Raul Henry: Governo quer impor mais sacrifícios ao NE

Para parlamentar, decisão de autorizar importação do etanol americano foi fruto de uma articulação feita pelo 'filho do presidente que quer ser embaixador' e atrai prejuízos para a região

qui, 12/09/2019 - 09:14
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

O deputado federal Raul Henry (MDB-PE) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para protestar contra a decisão do Governo Federal de autorizar a importação de 750 milhões de litros de etanol americano e “despejá-los” no Nordeste, exatamente no período da safra da região, cuja produção é de 2,2 bilhões de litros. “A importação autorizada representa mais de um terço da nossa produção anual”, afirmou em discurso nessa quarta-feira (11).

Raul destacou o desenvolvimento da indústria sucroenergética nordestina, a despeito das adversidades geográficas e climáticas. Atualmente, a região conta com 60 usinas e 300 mil empregos diretos. “Empregos vitais para o mínimo de estabilidade socioeconômica da densamente povoada e socialmente vulnerável zona-da-mata nordestina. Não é justo, nem correto, que, diante de tantas adversidades, o Governo Federal queira impor ainda maiores sacrifícios ao povo do Nordeste”, acrescentou.

De acordo com o deputado, tal decisão terá um custo de renúncia fiscal de 270 milhões de reais, mesmo ciente de que o Brasil é autossuficiente em etanol e que o país vive a maior crise fiscal da sua história. “O único objetivo é apenas agradar ao presidente americano Donald Trump, que está com excedente de produção depois da insana guerra comercial com a China. Uma articulação feita pelo filho do Presidente que quer ser embaixador [Eduardo Bolsonaro] e que atropelou o Itamaraty e o Ministério da Agricultura”, alertou.

Com o objetivo de reverter tal situação, o parlamentar fez um apelo ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para colocar em votação o mérito de um decreto legislativo, apresentado nessa terça (10), neste sentido. “Esse decreto vai barrar essa insanidade e reestabelecer um mínimo de altivez ao nosso país. Não aceitamos mais atitudes de insensibilidade e preconceito contra a economia e o povo do Nordeste”, concluiu.

*Da Assessoria

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