Marco Aurélio promete 'voucher educação' para o Recife

O candidato também garantiu que, se eleito, pretende armar a guarda municipal. Propostas foram expostas durante entrevista ao LeiaJá

por Vitória Silva qui, 17/09/2020 - 14:03
Roberto Soares/Alepe Roberto Soares/Alepe

O candidato à Prefeitura do Recife, Marco Aurélio (PRTB), foi o entrevistado, nesta quinta-feira (17), do LeiaJá, através de live no YouTube. Na conversa, que durou pouco mais de uma hora, o prefeiturável, assumidamente de direita, teceu comentários acerca de problemas da cidade e respondeu perguntas sobre o seu plano de governo. A entrevista foi conduzida pela subeditora de política do LeiaJá, Giselly Santos.

Dentre as propostas comentadas pelo conservador, que pertencem a diferentes áreas da gestão como educação, mobilidade urbana, saúde e segurança pública, algumas chamaram mais atenção, como é o caso do que ele chamou de “voucher educação”. “O que é isso? No local onde não tiver escola apropriada, digna do recifense, nós vamos criar o “voucher educacional”. Um aluno do Recife hoje custa para a cidade R$ 2 mil. Nós vamos ter um voucher, pois se ele custa essa quantia lá (para o município), ele custará em qualquer lugar. Vamos dar o voucher para que as famílias matriculem os seus filhos, para que eles tenham educação de qualidade. Enquanto isso, nós vamos construir a escola, paralelamente (para atender à área em carência da instituição)”, explicou.

Marco Aurélio tmbém disse que pretende armar a guarda municipal e, caso ele seja eleito, esta será a força de segurança pública escolhida para a sua proteção. “Primeiro, eu quero dizer que eu já pensei como fazer, eu vou armar a guarda municipal. Ela vai ser armada, vai ser treinada e terá capacitações a cada seis meses. Com uma corregedoria forte, dura, para aquele guarda municipal que, de repente, vier a sair da linha, imediatamente ir à corregedoria, podendo até mesmo perder o emprego. Eu serei duro com a guarda, mas ao mesmo tempo, irei privilegiá-la”, comentou. Ele ainda disse que a sua intenção é de que cidadão e guarda se enxerguem como “amigos”.

Outros temas presentes na entrevista foram a reforma administrativa, a qual o direitista também se mostrou a favor, e a mobilidade urbana na cidade do Recife, que classificou como “péssima”.

“(O transporte público no Recife) é muito ruim. Ônibus lotado, etc, um cidadão passa duas horas esperando um ônibus. Esse nosso sistema está falido, acho que não funcionou o sistema de integração dos ônibus. A ideia é boa, mas na prática, não funcionou. Eu não sou contra os empresários, mas eles devem ganhar dinheiro e prestar também um bom serviço”, disse. Além disso, chamou de “absurda” a atitude de limitar o poder de decisão do prefeito da cidade nas discussões sobre mobilidade urbana. Sobre a sua ideia de intervenção, propôs novos modelos de diálogos com empresas, conciliando as decisões acerca do assunto, e cogitou ainda a contratação de mais empresas, com delegação por região, para findar a discrepância nos serviços das linhas municipais. O candidato falou também sobre encerrar o sistema de integrações, pois “não acredita nela”.

Marco Aurélio disse ainda que o assunto mobilidade urbana seria discutido hoje (17), com o vice-presidente Hamilton Mourão, a quem visitará pela tarde.

Sobre a gestão municipal atual, chefiada pelo prefeito Geraldo Júlio (PSB), disse que ela “deixa a desejar”. Defendeu a sucessão e descentralização do poder, criticando à lógica de gestão do PSB. “Promessas não foram cumpridas. O prefeito perdeu o controle. Nós não conseguimos enxergar na cidade um avanço”, completou. Falou ainda sobre as denúncias de corrupção dentro do governo Geraldo Júlio, sobre o impacto negativo da Covid-19 nas ações públicas e disse que o recifense “não está feliz com a cidade do Recife”.

Aurélio é apoiado pelo vice-presidente da República Hamilton Mourão e, apesar da sua afinidade com o governo Bolsonaro, ele explicou que ainda não é o candidato de escolha do presidente, mas que a discussão ainda pode ser levada adiante porque ele votou no presidente.

Assista a entrevista na íntegra:

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