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A estratégia de partidos da direita em incentivar o conservadorismo cristão se baseia nos moldes da estrutura evangélica no Brasil, criada sob forte influência do protestantismo dos Estados Unidos. Os pastores congressistas da bancada da Bíblia costumam demonizar o "politicamente correto" e reforçam a não aceitação das diferenças para atrair votos, assim como fez o ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Exemplo para o presidente Jair Bolsonaro (PL), Trump enxergou nos protestantes um voto fiel e fundamental para se eleger. O modelo foi aprofundado pelo brasileiro, que usa versículos bíblicos como frases de efeito e indicou o pastor Milton Ribeiro ao Ministério da Educação e os ministros André Mendonça e Kássio Nunes ao STF pela devoção religiosa. 

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Em um evento no Palácio da Alvorada, em março deste ano, o presidente disse a líderes religiosos que dirigia a nação "para o lado que os senhores desejarem". Nessa quarta (15), Bolsonaro supôs que Jesus andaria armado ao concluir que ele “não comprou uma pistola porque não tinha naquela época”.

Desinformação e indução

Derrotado em todas as projeções eleitorais até o momento, para reduzir os danos da alta rejeição e se reforçar com seu eleitorado consolidado, o presidente costuma se apoiar na agenda de costumes para encobrir as críticas à gestão. "Isso ocorre porque houve um sequestro em relação a certas pautas. É como se certas pautas, que são importantes para os evangélicos, virassem um monopólio da direita e aí por falta de informação política, eles acabam achando que teologicamente precisam votar na direita", avaliou o doutor em Ciência Política Jorge Oliveira Gomes.

Com o aumento de fiéis nas últimas décadas em paralelo ao enriquecimento dos donos de igrejas como Edir Macêdo, Silas Malafaia e RR Soares, a pesquisa de 2020 do Datafolha apontou que 31% da população brasileira é evangélica, o que representa cerca de 27% do eleitorado religioso. Essa parcela, em sua maioria, é afetada por uma visão de mundo mais reacionária incutida na cultura gospel, que se concebeu no Brasil de forma afastada de teologias mais ligadas a questões sociais.       

O doutor em Ciência Política Gustavo Rocha frisou que os partidos de direita também se aproveitam da fragilidade socioeconômica dos fiéis que são motivados pela teologia da prosperidade. "A principal razão, ao meu ver, está atrelada ao projeto político de lideranças religiosas no segmento neopentecostal. Os fiéis desses grupos tendem a ser de extratos sociais mais baixos, com menos formação e menor grau de informação. Os líderes religiosos desse grupo se aproveitam muito disso para incutir determinadas posições", explicou.

Refúgio para as religiões de matriz africana

Essa estrutura político-religiosa empurra ainda mais as religiões de matriz africana ao preconceito. Como refúgio, seus adeptos veem na esquerda uma saída para receber apoio e respeito. "Na esquerda existe uma maior aceitação por conta da aproximação natural da esquerda com pautas progressistas e de minoria. No Brasil, geralmente as coisas caminham juntas", pontuou Oliveira Gomes.

Rocha acrescenta que a ideologia de esquerda tende a ser mais sensível a questões enfrentadas pelo candomblé e outras vertentes. "Eles são um misto de exclusões. São aqueles que tem sua prática religiosa atrelada à resistência, à imposição do Estado e da sociedade ao longo da história. Sofrem racismo, além de terem sua religião demonizada. Com o aumento da participação evangélica através desse movimento neopentecostais, eles sofrem ainda mais pressão", resumiu.

Mau desempenho da Economia pode virar votos

A fidelidade evangélica nas últimas eleições indica que esses eleitores devem manter a convicção política. Contudo, desde 2018, Rocha percebe que a esquerda passou a tentar se aproximar desses grupos para dialogar. 

Outros fatores que podem mudar o voto evangélico são a divergência decorrente da pluralidade dos grupos evangélicos e a atual situação econômica. “Eles são parte de extratos sociais muito afetados pelo cenário econômico. Há uma tendência que essas duas dimensões entrem em conflito. Então pode haver uma "quebra" nessa fidelidade”, analisou o cientista.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou um projeto de lei, batizado de “Lei Paulo Gustavo”, que previa o repasse de R$ 3,86 bilhões em recursos federais a estados e municípios. A verba se destinaria ao enfrentamento dos efeitos da pandemia da Covid-19 sobre o setor cultural. A informação foi divulgada na terça-feira (5) pela Secretaria-Geral da Presidência e o veto foi publicado na edição desta quarta-feira (6) do Diário Oficial da União (DOU). Congressistas já se organizam para derrubar o voto.

A Câmara dos Deputados aprovou em fevereiro a lei que prevê recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para estados, o Distrito Federal e municípios com o intuito de fomentar atividades culturais. O projeto é do ano passado e de autoria do Senado Federal. Os recursos seriam divididos 50% para os estados e para o DF e o restante para os municípios, sob administração e repartição própria dos recursos, seguindo critérios de proporcionalidade.

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Segundo o governo federal, "a proposição legislativa foi vetada por contrariedade ao interesse público, ao destinar o montante de R$ 3,86 bilhões do Orçamento da União aos entes federativos com a finalidade de fomentar a cultura".

De acordo com a Presidência da República, a criação da despesa estaria sujeita ao limite constitucional previsto no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para a qual não teria sido apresentada compensação na forma de redução de despesa, o que dificultaria o cumprimento do limite.

