Sem o PDT, Paulo e aliados falam em unidade da esquerda

Para o governador, a coligação formada entre PCdoB, PSB e PT - e outros nove partidos - “reorganizou a esquerda” no Estado e vai “resgatar” investimentos proporcionados entre 2003 e 2011, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva governou o país

por Giselly Santos dom, 05/08/2018 - 17:19
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

A tese de “unidade dos partidos de esquerda” em Pernambuco predominou entre os discursos do governador Paulo Câmara (PSB) e dos seus aliados durante a convenção da Frente Popular, neste domingo (5), no Recife. Apesar de estar sem o PDT no palanque, uma vez que a legenda deve integrar uma nova chapa ao governo que pode ser anunciada ainda hoje, Paulo disse que a coligação formada entre PCdoB, PSB e PT - e outros nove partidos - “reorganizou a esquerda” no Estado e vai “resgatar” investimentos proporcionados entre 2003 e 2011, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva governou o país. 

“Unimos a esquerda e agora vamos trabalhar por um Pernambuco mais junto. É preciso resgatar esses valores, o Brasil tem muito o que fazer”, salientou o governador, pontuando que a gestão do presidente Michel Temer (MDB) “não olha para os Estados mais pobres”. 

A união dos partidos de esquerda é uma bandeira levantada pelo PT desde que anunciou a pré-candidatura de Lula à Presidência, pleito que também foi enfatizado por Paulo Câmara. O pessebista ponderou o desejo de “calar a voz” do líder-mor petista e disparou: “Pernambuco não vai deixar”. 

“Pernambuco tem gratidão e sabe o que Lula fez pelo nosso Estado. Então é uma hora importante nessa unidade da Frente Popular e das esquerdas na defesa de Lula, que sabe  muito bem onde quer chegar e do lado que estamos. É hora de saber quem está do lado do povo e quem está do lado do Temer”, observou. 

O senador Humberto Costa (PT), que concorrerá à reeleição pela Frente Popular, também enalteceu a aliança. “o PT chega com algumas dificuldades e problemas, mas certamente serão todos superados. Fizemos uma unidade acima de tudo pelo Brasil. Esse é o palanque que apoia Lula e vai nos ajudar a superar este momento difícil, com este governo incompetente de Michel Temer e levar Lula para um novo mandato”, frisou. 

A deputada federal e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos reforçou a tese da unidade. “Nos unimos para superar desafios e fazer um Pernambuco próspero, forte e impulsivo. É por isso que também em Pernambuco tivemos um grande marco de prosperidade e progresso, que foi uma aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da SIlva e o ex-governador Eduardo Campos. Esse foi um tempo que Pernambuco  mudou sua matriz econômica, cresceu e possibilitou mudanças sociais”, rememorou.  

Sem o PDT

No fim da convenção, o governador foi questionado pela imprensa sobre como via a ausência do PDT na Frente Popular e a criação de uma nova chapa onde o partido deve ser um dos protagonistas. Paulo disse que estava tentando ainda reverter o quadro. 

“Vim para cá eles ainda estavam debatendo. Estamos tentando conversar com eles, se tivermos êxito bem, se não vamos disputar”, resumiu-se.

Nos bastidores, já é certo de que o êxito do governador com a articulação junto aos pedetistas não virá.  De acordo com informações da Agência Estado, a chapa tendo o PDT como protagonista está sendo formada junto com o Pros e o Avante. A expectativa é de que eles apresentem o advogado e secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), Maurício Rands (PROS) como candidato a governador e o advogado Túlio Gadêlha (PDT), deve o vice. 

A composição ainda deve contar com o deputado federal Silvio Costa (Avante) como candidato ao Senado. 

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