Governador do Amazonas é alvo de operação da PF
Na 4ª fase da Operação Sangria, a Polícia Federal cumpre mandados contra a alta cúpula do Governo do Estado do Amazonas
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (2), uma nova fase da Operação Sangria, que investiga possíveis práticas de crimes - como pertencimento a organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos - no Amazonas. Estão sendo cumpridos 25 mandados judiciais, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), entre eles 19 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária. O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), é um dos alvos.
Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Manaus (AM) e Porto Alegre (RS), além de sequestro de bens e valores.
Segundo as investigações, "há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do Governo do Estado, de um hospital de campanha. De acordo com os elementos de prova, ele não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia Covid-19, bem como coloca em risco de contaminação os pacientes e os funcionários da unidade".
Ainda de acordo com a PF, "contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, todos os três firmados em janeiro de 2021 com o Governo do Amazonas, cujos serviços são prestados em apoio ao hospital de campanha, contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados".
Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa e, se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.