Marina: facilitar acesso a arma é um retrocesso lastimável

Para a ex-senadora, é preocupante o fato de Jair Bolsonaro ter uma “ideia fixa em querer induzir a sociedade a acreditar que poderá resolver o grave problema da violência fazendo justiça com as próprias mãos”

por Giselly Santos ter, 30/10/2018 - 08:44
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Marina disse que quanto mais armas, mais violência Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva (Rede), classificou como “preocupantes” as declarações dadas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em entrevista à TV Record na noite dessa segunda-feira (29). Marina se referia ao fato de Bolsonaro ter reforçado que uma das suas primeiras medidas, após assumir oficialmente o comando do Palácio do Planalto, será facilitar o acesso da população às armas de fogo.

Na ótica de Marina, que teve 1% dos votos válidos no primeiro turno da disputa presidencial, o capitão da reserva tem uma “ideia fixa em querer induzir a sociedade a acreditar que poderá resolver o grave problema da violência fazendo justiça com as próprias mãos”.

“É espantoso o anúncio do presidente eleito de que uma de suas primeiras medidas após a posse será enviar para o Congresso Nacional uma proposta para facilitar o acesso às armas de fogo. Qualquer tentativa de desconfigurar o Estatuto do Desarmamento é um retrocesso lastimável!”, avaliou a ex-senadora.

“A maioria da população brasileira é contra a posse de armas de fogo e quer soluções mais inteligentes. As armas de fogo são responsáveis por 71% dos homicídios registrados no Brasil. Por isso, não canso de repetir o que venho dizendo: quanto mais armas, mais violência”, acrescentou.

Na entrevista à TV Redord, Bolsonaro disse que a "arma de fogo garante a liberdade de um povo".

"Queremos dar o porte definitivo à população. Não podemos criar mais um encargo para quem quer ter arma dentro de casa para defender sua família", afirmou, argumentando que dois terços da população decidiu ter o direito de comprar armas e munições em referendo popular de 2005. "Então temos que respeitar a vontade popular", complementou.

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