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O coordenador Nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan Santos, publicou, nesta quinta-feira (4), em suas redes sociais que o grupo não faz parte do pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) protocolado na Câmara dos Vereadores de São Paulo que tem por objetivo investigar a atuação do padre Júlio Lancelotti junto aos moradores de rua. "Essa briga com esse padre não é nossa", enfatiza a mensagem, que faz ataques ao religioso.

A postagem afirma que "haverá o momento de confronto com ele e com a indústria da miséria que destrói o centro de SP. Mas não é agora". Renan Santos ainda escreveu que este ano o MBL já tem "causas, lutas e objetivos" acertados e convida os militantes a não serem "vítimas de circunstâncias alheias".

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Apesar de não se envolver diretamente com a possível CPI que pretende investigar Lancellotti, e que foi capitaneada pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), Renan Santos critica a atuação do sacerdote católico. "Conhecemos bem a índole e os contatos desse bizarro. É a figura mais blindada da esquerda - quiçá da política brasileira", escreve ele na publicação que foi repostada também pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

CPI das ONGs

A CPI articulada na Câmara de São Paulo tem por objetivo investigar organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia, região central de São Paulo. As assinaturas necessárias já foram recolhidas. O autor da proposta prevê que a comissão será instaurada em fevereiro, após o recesso parlamentar. Segundo ele, o padre Júlio Lancellotti será um dos principais alvos da CPI das ONGs.

Rubinho Nunes acusa as organizações de promoverem uma "máfia da miséria", que "explora os dependentes químicos do centro da capital". Segundo ele, essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas, prática conhecida como política de redução de danos, à população em situação de rua, o que, argumenta ele, gera um "ciclo vicioso" no qual o usuário de crack não consegue largar o vício.

Em sua defesa, o padre Júlio Lancellotti afirma que se trata de uma ação legítima quando se instala uma CPI para investigar o uso de recursos públicos pelo terceiro setor. Ele acrescenta que não faz parte de nenhuma organização conveniada à Prefeitura de São Paulo, mas, sim, da Paróquia São Miguel Arcanjo.

O sacerdote diz ainda que seus trabalhos estão vinculados à Ação Pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que, por sua vez, "não se encontra vinculada, de nenhuma forma, as atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para criação da CPI em questão".

A Craco Resiste, um dos alvos do vereador, informou que não é uma ONG e sim um projeto de militância que atua na região da Cracolândia para reduzir danos a partir de vínculos criados por atividades culturais e de lazer. "Quem tenta lucrar com a miséria são esses homens brancos cheios de frases de efeito vazias que tentam usar a Cracolândia como vitrine para seus projetos pessoais. Não é o primeiro e sabemos que não será o último ataque desonesto contra A Craco Resiste", diz a entidade em nota divulgada nas redes sociais. A reportagem não conseguiu contato com o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, também mencionada por Rubinho.

Apoiadores de Lancellotti

A Arquidiocese de São Paulo afirmou acompanhar com "perplexidade" as notícias sobre a possível abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que "coloca em dúvida a conduta do padre Júlio Lancellotti no serviço pastoral à população em situação de rua".

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 3, a instituição afirma que o sacerdote "exerce importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade".

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou seu apoio ao padre Júlio Lancellotti diante da possível criação da CPI. Em uma postagem nesta quinta-feira, 4, o petista afirmou que Lancellotti "dedica sua vida a seguir o exemplo de Jesus", e, ainda, que seu trabalho é "essencial para dar algum amparo a quem mais precisa."

O ex-deputado federal Jean Wyllys foi condenado a pagar R$ 10 mil de indenização ao Movimento Brasil Livre (MBL) após se referir a integrantes do grupo como "defensores do nazismo" e "assediadores de mulheres sob guerra" em publicação feita nas redes sociais. A decisão foi proferida na quarta-feira (4), pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

"Cerco à liberdade de quem? Dos defensores do nazismo? Dos assediadores de mulheres sob guerra? Dos insultadores da memória de Marielle Franco? Dos que fecharam uma exposição com mentiras? Dos difamadores profissionais? Isso é cerco ao fascismo", escreveu Wyllys ao comentar, em maio deste ano, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

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Na decisão, o magistrado Danilo Mansano Barioni afirma que Wyllys disseminou ódio ao imputar, falsamente, crimes ao grupo político e empenhou uma "verdadeira campanha caluniosa e difamatória" contra o MBL.

"No intuito de manifestar-se sobre matéria jornalística que anunciava iniciativa de alguns parlamentares e do grupo organizado denominado Movimento Brasil Livre, o requerido Jean Wyllys não se contentou em exteriorizar opinião crítica à iniciativa da parte autora. Não se contentou em expor, por exemplo, porque não via fundamento em qualquer manifestação que considerasse o momento atual como um "cerco à liberdade", como defendiam aqueles que, anunciava a Folha de S. Paulo, iriam se manifestar", disse.

Barioni afirmou ainda que a publicação do parlamentar teve "alcance relevante". "A repercussão decorrente das milhares de visualizações, efetivamente autoriza concluir que a publicação teve alcance relevante e, assim, capaz de macular a honra objetiva da parte autora e assim caracterizar os alegados danos morais", disse.

Ao Estadão, o MBL afirmou que "esquerda precisa aprender a jogar o jogo da democracia". "Atacar adversários políticos acusando-os de defender uma das maiores atrocidades da história é simplesmente não respeitar o divergente no debate público. Sempre que usarem tais golpes sujos, irão responder na Justiça", disse.

O advogado de Jean afirmou à reportagem que o parlamentar não foi citado no processo. "Se houve condenação, foi à revelia e sem possibilidade de defesa. Vamos buscar tomar conhecimento dos detalhes e, em se confirmando a condenação, apresentaremos o recurso cabível", disse.

Jean Wyllys no governo Lula

Após período vivendo no exterior devido a ameaças que sofreu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Jean Wyllys retornou ao País e foi acolhido pela primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. A ideia inicial era o ex-parlamentar passar a integrar o governo, na área da comunicação oficial da Presidência, a Secom, coordenada pelo ministro Paulo Pimenta.

Entanto, logo após o início das especulações sobre a integração de Jean ao governo petista, o ex-deputado protagonizou uma discussão com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nas redes sociais, o que colocou a sua nomeação em xeque. A discussão resultou em uma ação criminal movida pelo governador gaúcho contra o ex-deputado, pedindo a condenação por injúria.

