Mandetta: MS demorou a admitir ineficácia do 'kit covid'

Em uma nota técnica enviada à CPI da Covid-19, pasta classificou medicamentos do tratamento precoce como ‘ineficazes’ contra o coronavírus pela primeira vez em toda a pandemia

por Vitória Silva qua, 14/07/2021 - 15:57
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Após um ano e quatro meses de campanha para os medicamentos ineficazes contra a Covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina, o Ministério da Saúde admitiu que os medicamentos do chamado “kit covid’ são ineficazes no tratamento contra o coronavírus. Essa foi a primeira vez que a esfera federal se posicionou como ciente da não-recomendação dos medicamentos, através de documentos oficiais.

O posicionamento foi considerado tardio por muitas figuras políticas e da administração pública, como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que deixou o Ministério após conflitos de interesse com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e que estavam relacionados a uma discordância quanto à agenda negacionista do PR, adepto ao tratamento precoce, apesar da ineficácia comprovada ainda em 2020.

“Após um ano, sete meses e 536 mil mortes, o Ministério da Saúde fala baixinho que ‘tratamento precoce’ não é recomendado. Demorou hein? Alô Conselho Federal de Medicina, agora só falta você! Ciência!!!”, escreveu Mandetta.

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"Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população", diz o documento enviado à CPI da Covid, após solicitação do senador Humberto Costa (PT-PE).

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