Ainda segundo o governo, embora tenha sido definido o impacto orçamentário-financeiro, com base no orçamento do exercício de 2021, o total já foi totalizado e para cumprir o orçamento solicitado pelo projeto, seria necessário buscar suplementação dos recursos com outros órgãos da União.

Congresso pode recorrer

O Congresso Nacional tem 30 dias corridos para avaliar o veto. De acordo com o deputado federal Paulo Gadelha (PDT-PE), congressistas da oposição já se organizam para reagir à decisão de Bolsonaro. Para a rejeição do veto é necessária a maioria absoluta dos votos de deputados e senadores, ou seja, 257 votos de deputados e 41 votos de senadores, computados separadamente.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu líderes evangélicos no Palácio da Alvorada, nessa terça-feira (8), e afirmou que dirige o Brasil para o lado que os pastores desejarem. Em troca, os presidentes das igrejas garantiram apoio nas eleições.  

O encontro de 2h não tinha tema definido e sequer constava na agenda oficial, mas serviu para Bolsonaro confirmar o apoio político de 24 congregações evangélicas. Diferente de outras reuniões, dessa vez, o evento foi transmitido no Facebook.

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"Seria muito fácil estar do outro lado. Mas, como eu acredito em Deus, se fosse para estar do outro lado, nós não seríamos escolhidos. Eu falo 'nós' porque a responsabilidade é de todos nós. Eu dirijo a nação para o lado que os senhores assim o desejarem", declarou o presidente a cerca de 280 convidados, entre parlamentares da bancada evangélica e ministros.  

Em determinado momento do discurso, Bolsonaro chorou ao falar da facada na campanha de 2018 e agradeceu a presença dos líderes religiosos. "Agradeço do fundo do meu coração essa manifestação de preocupação com o futuro da nossa pátria, do nosso Brasil", complementou.

O encontro misturou orações e discursos políticos. O presidente da Igreja Comunitária das Nações, JB Carvalho, comparou o brasileiro a Donald Trump e afirmou “Jair Bolsonaro é a resposta à oração da igreja”. 

Outro que se posicionou contra a vitória de outros candidatos foi o presidente da Renascer em Cristo, Estevam Hernandes. Ele apontou que o desafio das igrejas evangélicas é “não permitir que o ‘espinheiro’ governo o Brasil”.

A Polícia Federal intimou o presidente Jair Bolsonaro (PL) a depor no inquérito que apura o vazamento de documentos de uma investigação sigilosa sobre o ataque de hackers ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). À época, o TSE enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o chefe do Executivo, solicitando que ele fosse investigado pela divulgação. O ministro Alexandre de Moraes, autor do pedido de depoimento, também já havia sinalizado a intimação anteriormente. A oitiva ainda não tem data para acontecer. A informação é da Folha de São Paulo.

Os documentos foram divulgados por Bolsonaro em agosto deste ano, em sua conta no Twitter, como forma de tentar justificar as suas alegações sobre o acontecimento de fraudes nas eleições de 2018. Apesar da vitória, o mandatário costumava ter postura mais negacionista diante da segurança da urna eletrônica, o que já foi refutado em diversos momentos pelo TSE. O ex-capitão contou com a participação do deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) para acessar e divulgar o conteúdo sigiloso. Veja o tuíte, que ainda está no ar, abaixo:

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Moraes também determinou a remoção dos links disponibilizados por Bolsonaro com a íntegra da investigação e o afastamento do delegado da PF que era responsável por esse inquérito. Inicialmente, o depoimento do presidente não estava previsto, no entanto, após ouvir Barros e o delegado responsável pela investigação na ocasião, a PF optou por intimar Bolsonaro. A investigação associa o vazamento ao inquérito das fake news.

Esta é a segunda vez que Bolsonaro irá prestar depoimento. O primeiro caso apurou se houve interferência da sua parte no comando da Polícia Federal. A suspeita foi levantada após denúncia do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos).

Após o lobby de meses da bancada da Bíblia, a confirmação do "terrivelmente evangélico", o pastor André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi comemorada no Planalto com culto e louvores. Este foi o segundo nome que o presidente Jair Bolsonaro (PL) emplacou na Suprema Corte, que pode receber mais dois ministros conservadores, como promessa de reeleição. Ao LeiaJá, cientistas políticos analisaram a ida do ex-ministro da Justiça ao Judiciário e a participação de religiosos nos Três Poderes. 

A presença de religiosos no processo político brasileiro não é novidade. Nos últimos 20 anos, evangélicos conquistaram cargos eletivos nas Câmaras municipais, e hoje já são gestores executivos e assumem cadeiras no Congresso. Cerca de 30% dos brasileiros cultuam uma de suas vertentes e, apesar do público heterogêneo, a pauta de costumes é o principal ponto de convergência.

Representatividade

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"É compreensível que essa expansão seja acompanhada de um empoderamento desse seguimento. Então não é surpreendente", apontou o doutor em Ciência Política, Arthur Leandro.

Ele destacou que o processo de transição religiosa no Brasil contempla o crescimento evangélico ao mesmo tempo que a participação de cristãos se retrai. Tal movimento abre espaço para cultos de matrizes africanas e para o ateísmo. "O estado é laico, não é ateu. É um processo que está dentro das regras do jogo", comentou. 

Aceno habitual às bases eleitorais

Além de ser uma porção relevante da sociedade, do ponto de vista eleitoral, o voto evangélico é uma das bases de apoio mais concretas do presidente, que mantém a prática dos seus antecessores de contemplar seguimentos que possuam identificação para conferir representatividade política no STF. 

