Residência oficial do governador do RJ amanhece com a PF

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na antiga casa de Wilson Witzel (PSC) e no seu escritório de advocacia

por Victor Gouveia ter, 26/05/2020 - 07:37
Philippe Lima Wilson Witzel (PSC) e a esposa são investigados por desviar dinheiro destinado às ações em combate à Covid-19 Philippe Lima

O Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), amanheceu nesta terça-feira (26) com quatro veículos da Polícia Federal (PF). Este é um dos 12 mandados de busca e apreensão da Operação Placebo, responsável pela investigação de supostos desvios na Saúde do Estado para ações em combate ao novo coronavírus.

As autoridades apuram os crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Há 15 dias, o Ministério Público informou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que Witzel havia sido citado nas investigações. Desde então, ele e a esposa Helena tornaram-se alvos da PF. Outras viaturas deslocaram-se para a casa onde o governador morava antes de ser eleito, no Grajaú, e no seu escritório de advocacia. 

O Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), contratado pela gestão para construir sete hospitais de campanha, também teve a sede localizada em São Paulo movimentada por policiais.

Seis dos sete hospitais acordados estão com as obras atrasadas em quase um mês, mesmo com o pagamento de R$ 836 milhões a Iabas, dos R$ 1 bilhão investidos pelo governo para conter os impactos da Covid-19. Mesmo com um terço do valor pago, o secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry, afirmou que algumas unidades podem não ser entregues, mas garantiu que o recurso seria devolvido.

De acordo com apuração do G1, antes mesmo de ter recebido o primeiro leito de toda rede hospitalar temporária, o Estado já havia adiantado R$ 256 milhões, em quatro parcelas. Entre os dias 13 e 15 de abril, R$ 60 milhões foi pago em duas vezes sem que fosse explicitado onde o valor seria usado. Outra parcela de R$ 68 foi entregue para pagar respiradores e finalizar a montagem dos hospitais, e a última parcela custou R$ 128,5 milhões.

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