Relator: Flordelis usou mandato para coagir testemunhas

O Plenário analisa neste momento o relatório do Conselho de Ética que recomenda a cassação do mandato da deputada

qua, 11/08/2021 - 16:04
Fernando Frazão Agencia Brasil A deputada Flordelis pode ter seu mandato cassado Fernando Frazão Agencia Brasil

O relator do processo que pede a cassação da deputada Flordelis (PSD-RJ), Alexandre Leite (DEM-SP), disse no Plenário da Câmara dos Deputados que a parlamentar usou o mandato para coagir testemunhas e ocultar provas. Disse ainda que a análise do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se limitou a fatos considerados antiéticos, sem entrar no mérito de quem é o culpado da morte do Pastor Anderson do Carmo.

O Plenário analisa neste momento o relatório do Conselho de Ética que recomenda a cassação do mandato da deputada. A defesa de Flordelis vai se manifestar em seguida.

“Quem vai decidir quem matou o Pastor Anderson do Carmo não é a Câmara dos Deputados, é o Tribunal do Júri aqui nós nos ativermos as questões meramente ético-disciplinares que regem o mandato parlamentar”, explicou.

O relatório, segundo ele, comprova o uso indevido do mandato pela deputada. “O que se extrai desse processo no âmbito de Conselho de Ética são os fatos antiéticos, como por exemplo o uso do mandato para coação de testemunha e para ocultação de provas”, disse.

Leite disse que a deputada cometeu quatro condutas que podem ser punidas pelo Código de Ética da Câmara dos Deputados, entre elas a manipulação e falseamento dos fatos e a tentativa de transferência de responsabilidade para seus filhos.

A deputada, segundo ele, chegou a prometer ao filho adotivo Lucas que poderia ajudá-lo em razão do seu mando. “A representada teria acesso a ministros de cortes superiores e a outras autoridades públicas e poderia usar dessa influência para facilitar a defesa dele caso Lucas cooperasse e assumisse a autoria do crime”, disse Leite. Esse fato foi revelado ao Conselho de Ética pelo delegado de Polícia Allan Duarte Lacerda.

Leite disse ainda que houve tentativa de obstruir as investigações com teses de latrocínio, confundindo a polícia. “Além disso, mentiu para o Conselho de Ética referente a fato grave e diretamente relevante ao homicídio: o fato da compra da arma”, disse. “Lucas não teria condições, em tão pouco tempo, de conseguir o dinheiro para aquisição de armamento. A representada é a única pessoa que detinha condições materiais para financiar compra da arma de fogo”, destacou.

Entenda o caso

Flordelis é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói (RJ). Ela nega.

Por 16 votos a um, o Conselho de Ética recomendou a perda do mandato no começo de junho, segundo parecer do deputado Alexandre Leite.

Para cassar o mandato, são necessários os votos de pelo menos 257 deputados (maioria absoluta) em votação aberta e nominal.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

COMENTÁRIOS dos leitores