O ex-deputado afirmou que a não inserção ao governo se deu por "homofobia", o que acabou lhe sendo um "livramento". "A homofobia contra mim sabotou minha ida para o governo (um livramento ao final!)", escreveu nas redes sociais.

Como mostrou o Estadão, Jean Wyllys tem sido alvo frequente de "fogo amigo" nas redes sociais por parte da militância petista. Além do ex-deputado, outros apoiadores do atual presidente têm reclamado dos ataques virtuais sofridos por correligionários diante de críticas feitas às ações do governo.

A reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi invadida por um grupo de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) nessa sexta-feira (1). Na ação violenta, os invasores usaram spray de pimenta e agrediram duas mulheres que estavam no local.

Segundo um boletim de ocorrência registrado por uma das vítimas, o grupo, composto por oito pessoas, provocou confronto dentro do complexo universitário. As mulheres ainda informaram que os invasores, durante a ação violenta, chamavam os alunos de "vagabundos".

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Em nota, a UFPR condenou as ações e afirmou que o grupo foi liderado por três homens: João Bettega, ex-candidato a deputado estadual pelo Partido Novo, Gabriel Costenaro e Matheus Faustino. Eles começaram a fazer filmagens dentro do edifício, que abriga diversos cursos da área de Humanas, além de pró-reitorias e uma biblioteca.

Invasores passam pela funcionária agredida. Imagens do circuito interno fornecidas pela UFPR

"Estamos atualmente avaliando todos os detalhes deste incidente para tomar as medidas adequadas e inclusive jurídicas, se necessárias", diz o comunicado.

Segundo a universidade, a outra funcionária terceirizada que foi agredida pelo grupo do MBL, optou em não registrar queixa, pois se sentiu ameaçada.

Imagens de ferimentos sofridos pelas vítimas. Fotos: Divulgação/UFPR

Através de suas redes sociais, os invasores disseram que foram até o local para mostrar inscrições consideradas por eles como elogios ao anarquismo e ao comunismo. Seria uma “defesa do patrimônio público”. Eles foram expulsos pelos estudantes das graduações existentes no edifício invadido.

À imprensa, a Polícia Civil informou que ainda não foi notificada sobre o caso.

Confira o comunicado da UFPR na íntegra:

“Repudiamos a Violência:

Em relação ao lamentável incidente ocorrido no Prédio D. Pedro I da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no dia 01 de setembro, a UFPR deseja manifestar seu profundo repúdio a qualquer ato de violência em nossas instalações, independentemente da sua natureza e das partes envolvidas. A integridade e segurança de nossa comunidade acadêmica são prioridade para nós.

Estamos atualmente avaliando todos os detalhes deste incidente para tomar as medidas adequadas e inclusive jurídicas, se necessárias. De acordo com as informações disponíveis, um grupo de oito pessoas, autodenominados membros do MBL, liderado por Gabriel Costenaro e Matheus Faustino, juntamente com outros indivíduos, ingressou no Prédio D. Pedro I e começou a registrar imagens e vídeos no 6º andar.

Os vigilantes intervieram e também informaram aos manifestantes que a filmagem e fotografia nas instalações da UFPR requerem autorização prévia da Superintendência de Comunicação, conforme é rotineiramente solicitado, inclusive pela imprensa. Uma trabalhadora terceirizada, ao notar a movimentação na sala, se aproximou para entender o que estava acontecendo e infelizmente foi agredida, com um soco no estômago, por um dos membros do MBL.

Nesse ponto, um grupo de alunos, ao término de uma aula, em frente a sala, também se manifestaram, invocando a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e se recusou a permitir o uso de suas imagens. Apesar disso, os membros do MBL continuaram a filmar e fotografar, gerando um aumento das tensões.

A situação escalou quando desceram pelas rampas e o conflito chegou à rua, resultando em uma aluna da UFPR sendo agredida, jogada ao chão e sofrendo ferimentos. Os manifestantes tentaram alegar que eram as vítimas, mas os estudantes envolvidos no incidente prestaram depoimentos e registraram o ocorrido na delegacia.

A UFPR quer enfatizar que a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis prestou todo o apoio necessário à trabalhadora terceirizada e a aluna ferida, acompanhando-a até a delegacia para registro do Boletim de Ocorrência e realização do exame de corpo de delito. Estamos ainda à disposição para oferecer suporte adicional no que seja necessário.

É de extrema importância ressaltar que a UFPR condena veementemente ações de grupos organizados que buscam promover invasões e confrontos com o objetivo de ganhar notoriedade nas redes sociais.

Estamos absolutamente comprometidos com a manutenção de um ambiente de paz, onde todas as vozes podem ser ouvidas e respeitadas. A Universidade Federal do Paraná reforça que é absolutamente contra qualquer tipo de violência física, verbal ou simbólica.”

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) é o pré-candidato do Movimento Brasil Livre (MBL) à Prefeitura de São Paulo. Em uma eleição interna realizada nesta segunda-feira, 3, com 9.951 membros da organização política, Kataguiri teve 56,1% dos votos. Ele venceu o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP), que teve 43,9% das preferências.

Após a divulgação dos resultados, Kim afirmou que pretende resolver problemas do centro da capital paulista, como a Cracolândia, que tem registrado onda de violência. "Precisamos de alguém que esteja disposto a receber processos, nem que seja para o resto da vida, mas que seja para fazer o problema no centro de São Paulo ser resolvido", disse.

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Kim Kataguiri tem 27 anos e é deputado federal por São Paulo desde 2019. Ele está em seu segundo mandato, para o qual foi eleito com 295.460 votos - o oitavo mais votado no Estado. Atualmente, ele é o único parlamentar do MBL, organização política da qual foi um dos fundadores, na Câmara Federal.

Nas redes sociais, Zacarias disse que vai apoiar a campanha de Kataguiri e anunciou que será coordenador de comunicação da sua pré-candidatura. "O MBL estará muito bem representado nessa batalha, com o Kim na linha de frente, e todos nós trabalhando por esse projeto", disse.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o partido de Kim, o União Brasil, estimula a sua pré-candidatura, mas mantém também apoio à reeleição de Ricardo Nunes (MDB-SP), o atual prefeito da capital paulista. Aliados do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil-SP) dizem que ele pretende testar a viabilidade eleitoral de Nunes e tenta garantir um "plano B" caso o prefeito não tenha bons resultados nas pesquisas de intenção de voto.

