Violência doméstica: PL quer priorizar vítima em contratos

Texto foi apresentado pela deputada estadual Gleide Ângelo (PSB) na Alepe

seg, 07/12/2020 - 08:38
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

O Governo de Pernambuco poderá ter que priorizar a contratação de mulheres vítimas de violência doméstica. Isso acontecerá se um projeto de lei apresentado pela deputada estadual Gleide Ângelo (PSB), que prevê a prioridade, for aprovado pela Assembleia Legislativa (Alepe). A proposta impacta na seleção de cargos terceirizados das empresas contratadas pelo Estado.

O texto pretende viabilizar a inserção das mulheres em situação de violência doméstica no mercado de trabalho – desde que estas estejam inscritas em programas de geração de emprego, renda, qualificação técnica e profissional do Governo do Estado. “Muitas das mulheres agredidas, saem de casa, se mudam para a casa de parentes. Mas, com o passar do tempo, sem conseguir um emprego que garanta seu sustento, essas mulheres, muitas vezes, não têm outra saída a não ser voltar a viver com seu agressor”, pondera Gleide. 

Um relatório da ONG suíça Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos (Cohre), apontou que a dependência econômica do companheiro aparece como o principal impedimento para que as mulheres rompam os ciclos de uma relação abusiva e violenta. Cerca de 24% das que foram ouvidas pelo estudo disseram que, apesar dos ataques que sofrem, não se separam porque não têm como se sustentar.

Além disso, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2019) nas capitais do Nordeste, 11,9% das mulheres entre 15 e 49 anos sofrem violência emocional e 5,3% sofrem violência física, a cada ano.

“Um emprego remunerado vai significar uma cura para essas mulheres. Vai levar para elas esperança, oportunidades de vida. É preciso libertar essa mulher, mostrar que ela é capaz e que pode muito mais”, observou a deputada.

*Com informações da assessoria de imprensa

COMENTÁRIOS dos leitores