"A gente passou por processo semelhante quando houve a representação de outras minorias, como no caso do ingresso das mulheres na Suprema Corte e da preocupação da decisão política do ex-presidente Lula de indicar um ministro negro, que foi o caso de Joaquim Barbosa", descreveu.

Cedo para mensurar possíveis danos ao processo judicial

Em meio à polêmica sobre a inconstitucionalidade com uma eventual quebra do Estado laico, o mestre e apresentador do podcast Política é Massa, Caio Santos, pregou cautela para confirmar se Mendonça vai seguir à risca a agenda fundamentalista levantada por Bolsonaro e pelos 'pastores-celebridade' que pressionaram por sua indicação.

"Alexandre de Moraes, por exemplo, entrou com tendências conservadoras, mas em alguns momentos toma decisões que não são tão conservadoras assim", entendeu ao acrescentar que também existem políticos religiosos que respeitam as liberdades individuais e mantém o princípio da laicidade.

"No caso do envolvimento político, geralmente as lideranças são além de religiosos, empresários e poderosos. E aí toda essa relação se misturando com o Poder e o Estado, a coisa tende a ficar complicada", alertou.

Decisões passam pelo crivo dos colegas da Corte

Pastor André, como se apresenta nos templos, atendeu aos critérios de idade e notório saber jurídico no entendimento do Senado, que carrega como regra a aprovação das indicações dos presidentes. 

Caso as decisões do caçula do STF sejam distantes da Constituição Federal e do entendimento dos 11 ministros, elas poderão ser revisadas pelo próprio pleno antes dos seus efeitos.

Pauta enfraquecida para 2022 

Embora se mostre ainda bastante presente no debate político, para Santos, a discussão sobre costumes que foi protagonista em 2018 deve perder força para as próximas eleições.

"A tendência da eleição do ano que vem é de um debate pautado em econômica e questões sociais. Vai ser difícil o povo gastar tempo discutindo costumes quando o Brasil tem inflação, fome, desemprego cada vez maior", complementou.

O secretário especial de Cultura, Mario Frias, se declarou para o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais. Na publicação na noite dessa segunda-feira (6), ele postou uma foto ao lado do chefe antes de assumir o cargo, quando participou da agenda presidencial informalmente.

"Pessoa simples, humilde, sincera, e homem de palavra, coragem e caráter", foi como Frias descreveu Bolsonaro no registro feito em março de 2020.

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Desde que assumiu a pasta deixada pela atriz Regina Duarte, o apresentador adota com mais clareza a política do presidente para a Cultura.

Crítico da Lei Rouanet e contra financiamentos para projetos voltados à diversidade, recentemente, Frias foi acusado de contratar por R$ 3,6 milhões uma empresa sem licitação e sem funcionários.

A aprovação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou ao índice mais baixo nesta segunda-feira (29). A pesquisa publicada pela consultoria Atlas em parceria com o Valor Econômico aponta que, atualmente, menos de 20% dos brasileiros apoiam o presidente.

O estudo mostra que apenas 19% da população mantém apoio à gestão de Bolsonaro, mesmo com a condução controversa do Executivo. Há um ano atrás, a aprovação era de 31%, o que comprova o aumento da insatisfação com o presidente.

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Outros 20% consideram o governo é 'regular' e 60% desaprova totalmente as decisões do governo, de acordo com o levantamento. Em queda diante da movimentação dos concorrentes, Bolsonaro deve se filiar ao PL para tentar a reeleição.

A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 26 de novembro, e ouviu 4.921 entrevistados. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.

Nessa terça-feira (16), o ministro Dias Toffoli afirmou que o Brasil já vive um semipresidencialismo moderado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração feita em Portugal, no 9º Fórum Jurídico de Lisboa, atraiu críticas de apoiadores do Governo Bolsonaro nas redes sociais.

“Nós já temos um semipresidencialismo com um controle de Poder Moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”, analisou Toffoli, conforme o Poder360.

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Nesta semana, no mesmo evento em Portugal, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) já havia exposto interesse na mudança e considerou como uma alternativa "que faz falta nas crises"

"Sabemos que não há unanimidade, mas certamente o sistema semipresidencialista se sobressai entre as alternativas que podem articular de forma mais virtuosa e eficiente a nossa experiência histórica e as nossas necessidades institucionais”, citou o parlamentar.

Também em Lisboa, o ex-advogado-geral da União José Levi Mello acrescentou que a alteração do sistema de Governo seria natural, já que o Parlamento é quem, de fato, governa o Brasil.

“Por que não tentar isso no Brasil? Sobretudo no Brasil de hoje, onde, sem nenhuma dúvida, o centro da política já é o Parlamento, como é próprio de uma democracia representativa”, acrescentou Levi. “É natural que seja assim. Por que não formalizar a parlamentarização do modelo ou a sua semiparlamentarização, ou um semipresencialismo? Porque [a parlamentarização] já é, em alguma medida, praticada”, defendeu.

Críticas à fala de Toffoli

Nas redes sociais, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (saem partido) comentaram contra a declaração do ministro e, mais uma vez, instigaram uma ação das Forças Armadas. "29 anos atrás o Brasileiro votou através de um plebiscito e escolheu, por maioria uma república presidencialista! O povo decidiu. Em 2021 o STF, através da fala de um ministro, Toffoli, anuncia que estamos num semipresidencialismo comandado pela própria corte sem 1 voto sequer", escreveu uma internauta.

