Ivan Moraes: ‘o Carnaval é sanitariamente desafiador’
Vereador do Recife lembra que, mesmo antes da pandemia, o momento após a folia é marcado por um aumento no quadro de viroses. Parlamentar sugere maior foco nas vacinas e na segurança sanitária da população
O psolista Ivan Moraes Filho, vereador da ala de oposição na Câmara do Recife, compartilhou em suas redes sociais parte do que foi abordado sobre o Carnaval de 2022, na Casa Legislativa, em reunião desta terça-feira (23). Com uma fala que media interesses de favoráveis e opostos à comemoração, o parlamentar lembrou o histórico da saúde dos pernambucanos no pós-carnaval e que a pandemia não é o único desafio enfrentado ao organizar a festividade: “mesmo sem pandemia, o Carnaval é sanitariamente desafiador”.
“Todo ano, o pós-folia é marcado por viroses, doenças respiratórias e outras mazelas. Em 2022 a responsabilidade do poder público é maior. Mas os governos não podem ignorar a realidade nem alimentar o racismo estrutural”, escreveu Moraes.
Em seus questionamentos, disse que é tão equivocado dizer que “vai ter carnaval de todo jeito” quanto que “não pode ter de jeito nenhum”, e ressaltou que os protocolos atuais já permitem uma realidade similar à do Carnaval, só que em menor escala. É o que acontece com casas de show, restaurantes e mesmo estádios de futebol no Estado.
“Em 2022, as tarefas do governo precisarão ser revistas. Com os índices de infecção e vacinação, dá pra realizar os eventos tradicionais? Muito provavelmente não. É temerário acharmos 'aceitável' que quase todos os dias ainda morra gente de uma doença que tem vacina. Com as regras sanitárias de hoje, bares, restaurantes, igrejas, praias, tudo está aberto. Pode show pra 5 mil pessoas, futebol com metade da lotação. Num canto desses, se tocar frevo não é 'Carnaval'? Pode juntar 2 mil pessoas num lugar fechado, mas não pode 200 em lugar aberto?", prosseguiu o vereador.
Mesmo sem pandemia, o Carnaval é sanitariamente desafiador. Todos ano, o pós folia é marcado por viroses, doenças respiratórias e outras mazelas. Em 2022 a responsabilidade do poder público é maior. Mas os governos não podem ignorar a realidade nem alimentar o racismo estrutural
— Ivan Moraes (@ivanmoraesfilho) November 23, 2021
Entenda o protocolo atual
De acordo com o Plano de Convivência com o Coronavírus no Estado, em agosto todas as atividades sociais e econômicas foram autorizadas a funcionar até a meia-noite em Pernambuco. Além disso, os estabelecimentos já podem ser ocupados com até 70% da capacidade total. Nesta regra, são contemplados igrejas, salões de beleza e espaços de formaturas e outros eventos.
Outra mudança é a redução para um metro da distância necessária em locais como escolas, igrejas, escritórios, academias de ginástica, salões de beleza e demais locais. O uso da máscara segue sendo obrigatório. É permitida a apresentação musical com até cinco integrantes, com quaisquer instrumentos musicais, incluindo o cantor ou DJ, mas sem dança e sem a permanência das pessoas em pé. Além disso, mesas com até dez pessoas.
Em outubro, o governo de Pernambuco anunciou a ampliação de público nos estádios de futebol para até 15% da capacidade do local. Também aumentou para até 2h o horário de funcionamento de eventos culturais, sociais e corporativos, bares e restaurantes, clubes sociais, cinemas, teatros, circos, colações de grau, aulas da saudade e cultos ecumênicos. Dos estádios, os que mais comportam pessoas, apesar da capacidade reduzida, são Arruda (9 mil torcedores, capacidade total de 60 mil) e Ilha do Retiro (5,2 mil torcedores, capacidade total de 35 mil), ambos no Recife.