DEM comemora ascensão: Maia e Alcolumbre no poder

A sigla também conseguiu três ministérios no governo Bolsonaro, além de espaços em governos estaduais

por Taciana Carvalho qui, 14/02/2019 - 16:27
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil

O DEM comemora em dose dupla no início deste ano: tanto o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, como o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, vitoriosos nas respectivas eleições para os cargos no Congresso, são filiados ao partido. A sigla também conseguiu três ministérios no governo Bolsonaro, além de espaços em governos estaduais 

A ascensão e queda de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e o processo de impeachment também foram essenciais no ressurgimento do DEM como partido de grande relevância a nível nacional. Na avaliação do cientista político Rodolfo Costa Pinto, o partido é um exemplo de que na política tudo pode acontecer. 

“Após a eleição de 2014 o partido, que já havia sido o maior do país, quando ainda era o PFL, estava em extinção. Haviam conversas e negociações avançadas para uma fusão entre DEM e PSDB. O DEM havia virado um partido de tamanho mediano, cheio de herdeiros de grandes famílias políticas e nomes tradicionais na política. Talvez o afastamento do poder desde 2003, quando Lula assumiu a presidência, tenha ajudado o DEM a se tornar um partido mais ideologicamente coeso. Menor em tamanho, mas justamente por isso, capaz de atuar de maneira consistente no Legislativo”, recordou. 

Outro fator também contribuiu para a ascensão da legenda: a queda de Eduardo Cunha, que criou um vácuo de poder na Câmara. “O parlamento estava dividido, Rodrigo Maia, deputado do Rio de Janeiro, relativamente jovem, claramente oposto ao grupo petista de Dilma e herdeiro de César Maia, um nome de grande relevância na história política nacional surgiu como forte opção. A grande fortaleza de Maia na sua primeira eleição à Câmara foi a capacidade de diálogo com partidos tanto de direita quanto de esquerda, como PC do B e PDT. Maia derrotou Rogério Rosso, candidato apoiado por Michel Temer e virou, então, presidente da Câmara”. 

Costa Pinto explicou que para governar, o então presidente Temer precisava do Congresso, em especial da Câmara, controlada por Rodrigo Maia. “Essa situação deu a Rodrigo e ao DEM um grande poder de barganha. O DEM conseguiu espaços como o ministério da educação com Mendonça Filho e, com isso, voltou ao poder. Esses fatores, poder na Câmara, espaços no Executivo e a capacidade de coordenação legislativa nas votações fez do DEM um partido atrativo para figuras em ascensão na política”. 

O DEM, ainda segundo sua opinião, poderá se manter na posição de “protagonismo político” ainda por algum tempo, especialmente numa situação onde o governo Bolosonaro tem uma agenda reformista que depende muito de apoio Legislativo.

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