"Um semipresidencialismo que nós não escolhemos, que foi implantado a fórceps, onde dois dos três poderes, integrados por perfis de currículo pra lá de suspeitos, vivem trocando perdões entre si. O que temos no Brasil é um "tomaládaquismo", rechaçou outro apoiador do presidente.

Apoiado por parte do STF

Antes de Toffoli endossar o semipresidencialismo no Brasil, os companheiros de STF, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes já haviam apoiado a posição.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Barroso, disse em julho que o país deveria adotar o sistema até 2016. A declaração foi feita no Simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro, quando destacou que o semipresidencialismo é "uma experiência que tem dado certo na França e em Portugal".

No entendimento de Barroso, o presidente continuaria eleito pelo voto direto, com as competências de Estado garantidas, como as relações internacionais, comando das Forças Armadas e indicações aos tribunais superiores, por exemplo. Contudo, também nomearia um primeiro-ministro, que deveria ser aprovado pelo Congresso para desempenhar "o papel de chefe de governo e conduzirá o varejo político da vida de um país".

Na ocasião, Gilmar Mendes cumprimentou a proposta do colega nas redes sociais e revelou que, desde 2017, cultiva junto com o ex-presidente Michel Temer e o professor Manoel Gonçalves, o interesse no semipresidencialismo para superar os déficits da governabilidade do modelo atual.

Mais de 20 cientistas com condecorações da Ordem Nacional do Mérito Científico renunciaram à medalha em apoio a dois colegas excluídos da lista de agraciados por críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Após se autocondecorar com a medalha aos pesquisadores, Bolsonaro anulou a comenda de dois integrantes da Fiocruz.

"Enquanto cientistas, não compactuamos com a forma pela qual o negacionismo em geral, como perseguições a colegas cientistas e os recentes cortes nos orçamentos federais para a ciência e tecnologia têm sido utilizados como ferramentas para fazer retroceder os importantes progressos alcançados pela comunidade cientifica brasileira nas últimas décadas", destaca parte da carta assinada pelos estudiosos.

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Na sexta-feira (5), o decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) informou a anulação da comenda à diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Schwartz Benzaken, e ao pesquisador da Fiocruz, Marcus Vinícius Guimarães Lacerda.

Benzaken elaborava políticas de prevenção, vigilância e controle de infecções sexualmente transmissíveis pelo Ministério da Saúde, e foi demitida do departamento pela relação com uma cartilha voltada à saúde de homens trans.

Já Lacerda coordenou um estudo no Amazonas em abril de 2020 e concluiu que não havia benefícios do uso de altas doses de cloroquina para pacientes graves da Covid-19. Desde então, anda com escolta armada por receber ameaças e morte de bolsonaristas.

Na quarta (3), o epidemiologista Cesar Vitora recusou o título de Grão-Cruz da Ordem concedida pelo Governo Federal. Em carta-aberta, ele destacou que a honraria é um reconhecimento para qualquer cientista brasileiro, mas ficou dividido por ter sido entregue por uma gestão que 'não apenas ignora, mas ativamente boicota as recomendações da epidemiologia e da saúde coletiva".

O DOU da quinta-feira (4) confirmou que o presidente concedeu a medalha na classe Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico a si mesmo. A honraria é concedida pelo poder público para estudiosos nacionais e estrangeiros que contribuíram para o desenvolvimento da Ciência e Inovação do Brasil.

Em julho, ele já havia condecorado a esposa Michelle com a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz, destinada a reconhecer os esforços de autoridades e personalidades que tenham contribuído para o bem-estar físico e mental da população.

 

A pesquisa do Instituto Ipespe divulgada nesta quarta-feira (3) aponta que 64% dos entrevistados desaprova o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Com apenas 30% de aprovação, 54% enxerga a gestão como ruim ou péssima.

Só 24% avalia a gestão como boa ou ótima, enquanto 67% vê que a Economia segue no caminho errado.

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O Ipespe também traçou a relação entre Bolsonaro e a mídia, e identificou que 59% dos brasileiros tiveram acesso a mais notícias desfavoráveis, enquanto 7% considera o contrário.

Sobre os assuntos recentes publicados sobre o Governo Federal, 25% dos entrevistados lembrou da informação falsa repassada por Bolsonaro sobre a vacina contra a Covid-19 causar Aids. O segundo lugar ficou empatado entre o descaso do governo com a pandemia, a CPI da Covid e o Auxílio Brasil, com 6%.

O estudo foi realizado entre os dias 25 e 28 de outubro, quando mil eleitores foram ouvidos por telefone. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais e o índice de confiança de 95,5%.   

 

Assim como o irmão mais velho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que abandonou a cadeira de deputado federal em Brasília para viajar com ministros à Dubai, ao invés de focar em seu mandato como vereador, Carlos Bolsonaro (Republicanos) insiste em usar as redes sociais para opinar sobre assuntos longe das suas atribuições e atacar opositores com textos confusos. Sem muitas publicações sobre o que vem fazendo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Carlos passeia em Roma com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Para o filho mais novo do presidente na política, a ida do pai à reunião dos países do G20 serviu como excursão à Itália. Carlos deixou o Rio e cruzou o Atlântico a caminho do encontro das principais economias mundiais neste fim de semana, quando debatem sobre os impactos da Covid-19, impostos e mudanças climáticas decorrentes do efeito estufa. 

