Bolsonaro chama Bonner de 'canalha' e "sem vergonha"
Declaração aconteceu em frente ao Palácio da Alvorada durante conversa com apoiadores
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), se reuniu com apoiadores nesta quinta-feira (7), em frente ao Palácio da Alvorada, para tecer críticas à imprensa. Na ocasião, o mandatário chamou o jornalista William Bonner de "canalha" e "sem vergonha", por conta da imitação feita pelo apresentador durante o Jornal Nacional da última quarta-feira (6).
Durante o programa, exibido nacionalmente, Bonner fez uma imitação da voz do presidente, ao ler declarações de Bolsonaro criticando a imprensa, o que levou seu nome a ser um dos assuntos mais citados do Twitter. Ele destacou falas do regente que afirmavam que o Brasil está quebrado e que a culpa do pânico causado pela pandemia de Covid-19 é da mídia.
“Pessoal da imprensa, sem vergonha, William Bonner, sem vergonha, vai ter seringa para todo mundo. William Bonner, por que seu salário foi reduzido? Porque acabou a teta do governo. Vocês têm que criticar mesmo. Quase R$ 3 bilhões por ano para a imprensa e grande parte para vocês, acabou a grana”, disse Bolsonaro.
Ele continuou a atacar o apresentador do Jornal Nacional "Agora, estão dizendo que vai faltar seringa para outras doenças. São canalhas. Bonner, você é o maior canalha que existe, William Bonner. São canalhas. O tempo todo mentindo".
De acordo com uma publicação, feita pelo jornal Estado de Minas, o presidente voltou a declarar a falta da compra de seringas é culpa alta dos preços e não de uma desorganização do governo federal. "Vocês falam que não comprei seringa agora. Por que? Porque quando fui comprar, o preço dobrou. Se eu compro, vão falar que eu comprei superfaturado. Não dou essa chance para vocês. O Brasil é um dos países que mais produzem seringas. Não vai ter falta de seringas", disse.
Nem Mandetta escapou
Durante a conversa com seus apoiadores, Bolsonaro também alfinetou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e voltou a defender o uso da hidroxicloroquina e da ivermectina no tratamento precoce do novo coronavírus, medicações que não possuem eficácia comprovada contra a doença. "Aqui, o pessoal fala que não pode, não pode, não pode. Mas vai oferecer o quê? Vão dar uma de Mandetta? Quando tiver falta de ar vai para o hospital? Ô Mandetta, fazer o quê no hospital se não tem remédio?”