Sérgio Moro vem diminuindo de tamanho, crava Tadeu Alencar

O líder do PSB considerou que a promessa de Bolsonaro de indicar o ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser encarada como uma espécie de compensação

por Giselly Santos ter, 14/05/2019 - 09:09
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

A afirmativa do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que indicará o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) não soou muito bem entre os políticos. Líder do PSB na Câmara dos Deputados, Tadeu Alencar (PE) disse que a promessa de Bolsonaro pode ser encarada como uma espécie de compensação porque o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) deve sair da pasta da Justiça e passar para a Economia, caso o Congresso Nacional aprove o texto da Medida Provisória da reforma administrativa em tramitação.

“Ele ficou contrariado porque não manteve o Coaf no Ministério da Justiça e o presidente da República resolveu lhe fazer um agrado por antecipação”, argumentou Tadeu. Na ótica dele, a fala também pode funcionar como uma espécie de pressão para os parlamentares vetarem a mudança, uma vez que depois podem ter que encarar Moro no STF.

“O Moro para mim vem diminuindo de tamanho, essa obsessão dele pelo Coaf não tem razão de ordem pública. E se isso [o anúncio da indicação] é uma compensação é mais grave ainda, o STF deveria ser poupado. Isso é uma agressão à Corte brasileira”, acrescentou.

Na avaliação de Tadeu Alencar, o presidente é “sem cerimônia” e não mede as consequências das suas ações, por isso, “acha normal pegar um ministro do seu governo, responsável por ter colocado Lula da cadeia e que vira seu ministro, o que já tem uma propriedade ética insuperável, para tornar ministro do Supremo”.

“É um absurdo. Primeiro Moro diz que é um sonho de uma noite de verão, que considera ganhar na loteria. Ele está ganhando na loteria por antecipação, nunca vi isso. Moro deveria primeiro funcionar como ministro da Justiça. Ele está sendo desautorizado o tempo inteiro e, depois, se ele tiver feito serviços relevantes para a população avaliar se merece ir para o Supremo Tribunal Federal. Uma cadeira no Supremo Tribunal Federal não pode ser objeto dessa barganha que não serve aos interesses do país”, disse o líder do PSB.

Ao falar sobre a indicação do ex-juíz para o STF, Jair Bolsonaro disse que era um "compromisso" dele com Sérgio Moro, o que desgastou ainda mais o ministro.

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