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Eleito em seu quarto mandato como legislador municipal, a recorrência de publicações sobre seu trabalho é bastante inferior no Twitter em comparação ao tempo que gasta para atacar concorrentes do presidente, como os pré-candidatos ventilados à 'terceira via' e o ex-presidente Lula (PT). 

Ele é apontado como o suposto líder do 'Gabinete do Ódio' – núcleo virtual de apoio às pautas do presidente instrumentalizado por robôs e disparos em massa – e usa o perfil como a principal ferramenta para se comunicar com o eleitorado. Seu passatempo nas redes também é opinar sobre costumes alheios e críticas à comunidade LGBTQIA+.

Trabalho para ajudar a cidade do Rio

Suas últimas posições defendidas na Câmara são contra o passaporte vacinal na cidade e uma proposta contra o uso de banheiros públicos por transexuais. O site da Casa informa que "não existe nenhuma informação para a solicitação na base de Discursos e Votações", nem na aba de “Leis da sua Autoria”.

O vereador integra as Frentes Parlamentares em defesa da Educação Física e da Saúde Mental. Suas proposições protocoladas neste ano são: 235 indicações, 5 ofícios, 1 Projeto de Resolução, 2 Projetos de Lei Complementar, 2 Projetos de Decreto Legislativo, 7 Requerimentos de Informação, 2 Projetos de Emenda à Lei Orgânica e 18 Projetos de Lei.

 

Uma das 15 vagas para o 6º ano do ensino fundamental do Colégio Militar de Brasília (CMB) já foi reservada para a filha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Enquanto os jovens candidatos se enfrentam em um rígido processo seletivo, bastou um pedido do chefe do Executivo para que o Exército confirmasse o ingresso de Laura em 2022.

O pedido para que Laura Bolsonaro estudasse na escola sem passar pela prova de seleção foi feito pelo pai em agosto, sob a justificativa de "questão de segurança". No último dia 18, a filha caçula do gestor com Michelle completou 11 anos.

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"A minha [filha] deve ir ano que vem para lá [CMB], a imprensa já tá batendo. Eu tenho direito por lei, até por questão de segurança", comentou com apoiadores.

Anualmente, cerca de são 22 mil candidatos concorrem às vagas da escola, que aceita aprovados do público geral e também oferece a oportunidade aos dependentes de militares da ativa em situações específicas como transferidos de estado ou designados para missão no exterior. A mensalidade custa entre R$ 250 e R$ 278. 

A decisão de pular a etapa seletiva da filha do presidente foi aceita pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, indicado pelo próprio Bolsonaro ao Comando do Exército. Na nota enviada ao G1, ele acatou a "solicitação de matrícula em caráter excepcional".

Bolsonaro é ex-militar, mas o regulamento do Exército permite que o general decida quem pode ingressar no Colégio Militar sem fazer prova. "faculta ao Comandante do Exército apreciar casos considerados especiais, ouvido o Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), conforme justificativa apresentada pelo eventual interessado", aponta parte do documento.

Aparentemente sem justificativa pontual para a facilitação de ingresso, o acesso integral ao processo não foi autorizado. 

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, recuou nas críticas à distribuição gratuita de absorventes e anunciou um programa com as mesmas diretrizes para os próximos dias. Após apoiar o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao projeto do Congresso, em meio ao debate sobre a pobreza menstrual, a gestora informou que a proposta já era discutida há meses pela pasta.

Quando a medida foi vetada, Damares chegou a comparar a necessidade de absorvente com a vacina contra a Covid. Na ocasião, ela disse que mulheres pobres sempre menstruaram no Brasil.

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O anúncio foi feito pela ministra em uma publicação nas redes sociais ao lado do deputado Roberto de Lucena (Podemos-SP). “Na oportunidade, garanti ao parlamentar que nos próximos dias vamos anunciar o programa do governo federal para distribuição de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade. Programa que já estava sendo discutido há meses dentro do governo”, escreveu.

Atual presidente da Frente Parlamentar em Defesas dos Direitos Humanos e da Justiça Social, o parlamentar teve a ministra como chefe de gabinete entre 2011 e 2012. “A parceria, amizade, admiração e carinho continuam. Hoje, além do trabalho no Parlamento e no Executivo, estamos juntos na Jornada Nacional em Defesa da Vida e da Família", acrescentou.

Em entrevista à Jovem Pan nessa terça-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não vai se vacinar contra a Covid-19. Antes, o chefe do Executivo havia dito que seria o último vacinado no Brasil.

“Eu decidi não tomar mais a vacina. Eu estou vendo novos estudos, a minha imunização está lá em cima, para que vou tomar a vacina? Seria a mesma coisa que você jogar R$ 10 na loteria para ganhar R$ 2. Não tem cabimento isso”, considerou. 

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Para quebrar a promessa e o acordo coletivo de imunização, Bolsonaro voltou a defender a liberdade individual. “Para mim a liberdade acima de tudo. Se o cidadão não quer tomar a vacina, é um direito dele e ponto final”, complementou.

Próximo ao desfecho da CPI da Covid, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) certificou que vai indiciar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outras 30 pessoas, incluindo o ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Nesses seis meses, o inquérito do Senado desgastou a imagem de Bolsonaro, mas cientistas políticos apontam que a Comissão não deve trazer prejuízos concretos ao presidente.

Os senadores da CPI ouviram ex-ministros da Saúde, médicos do suposto gabinete paralelo, empresários que teriam financiado Fake News e outros envolvidos nas políticas em torno da pandemia. O relatório-final será votado no dia 20 e segue para o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, que tem um mês para avaliar as denúncias.

