PSOL diz que PM entrou em encontro do partido em São Paulo
Segundo o relato, os policiais disseram que estavam 'monitorando' o evento que reúne mulheres da legenda e pediram os documentos dos presentes
A Polícia Militar de São Paulo entrou, na manhã deste sábado (3), no local onde está acontecendo o 5º Encontro de Mulheres do PSOL paulista e pediu os documentos dos presentes sob a justificativa de estar “monitorando” o evento. A iniciativa foi relatada pelo partido nas redes sociais. A legenda classificou a conduta como “absurda”.
“Até onde vai a sanha autoritária?”, questiona o PSOL na publicação que acompanha um foto que mostra o carro da PM em frente a sede do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, onde acontece o encontro.
O LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado para saber o motivo do monitoramento e se houve alguma denúncia que embasasse a diligência. A PM enviou uma nota, no início da tarde, dizendo que os agentes foram ao local porque queriam saber se após a plenária haveria algum ato pelas vias públicas da cidade e para garantir a “segurança do evento”.
Presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros cobrou explicações do governador João Doria (PSDB). “Grave ataque ao direito de livre organização partidária… Não há qualquer justificativa para que a PM ‘monitore’ um evento partidário. Esse gesto de intimidação é inaceitável. Não estamos mais na Ditadura Militar, quando o direito de reunião podia ser coibido. Vamos acionar todas as autoridades contra esse absurdo. Chega!”, disparou o dirigente.
Segundo Medeiros, apesar disso assim que a PM deixou o local a plenária seguiu. “Nossas companheiras não aceitaram a intimidação. Ainda assim, consideramos o fato um grave atentado às liberdades democráticas. E tomaremos todas as medidas que estiverem ao nosso alcance… As mulheres do PSOL são exemplo de organização e luta contra o autoritarismo. A plenária está lotada. Não intimidarão nossas guerreiras”, afirmou.
Medeiros não foi o único a questionar o fato. O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também classificou como “truculenta” a ação. “Exigimos esclarecimentos do secretário de Segurança Pública e do governador de São Paulo sobre essa abordagem truculenta e autoritária. Essa conduta da polícia é uma afronta grave à democracia”, criticou.
Em resposta ao LeiaJá, a PM disse “que os patrulheiros, que faziam o policiamento na região, foram ao local para verificar concentração de pessoas que se iniciava. Ao tomar ciência de que eram cidadãos ligados a partido político e em reunião para realização de plenária, questionaram se as pessoas, após as discussões, iriam sair em ato democrático, que pudessem tomar vias públicas. Tudo visando às providências da Polícia Militar para a segurança do evento. Como os presentes disseram que o evento se consistia em reunião interna, os patrulheiros deixaram o local”.