Júnior Matuto também superfaturou aluguéis, diz polícia

Os contratos de quatro imóveis destinados à profissionais de Saúde do município não passaram por licitação e renderam um prejuízo de R$ 900 mil

por Victor Gouveia ter, 21/07/2020 - 14:54
Reprodução/Instagram/@juniormatuto40 Júnior Matuto foi afastado do cargo por 170 dias Reprodução/Instagram/@juniormatuto40

Além do esquema na coleta de lixo, que causou o prejuízo de R$ 21 milhões ao município de Paulista, o prefeito Júnior Matuto (PSB) é investigado pelo superfaturamento de aluguéis de imóveis usados pela Prefeitura. Ao todo, a fraude nos contratos resultou em um rombo de mais de R$ 900 mil.

Na manhã desta terça-feira (21), a Polícia Civil deu detalhes sobre a Operação Locatário, que apura os crimes de peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e associação criminosa por meio de duas dispensas irregulares de licitação. Segundo as autoridades, os contratos de aluguel de quatro imóveis destinados à profissionais da Saúde, como integrantes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e médicos cubanos, foram superfaturados.

A investigação iniciada em julho deste ano aponta que todos os imóveis pertencem ao mesmo dono, um empresário que não teve o nome divulgado. Contudo, foi verificado que ele é amigo pessoal de Júnior Matuto (PSB). "Essa imobiliária foi montada logo após as eleições e investiu mais de R$ 2 milhões em imóveis. Logo após a compra, o então secretário de Saúde solicitou que alugassem os mesmos", informou o delegado Diego Pinheiro.

O acordo foi cumprido entre 2014 e 2019 e as autoridades calculam o prejuízo de cerca de R$ 1 milhão ao município. No mesmo período, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) percebeu que houve um aumento patrimonial injustificado por parte do prefeito. Na manhã desta terça (21), ele foi afastado por 170 dias do cargo.

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