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No texto ao Ministério Público, o senador Calheiros vai pedir a prisão dos indiciados. “Nós utilizaremos os tipos penais do crime comum, do crime de responsabilidade, do crime contra a vida, do crime contra a humanidade e estamos avaliando com relação a indígenas a utilização do genocídio”, elencou.

Iniciada com a oitiva do ministro da Saúde no começo da crise sanitária, o ex-chefe da pasta Luiz Henrique Mandetta (DEM-MT), os depoimentos de caráter multidisciplinar revelaram indícios criminais e debateram sobre pontos polêmicos como o estímulo do falso kit Covid, pacientes servindo de cobaia para estudos de um plano de particular, superfaturamento na compra de imunizantes através de intermediários próximos ao Planalto, o movimento negacionista contra vacinas e máscaras de proteção, o suposto gabinete paralelo que assessorava a Saúde desde o período do general Eduardo Pazzuello e o financiamento de fake news nas redes sociais para minimizar o risco da doença.

Impeachment é um objetivo distante

Na visão do doutor em Ciência Política, Elton Gomes, mesmo com os fortes indícios, a CPI não conseguiu provas substanciais de ilícitos cometidos por Bolsonaro, apenas acusações de negligência que, dificilmente, garantem a abertura do processo de impeachment. "A essa altura se torna cada vez menos viável. Estamos muito próximos do período eleitoral, não há votos na Câmara para afastar o presidente. O presidente Arthur Lira (PP-AL) é um aliado do governo, ainda que circunstancial. Então a possibilidade do relatório trazer alguma coisa para afastar o presidente é próxima de zero", calculou.

"É um indiciamento político, você não precisa ter provas categóricas. Já o processo judicial onde segue depois do relatório político da CPI é diferente, você teria que ter muito mais substâncias", esclareceu o estudioso.

Ele considera que os efeitos da Comissão não devem se refletir nas eleições pelo intervalo. Nesse período de quase um ano, a agenda deve ser tomada por novos fatos econômicos relacionados ao fim da pandemia. 

O cientista político Jorge Oliveira reforça que a Comissão corre no Senado e que não necessariamente se cruza com a atividade da Câmara. Contudo, a falta de mobilização popular é o fator que retém a abertura da discussão sobre o afastamento. "Ainda não saiu do papel pela ausência de protestos de rua massivos e unificados por parte da oposição, e pela postura mais pragmática que Bolsonaro adotou com o Centrão", indica.

Aceite de Augusto Aras é fundamental para o processo

O analista lembra que o processo vai cair no colo do PGR, Augusto Aras, o que dificulta a acusação. Após desprezar a tradicional lista tríplice, o presidente foi quem indicou o procurador para o cargo. Classificado como ‘engavetador’, Oliveira o define como ‘um verdadeiro poste”.

"Não se trata de exagero: Aras não cumpre seu papel e atua mais como um Advogado Geral da União do que como um fiscal da lei. Acho difícil que Aras prossiga com o inquérito, a não ser que haja algum tipo de deserção estratégica de sua parte, antevendo uma iminente saída do Poder de seu chefe", apontou.

Para tentar afastar a impunidade aos demais indiciados, a estratégia do senador Renan Calheiros é desmembrar as denúncias em diversas esferas. “Nós vamos enviar para a Procuradoria-Geral da República apenas o que couber à PGR. E vamos destrinchar [o relatório], para mandar para o Ministério Público do Distrito Federal, de São Paulo, de outros estados, para o Tribunal de Contas da União”, disse.

Incapacidade política para a Defesa

No ponto de vista político, a Comissão mais uma vez comprovou a falta de articulação do presidente, que não teve capacidade de formar uma base de apoio segura. Além da maioria do colegiado – 7 senadores - ser da oposição, os cargos de destaque também foram formados por um núcleo oposicionista com o presidente Omar Aziz (PSD-AM), o vice Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Calheiros (MDB-AL) na relatoria. Do outro lado, quatro senadores tentaram manobrar a defesa.

Mesmo com a boa estratégia que surtiu efeitos negativos à imagem do presidente, Oliveira descreve que a CPI foi abalada por certo despreparo. "Em dados momentos a CPI se perdeu um pouco nos discursos políticos e no mero palavrório de alguns nomes da oposição. Houve também senadores que fisgaram algumas iscas dos bolsonaristas e propiciaram palco negacionista. Faltou preparo de alguns da oposição", destacou.

Efeitos da CPI na gestão da pandemia

Os desdobramentos negativos para o presidente parecem ter pressionado uma mudança na política de enfrentamento à pandemia. Porém, Oliveira assegura que "Bolsonaro continua sendo o que sempre foi e eventuais recuos estratégicos dele não podem ser lidos como mudanças de tom ou moderação". Ele credita os ganhos do controle do vírus aos governadores e ao apoio da Imprensa para conscientizar a população com bases científicas.

Gomes admite que a atividade no Senado deu maior visibilidade à crise sanitária e "fez com que o Governo precisasse adotar uma linha mais proativa, sobretudo no que diz respeito à importação de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), produção nacional e distribuição de imunizantes".