Na eleição de 2020, o candidato do MBL à Prefeitura de São Paulo foi o ex-deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP), que obteve 522.210 votos no pleito, ficando em quarto lugar com 9,78%. Em maio de 2022, Do Val teve o mandato cassado e ficou inelegível por oito anos após áudios de teor machista, nos quais afirmava que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres", serem divulgados na imprensa.

O Movimento Brasil Livre (MBL) afirmou na tarde desta terça-feira, 30, que está se retirando da organização do ato do dia 4 de junho, convocado em apoio a Deltan Dallagnol (Podemos-PR), deputado cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 16. Na prática, a decisão do grupo inviabiliza a manifestação diante do recuo de parlamentares de direita e bolsonaristas. O MBL havia assumido a dianteira ao convocar manifestantes e definir os locais dos protestos.

O grupo divulgou a decisão por meio de uma nota. O MBL afirmou que está sob ataque e boicote de "alas do bolsonarismo" em virtude da manifestação. Na quinta-feira, 25, Jair Bolsonaro (PL) pediu expressamente a correligionários que não fossem ao ato.

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Em um evento de líderes do PL em Brasília, o ex-presidente, sentado ao lado de Valdemar Costa Neto, disse que a prioridade é a CPMI do 8 de Janeiro, instalada nesta semana. "O mais importante no nosso momento é a CPMI. Estou vendo as pessoas (inaudível) querendo marcar reunião, povo na rua. Eu peço: não façam isso", disse Bolsonaro na ocasião.

"Acabamos passando da posição de participantes da manifestação para a de divulgadores quase isolados", diz a nota do MBL. O grupo afirma que contou com "pouca solidariedade de outros agentes" e apontou o ex-procurador da Lava Jato. "Mesmo da parte do próprio Deltan, temos visto o seu esforço de se dissociar e se distanciar do MBL." No último dia 21, o deputado esteve em uma manifestação em Curitiba que teve o grupo como um dos organizadores.

Como mostrou o Estadão, o ato foi convocado com apoio e anuência de vários parlamentares de direita. Carlos Jordy (PL-SP), líder da oposição na Câmara, é um dos nomes que participaram da articulação. Afastada do trabalho por razões médicas, Carla Zambelli (PL-SP) chegou a publicar uma convocação nas suas redes sociais, chamando seus seguidores para saírem às ruas em defesa de Dallagnol.

Na noite do dia 25, depois de Bolsonaro ir contra o ato no evento de lideranças do PL, Zambelli publicou um vídeo se retratando. "Estão me chamando de traidora. Eu sei que não sou. Erramos em não conversar com Bolsonaro antes. Se ele falou para não ir, não vamos. Mas vou pedir a vocês, não desistam do Deltan Dallagnol."

A Polícia Federal intimou o deputado para prestar depoimento na próxima sexta-feira, 2. O expediente da intimação diz que o motivo do depoimento é "termo de declarações" e que a ordem veio da "Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores". Procurados pela reportagem, o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral e a PF não confirmaram origem da determinação.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) afirmou, durante participação no podcast Flow, que o Movimento Brasil Livre (MBL) estuda lançar a candidatura do humorista Danilo Gentili ao comando da Presidência da República em 2026. Os coordenadores do MBL planejam tornar o movimento um partido político até a próxima eleição geral. 

"A gente tem defendido e vamos construir para 2026 a candidatura do Danilo Gentili e ele vai disputar", declarou Kataguiri.

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O deputado, que é um dos fundadores do MBL – existente desde 2014, afirmou que a discussão de pleitear a transformação em legenda será levantada durante o Congresso do movimento.

“Está nos nossos planos iniciar o processo para se tornar um partido. Dá para fazer muita coisa sendo independente dentro de um partido, mas por exemplo, se quisermos lançar um candidato à Presidência dependemos da bondade desse partido. É um processo longo e trabalhoso”, afirmou Kataguiri, mencionando o trâmite da coleta de assinaturas de apoio exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral para homologar um novo partido.

 

Nesse domingo (25), integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e do PSOL se envolveram em uma confusão na Avenida Paulista, em São Paulo. A Polícia Militar foi acionada por líderes do grupo de direita, que acusaram Guilherme Boulos de agredir um adolescente de 15 anos. Imagens mostram o jovem recebendo socos e chutes, mas não aparece o candidato a deputado federal. 

Em caminhada ao lado de militantes, Boulos é surpreendido pelo menor, que chega com a câmera do celular ligada e pergunta sobre sua defesa ao regime cubano. O pssolista não dá atenção e se afasta sem responder ao jovem que tentava o constranger, quando pessoas que o acompanhavam começam a empurrar o menor. 

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"Usaram um garoto menor de idade para vir com o celular na minha cara, gerando empurra-empurra com pessoas que me acompanhavam", descreveu o líder do MTST. Outros candidatos que passaram na Avenida Paulista alegam que também foram abordados e que essa ação seria uma estratégia do MBL para alcançar resultados políticos em face do tumulto e da intimidação das campanhas de esquerda.  

Em outro vídeo, algumas pessoas que acompanhavam Boulos agridem o rapaz com empurrões, socos e chutes. Representantes do MBL publicaram fotos dele com hematomas e acompanharam sua mãe até o posto da Polícia Militar. 

Os policiais tentaram prender o candidato, mas Boulos resistiu à ordem e militantes evitaram que ele fosse levado. O candidato conversou com os agentes e afirmou que sua prisão seria ilegal. Em meio à resistência, os policiais dispersaram spray de pimenta contra o grupo. 

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De acordo com Boulos, os militares são apoiadores de Jair Bolsonaro e a tentativa de prisão teve enviesamento político. Um dos policiais que aparece nas imagens é o primeiro-tenente Waldson, que, segundo a Folha de S. Paulo, costuma publicar vídeos em defesa do presidente. 

“Tentaram me levar à força, puxar e tal, nossa militância não deixou. Jogaram spray de pimenta, causaram uma confusão, ou seja, mais um episódio desse clima de intimidação na reta final dessa campanha e uma demonstração do quanto preocupante é a infiltração bolsonarista dentro das policiais militares”, apontou. 

