Bolsonaro diz que deputado não o informou sobre a Covaxin
O presidente Bolsonaro rebateu a versão do deputado Luis Miranda sobre a denúncia de irregularidades na aquisição superfaturada. o parlamentar será ouvido pela CPI da Covid nesta sexta (25)
Nessa quinta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse em sua live nas redes sociais que não foi avisado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) sobre o superfaturamento na compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. O governista afirma que fez a denúncia em um encontro confirmado pelo próprio presidente no dia 20 de março.
Embora a Polícia Federal não tenha registros sobre o pedido de investigação do caso, Bolsonaro acusa Luis Miranda de denunciação caluniosa e pediu que ele seja o alvo do inquérito. O gestor confirmou que se encontrou com o parlamentar no dia 20 de março, mas não deu detalhes do que foi discutido.
"Foi uma coisa que aconteceu, ele não falou nada de corrupção em andamento. Tem nada, tem nada. Passaram quatro, cinco meses depois que ele conversou comigo – conversou sim, não vou negar isso aí – e não aconteceu nada", contou o chefe do Executivo.
Em contrapartida, Miranda afirma que alertou Bolsonaro neste dia sobre o favorecimento de empresas no superfaturamento na aquisição de R$ 1,6 bilhão do imunizante indiano. Ele foi informado pelo irmão Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde e disse ao Ministério Público Federal (MPF) que foi pressionado para agilizar a negociação irregular.
Os irmãos Miranda vão depor na CPI da Covid nesta sexta-feira (25). O deputado garantiu que tem comprovações da sua versão sobre as informações repassadas ao presidente que, aparentemente, não se interessou em evitar a compra.
As vacinas da Covaxin foram as mais caras que o Governo Federal chegou a negociar. Embora Bolsonaro tenha apontado que o atraso na compra dos primeiros imunizantes contra a Covid-19 seja explicado pela falta de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as doses da Covaxin ainda não foram totalmente aprovadas pela entidade. A acusação é mais grave diante das repetidas recusas das doses da Pfizer.