CPI fortaleceu militância bolsonarista

Embora tenha ‘fritado’ sua imagem quase que diariamente, a CPI trouxe certo benefício ao presidente com a consolidação da sua militância, sobretudo a virtual, que se mostrou articulada ao usar instrumentos da política contemporânea para rebater o colegiado. “Eles recorreram ao ridículo, aos memes, ao choque de informações, a reinterpretação, revisionismos, formas de ataques contra os detratores do Governo", identificou Elton Gomes, que enxerga uma certa vantagem organizacional em relação à militância virtual da esquerda. 

"Quem apoiava Bolsonaro segue e seguirá apoiando. Quem não apoia provavelmente teve suas crenças reforçadas com os depoimentos [...] A partir do momento que o relatório da CPI for enviado ao Ministério Público e as medidas judiciais eventualmente sejam tomadas poderemos ver a base do presidente sentir mais", concluiu Oliveira, que coloca a análise de Aras como o grande teste dos efeitos concretos da comissão.

Após a publicação dos vetos presidenciais ao seu Projeto de Lei (PL) que previa a distribuição de absorventes para alunas de escola pública, reclusas e mulheres em vulnerabilidade social, na manhã desta quinta-feira (7), a deputada Marília Arraes (PT-PE) classificou a posição de Jair Bolsonaro (sem partido) como 'um verdadeiro absurdo'. Para barrar os principais trechos do texto, o gestor alegou que a proposta 4968/2019 não esclarece de onde os recursos serão retirados.

Ao destacar o cerceamento da atuação das mulheres instituído pela cultura patriarcal, Marília criticou o descaso de Bolsonaro à causa que visa garantir o apoio do Estado a uma questão da natureza fisiológica feminina. "É um verdadeiro absurdo para as mulheres do Brasil dizer que absorvente não é essencial. Quem tá dizendo é o presidente", apontou.

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A parlamentar reforçou que o PL apresentado em 2019 foi aprovado na Câmara e no Senado após a conciliação de lideranças partidárias, inclusive da própria base governista. "Um episódio lamentável de veto do projeto aprovado em plenário [...] nós trabalhamos muito para em um momento difícil como esse unir o país em uma causa e não dividir como o presidente costuma fazer", disse na sessão desta quinta (7).

Para Marília, a união do Congresso, especialmente da bancada feminina, provou que as mulheres precisam de mais dignidade no Brasil. "Fiquei muito impressionada com o veto porque tratou de questões que já estavam resolvidas, que foram alvo de negociações exaustivas entre nós, autores do projeto", considerou ao comentar sobre os fundos de custeio das medidas.

Os recursos para manter os eixos do PL seriam remanejados do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo Penitenciário Nacional. A proposta também pretendia distribuir o item de higiene nas cestas básicas entregues pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Mesmo com a negativa do Planalto, o texto volta para a Câmara, que tem até 30 dias para avaliar os vetos e decidir se vai mantê-lo ou não.

Aprovada em amplo acordo no Congresso, a proposta de distribuir absorventes para estudantes de escolas públicas e mulheres em situação de rua foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A decisão publicada nesta quinta-feira (7), no Diário Oficial da União, justifica que o texto não define a fonte de custeio para manter o projeto.

O Projeto de Lei (PL) 4968/2019 da deputada Marília Arraes (PT-PE) visava entregar o item de higiene básica para mulheres em extrema vulnerabilidade e possibilitar que estudantes de baixa renda deixassem de faltar aulas durante o período menstrual. 

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Apesar da expectativa pela aprovação integral, Bolsonaro sancionou partes do PL e criou o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Contudo, vetou logo o 1º artigo referente ao repasse dos absorventes e o 3º que listava quatro categorias de beneficiárias, que seriam mulheres em vulnerabilidade social, estudantes da rede pública, reclusas em unidades socioeducativa e em presídios. 

O PL também pretendia incluir o item nas cestas básicas entregues pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, mas o trecho também foi retirado sob o argumento de que a proposta aprovada pela Câmara e pelo Senado não aponta a fonte de custeio para manter a medida. O texto sugeria o uso de recursos destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e no caso das reclusas, o repasse viria do Fundo Penitenciário Nacional.

Para vetar os eixos do PL, o presidente destacou que absorventes não fazem parte do rol de medicamentos essenciais definidos pela Relação Nacional de Medicamentos Essenciais e que ao definir as categorias de beneficiárias, o projeto quebra o princípio da universalidade do SUS. Já a justificativa para não destinar a verba do Fundo Penitenciário Nacional foi de que a lei não tem essa finalidade.

Dos trechos do PL aprovados por Bolsonaro estão a obrigação do Poder Público em promover campanhas de conscientização sobre a saúde menstrual. Ele também liberou que secretários de Educação possam custear o atendimento ao que a lei prevê.

A matéria volta ao Congresso, que tem até 30 dias para avaliar os vetos do presidente e derrubá-los ou não.

 

Suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e devolvida ao Governo pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), a 'Medida Provisória (MP) das Fake News' ainda é um dos pontos polêmicos da política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em torno do uso das redes sociais e do compartilhamento de informações falsas. A proposta dificulta a remoção de conteúdos das plataformas, que entram no debate criminal quando são tomadas por discurso de ódio.

Com a intenção de alterar o Marco Civil da internet, Bolsonaro justifica o projeto ao defender que as plataformas são arbitrárias ao excluir determinadas publicações. A cientista política Letycia Raila explica que a aprovação da MP iria impor barreiras à gestão das empresas de mídias sociais. 

