Vitória de Bolsonaro é um “pesadelo”, diz Jean Wyllys

“Nós não merecemos, mas precisamos passar por esse pesadelo”, lamentou um dos ferrenhos críticos do presidente do Brasil eleito Jair Bolsonaro

por Taciana Carvalho seg, 29/10/2018 - 15:31
Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

Quando cuspiu no deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), durante a votação do impeachment Dilma Rousseff, o ex-BBB Jean Wyllys (Psol) nem devia imaginar que ele se tornaria o novo presidente do Brasil a partir do próximo ano. No entanto, o ferrenho crítico do militar já deixou claro que vai continuar as alfinetadas. Após o resultado desse domingo (28), Wyllys definiu a vitória de Bolsonaro como “um pesadelo”. 

“Os mistérios me amarram, não o dinheiro. E como creio nos mistérios penso que, para além de qualquer explicação material para esse pesadelo, qualquer análise da ciência política e da economia, penso que, para além desses motivos objetivos e reais, há uma razão outra: nós não merecemos, mas precisamos passar por esse pesadelo”, lamentou o parlamentar por meio do Facebook. 

 O psolista também disse que os brasileiros irão se dar conta por meio da dor as mentiras ditas. “Haddad e Manuela queriam ensinar pelo amor, mas foram recusados pela maioria. Então, apesar de mais vidas serem sacrificadas para isso, queria estar errado em meus prognósticos, restará essa coisa boa: acabaremos de vez com essas duas mentiras e o país se verá doravante como o que é. Agora podemos enfrentar esses males com mais clareza e consciência: a homofobia, o machismo e o racismo. É como se o inimigo tivesse perdido o manto da invisibilidade que lhe deu e lhe dava vantagem historicamente”.   

Jean falou que Bolsonaro “já começou a pôr fim e vai aprofundar ainda mais a morte do 'Brasil cordial' e da 'democracia racial, essas duas mentiras que serviram nesses anos todos para encobrir a fenda que é esse país e as mortes dos oprimidos”. Ainda pontuou que os “fascistas” não poderão ser mais tratados com condescendência. “Choremos, lamentemos, temamos até, mas estejamos certos de que essa situação nos deu a oportunidade de um recomeço sabendo que não há cordialidade nem democracia racial. E sabendo quem são os fascistas”, finalizou.

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