Em Bruxelas, Lula pede medidas contra a fome e a pobreza

Discurso do ex-presidente foi crítico à gestão de Jair Bolsonaro e aplaudido de pé pelos convidados no Parlamento Europeu

por Vitória Silva ter, 16/11/2021 - 09:58
Divulgação/Ricardo Stuckert Lula durante discurso no parlamento europeu, em Bruxelas Divulgação/Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna ao Brasil sob elogios de eurodeputados, após discurso emocionado no Parlamento Europeu, onde visitou nessa segunda-feira (15), em Bruxelas, na Bélgica, como parte de sua tour pelo continente. Em sua fala, disse que sua gestão quer provar “que é possível resolver os problemas do povo pobre, quando ele é colocado no Orçamento”, que o Brasil “tem jeito” e que é possível “construir uma economia justa, sem a destruição do meio ambiente e livre da exploração desumana da força de trabalho”.

O momento rendeu aplausos de pé por parte dos convidados do Parlamento e se tornou assunto das manchetes internacionais das últimas 24 horas. À ocasião, também foi crítico ao seu opositor e possível concorrente em 2022, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Disse que o conservador “representa uma peça importante da extrema direita fascista e nazista mundial” e que “não passa de uma cópia mal feita de Trump”.

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“Acabamos com a fome, a ONU reconheceu. Criamos 22 milhões de empregos”, disse recentemente o ex-presidente. A seguir voltou a dirigir seus dardos contra Bolsonaro: “A extrema direita não pensa no povo trabalhador, no pobre, no emprego, no índio, no negro, na população LGBT+, não pensa em nada que não seja a ganância e o processo de desestruturar o Estado brasileiro”, criticou Lula. Não sabe governar. Vendem, como estão fazendo com a Petrobras e querem fazer com os bancos públicos”.

Lula participou nessa segunda-feira (15) de um ato no Parlamento Europeu em que também esteve presente o ex-primeiro-ministro socialista espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. “Temos o objetivo de compartilhar as agendas das esquerdas na América Latina e na Europa. E temos que enfrentar os populismos de direita e de extrema direita”, disse a líder dos social-democratas europeus, a espanhola Iratxe García, que declarou que apoiará o Partido dos Trabalhadores (PT) na próxima eleição.

Desde que saiu da prisão, Lula lidera as pesquisas em clima de polarização. “Estou preparado, motivado e com plena saúde”, tem dito. Mas não admite isso abertamente, cauteloso e respeitando os prazos do partido. “Estamos em um momento muito especial da política brasileira. Meu partido é atacado todos os dias”, destacou. “Mas meu partido vai ter um candidato em fevereiro ou março, e também temos que ver se vamos formar coalizão”, continuou.

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