No boletim de ocorrência, o jovem acusou Boulos de tentar puxar seu celular, "evoluindo para agressão física, desferindo diversos socos em sua face, instigando a população a dar continuidade à agressão". 

O youtuber e influenciador Wilker Leão, que chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de "tchutchuca do Centrão" na semana passada, entrou para o Movimento Brasil Livre (MBL). Ele foi convidado a fazer parte do movimento na última sexta-feira, 19, inicialmente, pela conta oficial do Twitter da organização. Em seguida, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) fez o convite pessoalmente a Wilker.

"O Wilker não é aluno do MBL, mas está convidadíssimo para ser. As pré-inscrições para a Academia MBL 2023 já estão abertas", dizia a publicação da rede social. O movimento ofereceu uma bolsa de estudos para o influenciador participar da Academia MBL, iniciativa para "preparar uma nova safra de porta-vozes, líderes e intelectuais, homens e mulheres capazes de enfrentar os desafios do Brasil pós-impeachment". A informação da entrada de Wilker no grupo foi revelada pela coluna Painel e confirmada pelo Estadão.

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No curso, haverá uma formação teórica e prática em debates, gestão, liderança, marketing, história e filosofia política. Ainda não há detalhes sobre quais atividades o influenciador participará nesta semana. A assessoria do MBL informou que ele provavelmente cursará no ano que vem, pois hoje a Academia está na reta final - a turma se forma em novembro. O projeto, que tem oito meses de duração, começou em 2021, com cerca de 3 mil alunos e aproximadamente 1 mil se formaram.

Wilker é cabo da reserva e advogado. Em seu canal no Youtube, questiona eleitores de Bolsonaro sobre as contradições nas falas do presidente, como a relação dele com partidos do chamado Centrão. Ele também defende pautas relacionadas aos militares, como o porte de arma para cabos e soldados, além do direito à sindicalização da categoria.

Na última quinta-feira, 18, Leão se envolveu em uma confusão com o presidente, na saída do Palácio da Alvorada, xingando-o de "vagabundo", "covarde", "canalha" e "tchutchuca do Centrão". Imagens gravadas no local mostram Bolsonaro partindo para cima do homem que cobrava "coragem" para explicar por que se aliou aos partidos que já estiveram junto com o PT. As cenas viralizaram nas redes sociais.

Leão tem 51,5 mil inscritos no Youtube e mais de 47 mil seguidores no Instagram.

Após sua passagem pelo São João de Caruaru (PE), Juliette acabou com um processo aberto pelo Movimento Brasil Livre (MBL). Ela está sendo acusada de fazer propaganda política ao pré-candidato à presidência Lula (PT), o que é proibido nesse período pré-eleitoral.Porém, a artista não parece muito preocupada com a ação e até  debochou  comentou sobre ela com deboche pelas redes sociais. 

Durante o show de Juliette no São João de Caruaru, o público da cantora entoava gritos de “Olê, olê, olá, Lula” e ela retirou o retorno do ouvido para ouvir a manifestação. “Ê, Pernambuco, respeita”, se limitou a declarar, sem mencionar diretamente o candidato ou manifestar concordância com os gritos da plateia. 

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Porém, apesar da abordagem sutil, Juliette acabou sendo acionada judicialmente pelo MBL por propaganda eleitoral antecipada. Pelo Twitter, ela debochou do processo e se mostrou muito tranquila. "A estratégia é tão óbvia. Só não enxerga quem não quer. Próxima pauta... vamos falar de coisa boa?", escreveu.

A cantora e ex-BBB Juliette está sendo processada por integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL). De acordo com a ação, Juliette está sendo acusada de ter feito campanha para Lula durante sua apresentação no São João de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, no último sábado (2).

Rubinho Nunes, vereador e pré-candidato a deputado federal por São Paulo, foi ao Twitter para dar a notícia. "Processei a Juliette. A 'artista' quis usar dinheiro público para cometer dois ilícitos eleitorais: campanha antecipada e realização de showmício pró-Lula. Junto ao Guto Zacarias (membro do MBL) processei esse absurdo! O dinheiro não vai ser utilizado para fazer campanha política de bandido!", disse.

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Ainda na rede social, o político ironizou bastante a paraibana e também os fãs dela. A expressão 'Processei a Juliette' acabou liderando os trending topics da plataforma. Diversos internautas não perderam tempo e saíram em defesa de Juliette. "É desespero grande desses bolsonaristas fdp. A nação cactos vai ajudar na vitória de Lula no primeiro turno. Surtem!!!", disse uma pessoa.

Usando a mesma plataforma que Rubinho, mas sem citá-lo, Juliette disparou: "A estratégia é tão óbvia. Só não enxerga quem não quer. Próxima pauta... vamos falar de coisa boa?!".

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O ex-deputado de São Paulo Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, foi agredido pelo ex-deputado federal Boca Aberta, nessa quarta-feira (29), nas ruas de Londrina, no Paraná. Entusiastas da eleição de Jair Bolsonaro em 2018, Emerson Petriv teve o mandato cassado pela Câmara no ano passado e, recentemente, Do Val renunciou antes de sofrer cassação na Assembleia Legislativa (Alesp). 

Nas imagens, Do Val e Renan vão ao encontro de Boca Aberta, que se pronunciava para eleitores em um carro de som. A presença dos líderes do MBL irrita o ex-parlamentar e ele começa a chamá-los de "vagabundos" em meio a tapas e chutes.

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"Aqui não. Ei Mamãe Falei, vem cá. Você vem de São Paulo, você merece levar tapa na cara rapaz. Vai estuprar ucraniana. Vagabundo. Estuprador. Chama a polícia. Eles estão aqui. Dá na cara dele", grita no microfone.

Após dar um chute e um tapa em Renan, Boca Aberta vai na direção de Arthur do Val, que também recebe um tapa na cabeça. Nenhum deles reage e, o ex-deputado de São Paulo, chega a pedir calma. "O que é isso? Sem violência", responde com as mãos levantadas. Em outro momento, ele é derrubado por uma rasteira de uma pessoa que acompanhava o político paranaense.

