Vacina: Humberto promete derrubar 'fura-fila' das empresas

Os deputados flexibilizaram para que as empresas possam comprar e se apropriar metade dos imunizantes, sem a necessidade de transferi-los ao Sistema Único de Saúde.

por Jameson Ramos qua, 07/04/2021 - 19:13
LeiaJá Imagens/Arquivo Senador prometeu trabalhar no Senado e com a sociedade para derrubar essa lei LeiaJá Imagens/Arquivo

O senador Humberto Costa (PT), que já foi ministro da Saúde no governo Lula, criticou duramente o Projeto de Lei nº 948/2021 que permite a compra de vacinas contra a Covid-19 por empresas privadas prometeu derrubá-lo no Senado.

O PL foi aprovado na noite desta última terça-feira (6), pela Câmara dos Deputados, com 317 votos favoráveis e 120 contrários, com duas abstenções. Sendo assim, os deputados flexibilizaram para que as empresas possam comprar e se apropriar metade dos imunizantes, sem a necessidade de transferi-los ao Sistema Único de Saúde. 

O senador explica que, na prática, a cada 100 doses compradas por uma empresa, 50 podem ficar com ela, que terá o direito de imunizar um diretor seu de 25 anos, por exemplo, mesmo antes de uma pessoa com 60 anos - que é priorizada pelo SUS.

"Essa proposta é escandalosa. Com ela, o Brasil cria uma segregação por renda, em que os mais pobres só serão vacinados depois dos mais ricos, independentemente de terem fatores de risco. É inaceitável. O governo tem a obrigação de comprar as vacinas para todos os brasileiros sem exceção. Essa prática de abrir para compras privadas só existe em alguns países da Ásia", salienta Humberto.

O petista, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, promete uma ampla articulação política e com setores da sociedade para derrubar a medida que vai à votação na Casa nos próximos dias. 

"Estamos no pior momento da pandemia. Mais de 4 mil pessoas morreram em 24 horas. Uma pessoa a cada 20 segundos. O Brasil já responde por 27% dos óbitos do planeta. Como é que, num quadro desse, nós dizemos a empresários que procurem vacinas pelo mundo, comprem e façam um calendário próprio, passando por cima do SUS?", indaga o parlamentar.

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