da PF e a superintendência do Rio

No pedido enviado a Justiça, Nunes aborda parte dos desdobramentos do pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro. Ao anunciar sua saída do governo Jair Bolsonaro, o ex-juiz acusou o presidente de suposta interferência política na PF envolvendo trocas na Diretoria-Geral e em superintendências regionais da corporação.

O pronunciamento de Moro culminou na abertura de um inquérito sob relatoria do ministro Celso de Mello. Neste sábado, 2, o ex-ministro prestou depoimento de mais de oito horas em Curitiba sobre a suposta ingerência de Bolsonaro na PF.

A chefia da PF no Rio foi mencionada por Moro tanto no anúncio de sua demissão, como no depoimento do último sábado.

"O problema é que nas conversas com o presidente e isso ele me disse expressamente, que o problema não é só a troca do diretor-geral. Haveria intenção de trocar superintendentes, novamente o do Rio, outros provavelmente viriam em seguida, como o de Pernambuco, sem que fosse me apresentado uma razão para realizar esses tipos de substituições que fossem aceitáveis", disse Moro, ao pedir demissão do governo.

Além disso, a superintendência no Rio foi pivô da primeira crise entre o ex-ministro e o presidente ainda em 2019.

Após ser empossado nesta segunda, 4, em cerimônia não divulgada previamente e a portas fechadas, um dos primeiros atos de Rolando foi convidar o superintendente do Rio Carlos Henrique Oliveira para assumir a direção-executiva da PF, o que o coloca como número dois do novo diretor. A promoção foi vista por delegados como uma forma 'estratégica' de trocar o comando da Polícia Federal fluminense.

A troca na chefia do Rio é um dos pontos centrais do inquérito sobre as acusações feitas por Moro a Bolsonaro. Nesta segunda, 4, o procurador-geral da República, Augusto Aras solicitou a Celso de Mello uma série de diligências no âmbito da investigação, incluindo a oitiva de delegados envolvidos na crise entre Moro e Bolsonaro no ano passado.

O PGR quer ouvir Carlos Henrique Oliveira, o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, o superintendente no Amazonas, Alexandre Saraiva e Ricardo Saadi, ex-superintendente da PF no Rio, antecessor de Oliveira. Além deles, Aras pediu a oitiva de Rodrigo Teixeira, ex-chefe da PF em Minas e de Alexandre Ramagem Rodrigues.

Aras quer que os delegados prestem informações acerca de 'eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do Presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes'.

Além das oitivas, Aras pediu ao Supremo que determine à Secretaria-Geral da Presidência envio de cópia do vídeo da reunião realizada entre o presidente, o vice-presidente, ministros de Estado e presidentes de bancos públicos no último dia 22 no Palácio do Planalto, 'no intuito de confirmar a afirmação de que o primeiro teria cobrado, de acordo com o ex-titular da Pasta da Justiça, "a substituição do SR/RJ, do Diretor Geral e relatórios de inteligência e informação da Polícia Federal"'.

O modelo socialista de Cuba, atualmente o único Estado da América que adota o sistema, divide opiniões. Para falar sobre o socialismo e atual situação do país, o embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Gómez González, participou de um evento no Recife, na noite dessa segunda-feira (21). Além de exaltar o ex-presidente Fidel Castro, Rolando disse que tentam diminuir a imagem do país para que seja evitado de que Cuba continue sendo uma referência mundial. Ele ressaltou os valores baixos que a população paga pelos serviços básicos.

O embaixador falou que muito se escuta que um médico cubano pode ganhar cerca de 30 dólares e que, por esse motivo, estariam “morrendo de fome”, mas que não se destaca, por exemplo, o valor pago por um medicamento para tratar de alguma doença. “No meu caso, sou hipertenso. Meu tratamento para hipertensão, três medicamentos diários, me custa 19 pesos por ano, que são 0,65 centavos de dólar”, revelou. 

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Rolando Gómez também disse que um cidadão cubano paga uma média de 20 pesos no valor de uma conta de energia por mês, o que equivale a cerca de 0,85 centavos de dólares. O preço do gás, segundo sua declaração, custa ao redor de 4 pesos, menos de 0,05 centavos de dólar. O valor exposto por gastos mensalmente em eletricidade e gás daria cerca de 3 reais. 

“Um espetáculo vale 5 pesos, só 0,20 centavos de dólar, um evento desportivo vale 1 peso e o transporte público são 5 pesos também”, disse o embaixador reforçando que os cubanos não pagam nada na educação de seus filhos e nem tampouco na saúde. De acordo com os dados divulgados, em 2018, Cuba reservou mais de 70% de todo a verba para investir em quatro áreas: educação, saúde, segurança e cultura. 

“Uma economia que oferece um serviço de saúde universal e gratuito das mais simples até um transplante e vocês sabem que isso custa, além de uma educação gratuita desde uma criança do pré-escolar até um doutorado. Absolutamente gratuito e que pretende levar adiante uma política de igualdade de oportunidades para todos”, discursou para o público presente no Teatro, na área central do Recife. 