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Toda a confusão foi filmada por pessoas ligadas ao MBL e foi publicada em cortes nas redes sociais. "Divertidíssimo o rolê em Londrina", ironizou Renan. Em seu perfil, Do Val disse que foi interpelar Boca Aberta sobre os supostos escândalos. “É o típico populistão. Fomos denunciar tudo o que ele faz. Não vão nos calar”, apontou.

A briga foi registrada em boletins de ocorrência contra Boca Aberta.

Mandatos cassados

Em abril deste ano, Arthur do Val renunciou ao mandato para evitar o processo de cassação aprovado pelo Conselho de Ética após o vazamento do áudio sexista contra refugiadas ucranianas. Durante visita à zona de guerra no país, o ex-deputado afirmou que elas eram mais fáceis por ser pobres.

Já Boca Aberta teve o mandato cassado em 2021 por ter xingar e perseguir o relator de uma apuração de quebra de decoro quando ainda era vereador. Ele também foi condenado por denunciação caluniosa. 

Integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) protocolou no Ministério Público um requerimento para enquadrar o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) como organização criminosa. Um protesto realizado no shopping Iguatemi nesta quarta-feira, 8, foi usado como justificativa para o pedido. 

No documento, que também é assinado pelo pré-candidato a deputado estadual Guto Zacarias, os membros do MBL afirmam que o MTST gera "pânico contra inocentes proprietários de imóveis que não têm culpa a respeito dos problemas de falta de moradia no país".

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Também usam o termo "invasão" para se referir ao protesto no shopping e citam um trecho do código penal sobre "compartimentos não abertos ao público", embora a circulação no centro comercial seja livre. 

"Entendemos haver indícios de prática delituosa que atenta ao Código Penal, bem como a princípios da Constituição Federal, em razão da formação de organização criminosa com o intuito de praticar os crimes de violação de domicílio", diz a representação. 

Nesta quarta-feira, integrantes do movimento sem-teto protestaram contra a fome no Iguatemi, um dos shoppings mais luxuosos de São Paulo. Eles gritavam: "Não é mole, não. Brasil com fome, e aqui ostentação". Não houve confronto. 

O ato, que durou poucas horas, coincidiu com a divulgação do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN). Os manifestantes levaram bandeiras e cartazes lembrando que o problema da alimentação atinge 33 milhões de pessoas no País, dado revelado pelo relatório. 

Em nota, a coordenadora do MTST, Ediane Maria, disse que o movimento "luta pelo cumprimento da Constituição", que tem em um dos seus artigos o objetivo de "erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais". "Trabalhamos por quem mais precisa. Não podemos dizer o mesmo do MBL, grupo de origens obscuras cuja atuação é pautada no combate aos direitos sociais dos mais pobres", alegou.

  A coordenadora também alegou que o MBL tem em seus membros defensores do "nazismo e do turismo sexual em zonas de guerra", em alusão aos episódios protagonizados pelo deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e pelo ex-deputado estadual Arthur do Val (União Brasil).  

Banido do Youtube após defender a criação de um partido nazista no Brasil, o ex-host do Flow Podcast Bruno Aiub, de 31 anos, conhecido como Monark, estreou seu novo programa em uma plataforma concorrente nessa segunda-feira (4). O deputado federal Kim Kataguiri (União) está na agenda da semana e deve comentar sobre os desdobramentos do apoio que fez à fala de Monark ao vivo.

Kim Kataguiri é o convidado desta quinta (7) do Monark Talks, transmitido ao vivo no Rumble. O parlamentar e o apresentador devem comentar sobre as providências que sofreram com as declarações feitas em fevereiro. Uma delas foi a abertura de uma investigação pela Procuradoria-Geral da República por suposto crime de apologia ao nazismo.

"Tentem fazer eles me cancelarem"

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Antes da estreia, o apresentador já havia anunciado que o programa teria “mais liberdade do que nunca”, entendimento representado na logo do podcast com uma corrente quebrada. Embora tenha confessado estar bêbado quando sugeriu a oferta de direitos aos nazistas, ele chegou a desafiar um novo cancelamento virtual.  “Desafio a todos os lacradores de internet me cancelarem lá no Rumble, boa sorte! Tentem fazer eles me cancelarem...”, escreveu.

Um erro ter participado do programa

No Plenário da Câmara, Kataguiri pediu desculpas à comunidade judaica e afirmou que sua participação no Flow Podcast foi um erro. Apesar do pedido de perdão, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) aceitou ser um dos convidados da primeira semana do podcast solo de Monark. 

“Eu deveria ter imediatamente repudiado a possibilidade da legalização de tal partido [...] meus eleitores esperavam, com toda razão, que eu reagisse frontalmente a qualquer fala desta natureza, não foi o que eu fiz, lamentavelmente”, disse na ocasião.

Membra efetiva da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a deputada Erica Malunguinho (PSOL) confirmou, na tarde desta sexta-feira (18), que os processos de cassação do deputado Arthur do Val (sem partido) foram admitidos por unanimidade.

“A admissibilidade dos processos apresentados contra o deputado Arthur do Val acaba de ser aprovada, por unanimidade, no Conselho de Ética da Alesp: 9 X 0. Na próxima reunião do Conselho de Ética, será nomeado o relator”, informou Maluguinho no Twitter.

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De acordo com a deputada do PSOL, após a nomeação – ainda sem data agendada - o relator terá 15 dias para apresentar o relatório sobre os processos apresentados contra o deputado Arthur do Val, o Mamãe Falei.

"Fáceis porque são pobres"

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo unificou em um documento, no último dia 9, as 21 representações que pedem a cassação do deputado estadual Arthur do Val (sem partido) por comentários que fez sobre as mulheres ucranianas.

Em áudios que acabaram viralizando, Arthur do Val diz que mulheres ucranianas são "fáceis porque são pobres". O parlamentar viajou à Ucrânia, acompanhado do dirigente do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan dos Santos, para relatar o conflito no leste europeu.

"Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas 'minas', em dois grupos de 'mina', e é inacreditável a facilidade", disse o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL).

