Armando: crise é resultado de uma política maluca de preço
Na avaliação do senador, o governo do presidente Michel Temer (MDB) sabia que a investida geraria a situação que hoje o país enfrenta com a alta dos preços dos combustíveis
O senador Armando Monteiro (PTB) afirmou, nesta terça-feira (29), durante um debate sobre o preço dos combustíveis na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que a atual crise enfrentada no país é resultado de uma "política de preço maluca" adotada pelo governo do presidente Michel Temer (MDB). O petebista descartou que a responsabilidade seja do presidente da Petrobras, Pedro Parente, e destacou que a gestão do emedebista ficou em “uma situação de conforto” diante dos sucessivos aumentos dos combustíveis.
“A responsabilidade é do governo que não teve a compreensão de que estávamos vivendo um momento extremamente delicado, saindo de um quadro depressivo na economia brasileira, e, portanto um choque de preços dessa magnitude que aconteceu no petróleo, agravado e potencializado por essa estrutura tributária que torna os entes públicos sócios dessa volatilidade e imprevisibilidade, resultaria nessa crise”, argumentou Armando para o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
Na avaliação de Armando, “não é possível imaginar um preço em que 41% da gasolina e 31% do diesel correspondem a impostos”. “O preço explode e a arrecadação explode”, salientou o senador.
“A posição dos entes públicos neste processo é confortável. Os Estados tiveram um aumento de arrecadação fantástico e a própria União que, nos primeiros quatro meses de 2018, teve uma alta de 57,8% sobre o igual período de 2017. O que se assistiu foi vamos resolver o endividamento da Petrobras, que está dramático, havia, inclusive, o temor de que tivesse que capitalizar a empresa. Mas resolver isso com uma política de preço maluca, imprevisível e que produziu essa situação que o país está enfrentando”, completou Armando.
O aumento sucessivo no preço dos combustíveis gerou uma greve dos caminhoneiros em todo o país. A paralisação já dura nove dias, apesar de acordos feitos entre o Governo Federal e a categoria e tem gerado um desabastecimento de alimento, remédios, gasolina e outros insumos em todo o país.