Apesar de falas contra Lula, petistas participam de ato

Poucos militantes petistas aderiram ao protesto contra Jair Bolsonaro no Recife e a maioria deixou o local quando iniciou uma série de xingamentos contra Lula

por Victor Gouveia dom, 12/09/2021 - 15:43

Após falas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a maioria dos petistas abandonou o ato pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Centro do Recife. Neste domingo (12), mobilizações espalhadas pelo Brasil defendem também uma candidatura de 'terceira via' para confrontar os dois principais concorrentes à Presidência em 2022.

O uso de camisas brancas foi um dos pedidos da organização. A intenção era desvencilhar de agentes políticos tradicionalmente identificados nas cores vermelha e verde e amarela, vestidas por petistas e apoiadores do atual governo, respectivamente.

Mesmo com a recusa do PT em aderir às manifestações, seus eleitores participaram da concentração no Recife, marcada às 13h. Entretanto, a maioria abandonou o protesto após críticas ao ex-presidente antes mesmo da curta caminhada do Marco Zero até o fim da boulevard da Avenida Rio Branco, por volta das 14h30.

Filiado ao PT, o advogado Eustáquio Tavares, fez questão de levar a família para acompanhar o ato. Sem desconforto por vestir as cores do partido, ele cruzou a Rio Branco com os dedos sinalizando a inicial de Lula. "Eu não fico desconfortável, porque eu sei que se tiver um segundo turno vai todo mundo [apoiar Lula]", indicou.

Sem atritos entre manifestantes, o advogado explica que o PT não participou do protesto devido à transmissão do coronavírus. Porém, o avanço da vacinação cria a expectativa de que a sigla logo vai convocar uma manifestação contra Bolsonaro. "O PT está doido para ir para rua, mas hoje não vai por conta da Covid", comentou.

Com o sentimento de unidade entre partidos historicamente contrários, o petista entende que é importante criar uma oposição ampla e concreta, apesar das diferentes visões ideológicas. "Estamos contra o presidente que não pensa no pobre, na opção de gênero, na raça. A gente sempre lutou por esse país, onde o amor sobressai", concluiu.

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