Da Redação, com informações da AE

Rosalina Maia, de 53 anos, é moradora de um sobrado na Vila Liviero, na periferia da zona sul de São Paulo. Em seu nome, não há nenhum imóvel, segundo os cartórios da cidade. Mesmo assim, ela aparece como sócia de uma empresa usada pela família do coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan dos Santos, para fazer movimentações milionárias. O Estadão apurou que o Ministério Público obteve autorização da Justiça para aprofundar investigações e aguarda o resultado de uma quebra de sigilo ampliada sobre essas transações consideradas suspeitas.

Apesar de estar no papel em nome de Rosalina, e de ser sediada em um bairro humilde na cidade de Simões Filho, na Bahia, a Angry Cock foi usada por Renan e sua irmã, Stephanie, para movimentar R$ 1,8 milhão. Os dados são da Operação Juno Moneta, de 2020, deflagrada para investigar a família do líder do MBL por suspeita de lavagem de dinheiro. Conforme as apurações, o Ministério Público identificou transações financeiras de R$ 1,3 milhão entre a Angry Cock e outras empresas, e pediu uma quebra de sigilo mais detalhada. A Justiça autorizou, mas as informações ainda não foram enviadas pelos bancos.

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O Estadão também obteve acesso a três denúncias oferecidas até o fim do ano passado, por fraudes em licitações milionárias - decorrentes da mesma investigação -, contra o empresário Alessander Monaco, ligado ao MBL. Renan foi acusado de tráfico de influência em benefício deste empresário, mas a acusação contra ele foi rejeitada pela Justiça.

Nas últimas semanas, o MBL foi abalado politicamente por declarações de seus próprios integrantes. O deputado Kim Kataguiri (Podemos-SP) teve de pedir desculpas após afirmar que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista. Dias depois, o deputado estadual Arthur do Val (sem partido-SP) fez declarações machistas sobre ucranianas refugiadas. Ele se desfiliou do Podemos e corre o risco de perder o mandato.

Renan, que esteve com Arthur do Val na fronteira do país europeu, defendeu o colega em uma live do movimento com gritos e palavrões. Os problemas do grupo, porém, vão além de falas identificadas como de aceno ao extremismo de direita ou sexistas.

A reportagem teve acesso a relatórios de busca e apreensão e de análises de quebra de sigilo bancário da Operação Juno Moneta. Segundo dados da Receita Federal, Renan e familiares são donos de empresas quebradas e inativas que somam R$ 396 milhões em dívidas.

Em um dos relatórios, o Fisco diz que o "segredo do sucesso" da família é "simples": "Eles não declaram nem pagam os tributos devidos, e, com isso, enriquecem com a apropriação indevida dos tributos pagos pelos consumidores finais". Mesmo inativas e abarrotadas de dívidas, as empresas movimentam valores vultosos e fazem depósitos nas contas da família Santos. Renan nega irregularidades.

Origem

Em setembro de 2020, ao autorizar busca e apreensão no MBL, o juiz Marco Martin Vargas afirmou que as movimentações financeiras de Renan, entre 2016 e 2019, são incompatíveis com os rendimentos declarados - em parte, em razão de transações em empresas de fachada. O juiz destacou ainda que Renan não exercia nenhuma atividade com carteira assinada. "Há fundados indícios de que o representado esteja dissimulando a origem de recursos financeiros provenientes de atividades ilícitas e, por conseguinte, da prática de crime de lavagem de dinheiro", escreveu o magistrado.

Na condição de procurador da Angry Cock, Renan recebeu e transferiu R$ 470 mil entre 2016 e 2019. Sua irmã, Stephanie, chegou a movimentar R$ 1,3 milhão. O Ministério Público pediu uma quebra de sigilo bancário mais detalhada dessa empresa, por causa de doações de mais de R$ 1 milhão de outros destinatários para a conta da Angry Cock. A Justiça autorizou. Os investigadores aguardam resposta dos bancos para análise da quebra de sigilo.

Em outra frente da mesma investigação, o Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Alessander Monaco. Empresário do ramo de tecnologia da informação, ele teria tido apoio do MBL para ser nomeado no governo do Estado. Em 2019, Monaco conseguiu um cargo na Imprensa Oficial. Segundo a Receita Federal, em três anos ele fez movimentações de R$ 3,6 milhões - valor incompatível com seus rendimentos. Todo mês, Monaco doava R$ 6 mil ao MBL.

Licitações

O empresário foi denunciado três vezes pelo Ministério Público acusado de integrar esquema suspeito de fraudes em licitações no governo. As acusações, em parte, têm como base anotações em um caderno apreendido na casa de Monaco. Nele, o empresário, conforme as investigações, descrevia a operação para direcionar as licitações, e até mesmo o sobrepreço a ser desviado.

Somados, os contratos que teriam sido direcionados a empresas alinhadas com Monaco chegam a R$ 136 milhões. Uma das contratadas fez repasses diretos de R$ 2,2 milhões para uma das empresas de Monaco que nunca teve funcionários.

Na denúncia mais recente - oferecida no fim de 2021 -, o empresário é acusado de fraudar um contrato de R$ 80 milhões para o gerenciamento de documentos do sistema de antecedentes criminais do Estado. Uma empresa que forneceria o mesmo serviço pela metade do preço foi desclassificada. O contrato ficou com a Prado Chaves, que teria a preferência de Monaco. Antes do início da licitação, o empresário já havia calculado o valor exato, acertando até os centavos, da contratação. Do total, uma porcentagem seria referente a um sobrepreço de R$ 6 milhões. Ao lado da cifra, a anotação: "Pra mim".

Relatórios de inteligência da Operação Juno Moneta citam algumas anotações nas quais o empresário relaciona políticos e valores. No caso do contrato de R$ 80 milhões, anotou o nome do vice-governador Rodrigo Garcia - pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo -, com a cifra de R$ 2 milhões. O deputado estadual Heni Ozi Cukier (sem partido), aliado do MBL, aparece associado ao dono da Prado Chaves. Há citações também a Nelson Luiz Baeta, à época secretário de Governo, hoje na pasta de Projetos, Orçamento e Gestão.

Os documentos estão com o Ministério Público. No caso de agentes com foro privilegiado, o MP não enviou as anotações de Monaco à Procuradoria-Geral de Justiça para a análise de abertura de inquérito.

Defesas

A defesa do coordenador do MBL, Renan dos Santos, afirmou, em nota ao Estadão, que "não há qualquer irregularidade em sua atuação". Os advogados disseram que a Justiça negou a denúncia contra o líder do MBL "por absoluta falta de indícios de qualquer ilegalidade". A rejeição da acusação formal, no entanto, se refere ao crime de tráfico de influência.

