Soberania do Brasil queima junto com Amazônia, diz Dilma

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) se solidarizou com os brasileiros e fez duras críticas à gestão ambiental do presidente Jair Bolsonaro (PSL)

qui, 22/08/2019 - 16:43
Paulo Uchôa/LeiaJa Imagens/Arquivo Dilma endossou o chamado para manifestações pela Amazônia Paulo Uchôa/LeiaJa Imagens/Arquivo

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) escreveu uma carta e expressou seu repúdio às queimadas que atingem a Amazônia. A petista se solidarizou com os brasileiros e fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e às políticas ambientais promovidas pelo Governo Federal.

“A devastação da floresta amazônica é uma face assustadora da destruição da soberania nacional. É um crime de lesa-pátria cometido pelo governo Bolsonaro. A derrubada de árvores e as queimadas, sob a inoperância tolerante do governo,  representam uma agressão à soberania nacional tão grave como a venda de empresas públicas estratégicas brasileiras como a Petrobrás, prevista para ocorrer até 2022. A catástrofe ambiental e as privatizações são perigosas, porque algumas decisões econômicas podem ser revistas e revogadas, mas a extinção da maior floresta tropical do mundo e a venda da sétima empresa de Petróleo do planeta são irreversíveis”, destacou.

De acordo com Dilma, a defesa da Amazônia tem um caráter de urgência e precisa ser enfrentada “antes que seja tarde demais”. Dilma destacou a quantidade de focos de incêndio registrados desde o início das queimadas.

“Em um ano, foram registrados mais de 72 mil focos de incêndio na região ambientalmente mais rica do Brasil. Só esta semana, houve 68 grandes focos de incêndios em áreas indígenas e unidades de preservação, verificados por imagens de satélite – um aumento de 70% desde o ano passado”, lamentou.

A ex-presidente também disse acreditar que essas chamas atingem áreas indígenas devido por causa de uma falta de fiscalização da política ambiental do governo e da falta de empatia de Bolsonaro com os índios.

“Isto é efeito da política ambiental desastrosa do governo que acabou com a fiscalização e das manifestações de Bolsonaro contra a existência de reservas indígenas, de tolerância à grilagem e defesa da exploração mineral das terras que deveriam ser protegidas. Bolsonaro é exemplo de destruição e morte. Quando fala suas barbaridades sobre meio ambiente, autoriza a sua destruição por grileiros, invasores, contrabandistas e toda espécie de criminosos aproveitadores”, disse.

Em sua publicação, a petista lembrou do trabalho ambiental realizado durante a gestão do ex-presdente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 2002 a 2010, e sua gestão, de 2011 a 2016. 

“Não era assim quando o Brasil tinha governos progressistas e populares. O governo Lula e o meu governo reduziram o desmatamento da Amazônia em 82%. Nosso esforço foi reconhecido pela ONU, em 2014, como um exemplo a ser seguido pelo mundo”, argumentou.

Por fim, Dilma convocou a população a ir às ruas em defesa da Amazônia. “A defesa da Amazônia é questão fundamental. Neste momento, o coração do planeta queima e sangra, precisa ser protegido de seus inimigos, entre os quais está, por mais espantoso que pareça, o atual governo brasileiro. Por isto, temos de ir às ruas para as manifestações marcadas para amanhã à tarde em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras cidades do Brasil e do mundo. Defender a Amazônia é defender a soberania nacional. Lutar pela soberania é lutar pela Amazônia”, destacou.

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