Modelo socialista

Rolando declarou que o país quer um socialismo democrático, independente, soberano e próspero sempre pensando na defesa de Cuba. “Uma revolução que não se possa defender, não pode se sustentar”, pontuou dizendo que existe um esforço e sacrifício para evitar uma intervenção militar no país. 

Ainda salientou que o sistema socialista busca a maior “satisfação” das necessidades essenciais do ser humano e que o objetivo é lutar para alcançar um modelo ideal que tenha sido decidido com base no que os cubanos querem. Ele garantiu que há avanços apesar dos desafios imensos. 

Entre os desafios, em primeiro lugar, citou o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba. Em sua explanação, o embaixador contou que tentou se passar uma imagem de que com Obama que esse problema havia acabado. “Falso, o bloqueio permaneceu intacto", garantiu. 

O Governo de Pernambuco promoveu um evento, noite desta segunda-feira (21), para falar sobre a atual situação de Cuba. O protagonista do encontro desta noite, que acontece no Teatro Apolo, na área Central do Recife, foi o embaixador de Cuba no Brasil, Rolando Gómez González. Na sua fala inicial, o embaixador disse que se sentia muito feliz pela "relação histórica e de muito carinho" entre o povo cubano e de Pernambuco. "São muitos os nexos culturais e de todo tipo que une o povo de Pernambuco e o povo de Cuba", salientou. 

Antes de fazer um pronunciamento onde muito exaltou Cuba, bem como o ex-presidente Fidel Castro, Rolando agradeceu a solidariedade do Brasil. "Que há servido como alento e esperança para o povo cubano em sua luta e resistência frente aos inimigos imensuravelmente mais poderosos".  

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Ele, que também fez uma longa explanação sobre o "progresso" da medicina no país, disse que os brasileiros têm dado o respaldo e apoio aos médicos cubanos fazendo-os se sentirem em suas próprias casas, em referência aos que aqui residem por meio do programa Mais Médicos. No Estado, segundo ele, são 416 médicos distribuídos em 123 municípios. "Que com satisfação brindam seus serviços médicos recebendo em troca a satisfação dos seus pacientes".

Após a fala inicial, Rolando Gómez fez uma retrospectiva sobre a situação passada do país, citando o ano específico de 1993. "O Produto Interno Bruto caiu nesse ano 34%. Tínhamos apagões de 16 horas diárias e desnutrição afetando e trazendo enfermidades à população. Também não havia transporte público", recordou também contando que na época foram compradas 1,5 milhão de bicicletas. "Todos os ministros, o atual presidente, todos saíam para trabalhar em bicicleta. A situação era verdadeiramente muito difícil".

Gómez expôs que a população resistiu a todo esse cenário porque acreditou em Fidel Castro. De acordo com ele, apesar das dificuldades, não foi deixado de oferecer serviços médicos e de educação de forma completamente gratuita, incluindo laboratórios e livros, além de que não foi desviada a atenção para a defender o país. "Nós, nesses anos, apesar da terrível situação econômica, preservamos a conquista da Revolução".

Em seu discurso, o embaixador falou que apesar das hostilidades terem aumentado em Cuba também cresceu a consciência do povo de continuar defendendo o modelo socialista. Rolando disse que Fidel focou no desenvolvimento do trabalho científico e citou o desenvolvimento do turismo. "Vínhamos em uma situação muito mal e fomos avançando, avançando", salientou frisando a importância do serviço médico que teve origem no final da década de 90, no contexto dos furacões que atingiram as cidades, o que teve como consequência a demanda de cada vez mais médicos e até mesmo a criação de medicamentos para "a cura", como exemplo, do câncer de pele e pulmão. 

Ele disse que, hoje, há na Venezuela mais de 12 mil médicos cubanos em Venezuela e 8 mil no Brasil. Ainda de acordo com ele, são mais de 10 mil médicos formados por ano em Cuba e que a demanda é "infinita".

Turismo em Cuba

Ainda em sua explanação, Rolando falou sobre o crescimento do turismo em Cuba afirmando que, somente no ano passado, o país recebeu mais de cinco milhões de turistas. "Um avanço e crescimento anual de mais de 10% chegando a crescer 20% em matéria de turismo".  

Sobre os desafios atuais, ele citou o bloqueio econômico e financeiro realizado pelos Estados Unidos para com Cuba. "O bloqueio só há aumentado para asfixiarmos economicamente. Para se ter como ideia, o embaixador falou que, até agosto de 2017, fazia transações financeiras com o Brasil em 12 bancos e que, após as tarifas "elevadíssimas" para transferência, está praticamente inviável as transações operando agora apenas com um.  

Outro problema exposto foram os furacões, na categoria 5, que têm atingido a população. Ele definiu como "verdadeiros tornados gigantes" que têm causado enormes perdas econômicas e materiais. "Todo os anos esse dilema", declarou se mostrando preocupado.

 

 

 

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