Renan ainda é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro. "Todos os esclarecimentos foram prestados aos órgãos públicos. Ele está à total disposição de qualquer órgão público, para esclarecer eventuais dúvidas sobre os fatos, que nada têm de irregulares", declarou a defesa.

A advogada Marina Coelho Araújo, que defende Alessander Monaco, disse que as denúncias do Ministério Público por fraude à licitação são "absurdas". "Ele gosta muito dessas questões de tecnologia, fazia várias coisas online, no YouTube, participou de coisas do MBL que eram relacionadas a isso, e eram eventos online." Segundo a defensora, Monaco não participava do MBL. "Não tem nada a ver o MBL com a situação", disse Marina. Ela afirmou que a denúncia está "muito longe da realidade daquilo que está descrito no processo". "Ele não tem nenhum envolvimento ilícito com o MBL, não tem envolvimento com pagamento de nada, de propina, coisas assim."

Pregão

O governo de São Paulo afirmou, por meio de nota, que "não se sabe o contexto em que os manuscritos foram produzidos". "Não há fato novo em relação ao assunto. Duas acusações similares já foram arquivadas pela Justiça."

"O pregão eletrônico é uma modalidade de concorrência pública aprovada pelos mecanismos de controle, com destaque para a sua transparência. Ele seguiu todas as etapas exigidas pela legislação vigente e está à disposição dos órgãos de fiscalização", diz a nota do governo. Ainda de acordo com o comunicado, a atual gestão "é reconhecida por selecionar quadros técnicos".

Por meio de sua assessoria, o deputado estadual Heni Ozi Cukier (sem partido) afirmou "desconhecer a empresa Prado Chaves ou a pessoa de nome Alessander Monaco". O parlamentar disse não ter "qualquer tipo de ligação com empresas de licitação, menos ainda com a empresa em questão". "É importante enfatizar que o deputado jamais foi questionado formal ou informalmente por qualquer instância investigatória sobre a Operação Juno Moneta, que sequer foi denunciada à Justiça. É um grande absurdo fazer qualquer insinuação de relação com a operação em questão por causa de simples anotações que já eram públicas há tempos."

Cukier ainda destacou que as anotações em questão mencionam "integrantes da bancada federal e estadual de São Paulo do Novo, como Vinícius Poit, Daniel José e Ricardo Mellão, citam até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o apresentador Luciano Huck, o apresentador e comediante Danilo Gentili, Hélio Beltrão, João Amoêdo, entre outras figuras conhecidas".

De fato, todos esses nomes estão nas anotações de Monaco, mas, diferentemente do deputado estadual, eles não estão relacionados a Monaco e não foram analisados por investigadores, segundo relatórios obtidos pelo Estadão.

A reportagem entrou em contato com a Prado Chaves, e seu diretor, Marcelo Caio Zotta, que não se manifestaram. O Estadão também procurou Rosalina Maia, mas ela não respondeu até a conclusão desta edição.

Transmissão

Diante do estremecimento da relação com o Podemos, do ex-juiz Sérgio Moro, após as declarações sexistas do deputado estadual Arthur do Val, o MBL fala agora em lançar a candidatura do coordenador nacional do grupo, Renan dos Santos, ao Palácio do Planalto.

Em transmissão ao vivo na quarta-feira, Ricardo Almeida e Cristiano Beraldo, militantes do grupo, disseram que Moro precisaria operar um "milagre" para se viabilizar como possível vencedor da eleição. Almeida comentou a possibilidade de Santos se aventurar na disputa. "Em se tratando de MBL, tudo pode acontecer. Coisas muito loucas podem ocorrer. Renan presidente, já pensou?", disse, em tom jocoso. "Tem um lado meu muito louco que queria ver a aventura, mas tem um lado prudente que não. Se a gente fizer isso, vamos ficar tão sobrecarregados que não vamos conseguir fazer o que interessa."

Em "live" nessa segunda-feira (7), Renan Santos, coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL), se revoltou com a possibilidade de cassação do mandato de Arthur do Val (Podemos) e, usando palavras de baixo calão, fez um apelo para que a militância do movimento de renovação impeça a perda de mandato do deputado estadual.

Exaltado, o ativista defendeu que o MBL deixe de lamentar o ocorrido, disse estar preocupado com o futuro de outros parlamentares ligados ao movimento e chegou a arremessar uma caneca em direção à câmera. "Já deu o luto. Já deu o 'ai, olha só, desculpa'. Vai deixar ele ser cassado? Amanhã é o Kim (Kataguiri, deputado federal), depois é o Rubinho (Nunes, vereador de São Paulo)!", afirmou.

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Renan também disse que, segundo ele, não seria suficiente a substituição de Arthur do Val, conhecido como "Mamãe Falei", por outro integrante do grupo para disputar o governo de São Paulo. Em meio a xingamentos, ele afirmou não se importar com as eleições e que não pretende disputar um mandato em um "País de gente covarde".

'Tour de blonde'

Sob a justificativa de ajudar refugiados ucranianos, Renan esteve com o deputado na fronteira do país europeu na semana passada e foi mencionado nos áudios do parlamentar, vazados na última sexta-feira (4), com conteúdo sexista. Ao falar das mulheres ucranianas, Arthur do Val disse que o coordenador do MBL viaja ao leste europeu todos os anos para fazer um "tour de blonde" - em outras palavras, para tentar ter relações com mulheres loiras.

Após a divulgação dos áudios, Arthur do Val tornou-se alvo de um processo disciplinar no Podemos que pode levar à sua expulsão do partido. Também perdeu espaço no palanque do pré-candidato à Presidência Sérgio Moro, do mesmo partido, que repudiou suas falas e se negou a apoiá-lo nas eleições. Além disso, 37 deputados pedem sua cassação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

O MBL divulgou nota lamentando as declarações do deputado, mas reforçou que o objetivo da viagem à Ucrânia foi acompanhar "in loco" o conflito com a Rússia e arrecadar fundos para os refugiados da guerra. O parlamentar, por sua vez, pediu desculpas e retirou sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes.

O deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) afirmou, nessa segunda-feira (7), que irá se afastar do Movimento Brasil Livre (MBL). A informação ainda não havia sido comunicada aos dirigentes da organização política até então.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Arthur repercutiu a saída e as demais consequências em sua carreira política desde o vazamento de áudios do parlamentar, nos quais ele afirma que as mulheres ucranianas “são fáceis, porque são pobres”.

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“Não é justo que essas pessoas sofram a consequência de um erro só meu”, afirmou Arthur sobre deixar o MBL. “O que o [deputado federal] Kim Kataguiri tem a ver com isso? O que a Adelaide Oliveira tem a ver com isso? Fui eu. Eu. Sozinho”, disse o deputado.

Após a repercussão dos áudios, Arthur retirou a sua pré-candidatura ao governo de São Paulo. “Eu retirei a candidatura porque eu não tenho direito de atrapalhar ninguém”, disse à Folha.

O deputado também afirmou que ficou chateado com as declarações do ex-juiz Sérgio Moro, que repudiou os áudios.

“A minha sensação é de frustração, de tristeza da parte dele. Outra coisa são os fatos. E o fato é que nós ainda temos um país que está aí na beira de ter Lula ou Bolsonaro. Se eu estou atrapalhando a missão [de Moro], será que eu não faria o mesmo [que ele fez]? Será que faria diferente? Eu hoje te falaria diferente”, afirmou Arthur do Val.

Deputado vê cassação como exagero

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) já recebeu cerca de 12 representações pedindo a cassação do mandato do deputado. Após o recebimento de todas as representações, os representantes do Conselho serão comunicados, e Arthur do Val será notificado.

“Se eu estou atrapalhando a missão e eu sair, me cassarem, eu só vou ficar com o questionamento: que país é esse? Porque Lula falou coisas muito piores e está aí líder das pesquisas. Bolsonaro também. Meu mandato é irretocável. O que eu errei fui eu pessoalmente. Se isso for suficiente para me cassar e me tirar os direitos políticos por 8 anos, aí também não quero mais nada”, disse.

E continuou: “O PSOL está querendo me cassar em três dias. Tem um deputado que tentou me bater no plenário, não deu nada. Tem deputado que passou a mão no seio de uma deputada e deu seis meses [de suspensão]. E um áudio meu vai dar cassação em três dias? É desproporcional”.

Além da saída do MBL e de um provável processo de cassação, Arthur do Val deve deixar, também, o Podemos. A sigla atualmente trabalha na candidatura de Sergio Moro à Presidência. A desfiliação já foi adiada duas vezes desde o último fim de semana.

O deputado estadual e pré-candidato ao Governo de São Paulo Arthur do Val (Podemos), conhecido como Mamãe Falei, publicou na noite dessa quinta (3) uma foto em que aparece sentado ao lado de dezenas de garrafas de vidro supostamente destinadas à produção de coquetéis molotov. Há cerca de dois dias, o parlamentar afirma estar na Ucrânia para auxiliar o exército ucraniano contra a investida russa. 

"Nunca imaginei que um dia nessa vida ainda faria coquetéis molotov para o Exército ucraniano", escreveu Arthur do Val na legenda da fotografia. O liberal está na Europa acompanhando a guerra ao lado de Renan Santos, o fundador do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Arthur também faz parte. Em uma outra publicação, Renan posou para uma foto idêntica à de do Val, com a legenda “molotove-se”. 

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O deputado chegou a afirmar nesta semana que arrecadou R$ 180 mil em uma live para ajudar a Ucrânia na guerra contra a Rússia. O montante teria sido obtido durante uma live feita na segunda (1º), em seu canal no YouTube. Na manhã desta sexta-feira (4), ele iniciou uma campanha para ajudar uma brasileira, que já será trazida de volta ao Brasil, mas não conseguiu autorização para trazer o cachorro consigo. 

Arthur e Renan resolveram “fazer algo pela Ucrânia”, após apresentarem a narrativa de que o governo de Jair Bolsonaro (PL) se omite na questão. Ambos são apoiadores do projeto presidencial de Sergio Moro (Podemos) atualmente e críticos ao presidente, apesar do MBL, em seus momentos iniciais, ter andado junto à agenda bolsonarista. 

Alvo de críticas e piadas nas redes sociais, pelo suposto esforço em terras estrangeiras, já que o Brasil possui problemas atuais de grave impacto social, segundo apontam internautas, Mamãe Falei rebateu os comentários no Twitter. Confira:

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Na manhã desta terça-feira (1), militantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Partido da Causa Operária (PCO) brigaram em frente à sede do Consulado da Rússia no Rio de Janeiro. Enquanto o PCO apoia a Rússia no conflito contra a Ucrânia, o MBL é contrário à invasão do país.

Pelo menos três integrantes do PCO foram presos. Segundo um vídeo que circula nas redes sociais, a confusão começou depois que o MBL dirigiu provocações ao PCO, utilizando um sistema de som. Três homens com as camisas do partido, então, passam a bater em integrantes do MBL com mastros de bandeiras.

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Pelas imagens, não é possível identificar se a militância do MBL revidou às agressões físicas. Uma transmissão ao vivo do Diário da Causa Operária, veículo de comunicação oficial do PCO, registrou o momento em que três homens foram detidos pela Polícia Militar.

Uma nota publicada pelo partido identificou os militantes presos como Heinrick, Luan, Vinicius e Caetano. PCO convocou a militância para comparecer à 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon, para onde o trio foi conduzido. 

O deputado estadual por São Paulo, Arthur do Val, e o coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan Santos, anunciaram, nesta segunda-feira (28), que estão a caminho da Ucrânia. Os líderes do MBL publicaram nas redes sociais que estavam em Viena, na Áustria, alugariam um carro na manhã de hoje e iam cruzar a Eslováquia até entrar na Ucrânia.

Em vídeo, Arthur afirma que eles estão indo até o território ucraniano para conversar com as pessoas e mostrar o verdadeiro cenário vivido pelo país, que segundo ele a Jovem Pan não vai registrar. 

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Veja:

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O deputado estadual por São Paulo, que é pré-candidato ao Governo, também usou as plataformas para dizer que os gastos da viagem estão sendo bancados por ele e por Renan Santos. "Tudo do nosso dinheiro", disse Arthur, ao alfinetar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e pontuar que não está indo em missão oficial.

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