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"Isso seria um ponto a se questionar no sentido de que seria muito mais fácil propagar mensagens que não são verdadeiras através das mídias sociais uma vez que as empresas que cuidam dessas redes sociais precisariam fazer uma análise que já não seria mais 'programada' para tirar determinadas informações. Para que existisse essa tal 'justa-causa', as mídias sociais precisariam de uma espécie de permissão para excluir e tornaria essa questão muito mais lenta", detalhou.

A estudiosa lembra que o Marco Civil da internet foi aprovado em 2014 para garantir direitos e deveres aos usuários, o que regulamentou o uso das plataformas. "Não é como se o ambiente virtual fosse uma 'terra sem lei', pelo contrário, a gente tem leis que regulamentam bastante a utilização das redes sociais", acrescentou.

Outra brecha seria o afrouxamento do ponto de vista penal, já que as publicações geralmente são compartilhadas com discurso de ódio e agressões direcionadas. "Não existiriam nenhum tipo de penalidade nessas questões, o que tornaria o sistema muito mais moroso". 

Aos usuários, a MP pode ser compreendida como um retrocesso, bem como à política pregada pelo Marco Civil, pois diminui a autonomia das empresas referente ao disparo de informações falsas no Instagram, Facebook, WhatsApp e outras redes. "Não vejo muitas evoluções visto que o próprio Marco Civil da internet já garante os direitos dos indivíduos que utilizam a internet. Ela é regulamentada, então não vejo grandes melhorias ao usuário”, pontuou a especialista.

A dupla recusa à proposta dá indícios de uma nova derrota de Bolsonaro no Congresso. No entanto, aprovada ou não, o processo eleitoral ainda deve sofrer com o disparo de informações falsas como estratégia para direcionar votos e atacar adversários.

"Não acho que isso enfraqueça de forma muito extensiva a campanha eleitoral. Supondo que a gente vai ficar da forma que estamos, as informações vão continuar sendo passadas pelo WhatsApp, pelo Facebook, pelo Instagram e pelos meios de comunicação”, sugeriu a cientista, que não prevê grandes efeitos para 2022.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) admitiu que os atos de 7 de setembro passaram a ser organizados após uma convocação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) feita semanas antes. Esta é a primeira vez que Bolsonaro é citado em um inquérito da PGR.

A PGR também tenta rastrear o envolvimento de ministros na organização dos atos antidemocráticos. De acordo com publicação do O Globo, o documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) não assevera investigação contra o presidente, nem aponta crimes pela motivação às manifestações que tiveram seu ápice na Esplanada dos Ministérios.

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No material enviado ao relator e ministro do STF, Alexandre de Moraes, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo aponta que a primeira convocação para a mobilização contra as instituições democráticas foi feita no dia 15 de agosto, quando Bolsonaro teria enviado uma mensagem para seus contatos no WhatsApp cobrando um 'contragolpe' às manifestações contra sua gestão.

"A princípio, a organização da realização de prováveis atos de ataque à democracia e às instituições iniciou-se com entrevista do presidente da República informando que haveria 'contragolpe' aos atos entendidos como contrários à sua gestão, em 15 de agosto", destacou a subprocuradora-geral.

A partir da data, a investigação busca rastrear o fluxo financeiro dos envolvidos para identificar financiadores. Um dos principais investigados é o caminhoneiro conhecido como Zé Trovão, que está foragido no México. 

Ele incitou a paralisação da categoria para pressionar a destituição do STF. Semanas antes do protesto, Zé Trovão foi à Brasília onde participou de uma reunião com a Secretária Especial de Articulação Social, Gabriele Araújo. O encontro foi registrado na agenda oficial com o tema “caminhoneiros autônomos”.

Na ocasião, o foragido ainda se encontrou com os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional e Gilson Machado, do Turismo, além dos deputados bolsonaristas Nelson Barbudo (PSL-MT) e Hélio Lopes (PSL-RJ). No depoimento à Polícia Federal (PF) antes da fuga, ele respondeu que os encontros foram casuais.

O primo dos filhos de Bolsonaro, Léo Índio, é outro investigado pela PGR, que verificou que ele também fez convocações e chegou a divulgar dados para arrecadar recursos para as mobilizações. Ele ainda vai prestar depoimento à PF, mas já negou ligação com os demais citados e disse que não recebeu doações.

 

Menos de um mês após receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19 pelas mãos do próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contraiu o vírus na viagem com a comitiva presidencial à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nos Estados Unidos. Com o diagnóstico do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), subiu para três pessoas o número de infectados na ida à Nova Iorque.

Conforme publicado pelo portal R7, o parlamentar confirmou que está sem paladar e com coriza, e já iniciou os cuidados para controlar o quadro sintomático. Ele fez o teste nessa quinta-feira (23) e o resultado saiu nesta sexta (24).

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Além de Eduardo, um diplomata - que não teve a identidade revelada - e o ministro Marcelo Queiroga estão isolados após o diagnóstico de contaminação. Contudo, o deputado indicou que mais integrantes da comitiva podem estar com Covid-19.

"Na live de ontem, JB (Jair Bolsonaro) disse que duas pessoas, que são conhecidas da população, testaram positivo. Certamente, eu sou uma delas. A outra não sei quem é", disse ao R7. Em aparição atípica, nessa quinta (23), o presidente Bolsonaro fez a transmissão desacompanhado. Ele também cumpre isolamento.

Aos 37 anos, Eduardo atrasou seu ciclo vacinal por vontade própria, já que a campanha para sua faixa etária em Brasília iniciou no dia 23 de julho. O fabricante responsável pelo imunizante ministrado no deputado não foi revelado.

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