Ex-Lava Jato pediu que a PF apurasse boatos contra ele
O procurador Diogo Castor de Mattos usou o cargo para solicitar uma investigação sobre supostas notícias falsas que o ligam ao vazamento das mensagens que vêm sendo divulgadas pelo site The Intercept Brasil
O procurador da República Diogo Castor usou seu cargo no Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) para solicitar que a Polícia Federal investigue boatos que surgiram contra ele. A informação é do site UOL. De acordo com a reportagem, Castor enviou à PF um ofício pedindo a apuração de supostas notícias falsas que o ligam ao vazamento das mensagens que vêm sendo divulgadas pelo site The Intercept Brasil.
Castor integrou a força-tarefa da Lava Jato até abril deste ano, mas se afastou da equipe para um tratamento de saúde. Segundo as conversas divulgadas pelo Intercept, o procurador deixou o grupo depois de confessar ter pago pela instalação de um outdoor, em Curitiba, enaltecendo a ação da força-tarefa. Diogo Castor teria confessado a autoria para o corregedor-geral do MPF, Oswaldo Barbosa, que acobertou Diogo Castor de Mattos evitando punição. Caso estava sendo investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público.
Depois de se afastar da Lava Jato, Castor passou a trabalhar na representação do MPF em Jacarezinho, a 390 km de Curitiba. De lá, conta o site, ele enviou o ofício para a PF investigar as notícias falsas que estariam circulando na internet.
No documento, ele fala de suspeitas de calúnia e de obstrução de investigação de organização criminosa. Além disso, informa que fake news "apontando o subscritor deste ofício [Castor] como autor do vazamento [das mensagens] teria por finalidade desviar o foco investigativo das autoridades, fazendo surgir a falsa hipótese da inexistência de um hacker".
Um inquérito foi aberto pela PF, mas segue em sigilo. Tanto a polícia, quanto o MPF e Diogo Castor não quiseram se pronunciar sobre o assunto.