Fernando Bezerra Coelho e seu filho são indiciados pela PF
A Polícia Federal aponta que o senador, líder do governo Bolsonaro no Senado, e seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho, receberam R$ 10 milhões em propina
Em relatório final enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal concluiu que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder do governo Bolsonaro no Senado, recebeu propina de R$ 10 milhões de empreiteiras quando era ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff.
Além de Fernando Bezerra Coelho, a polícia também indiciou o deputado Fernando Coelho Filho (MDB), ambos por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e omissão de prestação de contas.
A PF diz que os pagamentos são vantagens indevidas em contrapartida à execução de obras atreladas ao Ministério da Integração Nacional, que FBC comandou entre janeiro de 2011 e outubro de 2013. Uma das obras citadas no relatório da Polícia Federal é a transposição do rio São Francisco, onde as empreiteiras PAS, Barbosa Mello, S/A Paulista e Constremac atuaram.
A delegada Andrea Pinho Albuquerque da Cunha utilizou depoimentos colhidos, dados de quebras de sigilo bancário e telemático para detalhar valores das empreiteiras que teriam transitado por empresas dos operadores e chegaram a pessoas e firmas ligadas ao senador Fernando Bezerra.
Provas colhidas pela PF mostram que as empresas repassaram valores para a revendedora de veículos Bari Automoveis, de Petrolina, Sertão de Pernambuco, território eleitoral da família Bezerra Coelho.
"A OAS também pagou parte das vantagens indevidas por meio de doações oficiais às campanhas políticas dos candidatos ou a seus partidos", diz a PF.
Além do indiciamento do senador e seu filho, a delegada pede no relatório enviado ao STF o bloqueio de R$ 20 milhões em bens de ambos. Segundo a polícia, o valor foi estimado como proveito econômico por eles auferidos com as práticas criminosas.
À Folha de São Paulo, a defesa do senador afirmou que o relatório "não passa de opinião isolada de seu subscritor que, inclusive, se arvora em atribuições que sequer lhe pertencem, sem qualquer força jurídica vinculante". Além disso, os advogados apontam que a investigação "é mais uma tentativa de criminalização da política, como tantas outras hoje escancaradas e devidamente arquivadas".