Lula: 'não imaginava que pudéssemos retroceder tanto'

Em entrevista onde fez projeções da política brasileira, ex-presidente lamentou crise econômica e políticas do governo Bolsonaro

por Vitória Silva qua, 19/01/2022 - 13:22
Júlio Gomes/LeiaJáImagens O ex-presidente Lula, do PT Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o seu governo, que foi composto por dois mandatos (2003-2006 e 2007-2011), teve como diferencial a participação popular. “Meu grande feito não foi uma obra, foi o povo ter descoberto que ele fazia parte do governo”, disse o petista durante uma coletiva de imprensa para sites da mídia independente nesta quarta-feira (19). A entrevista foi transmitida ao vivo pelos perfis do petista e dos sites envolvidos.  

O mais forte opositor do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, de acordo com as pesquisas, lamentou as políticas públicas do atual mandatário e fez comparações entre as duas gestões, ressaltando que o governo Bolsonaro não é popular. 

“[Meu grande feito] foi a inclusão do povo nas decisões. E, agora, nós precisamos transformar o povo em sujeito da história. [...] O Brasil precisa se dar conta que é plenamente possível melhorar a vida do povo brasileiro. É possível estudar, trabalhar, fazer três refeições por dia. É possível acreditar que podemos comer o churrasquinho e quem não come carne, que possa comer o que desejar”, continuou. 

Sem citar diretamente Jair Bolsonaro, continuou: “Eu não imaginava que iríamos ter um retrocesso como estamos tendo agora. Eu não imaginava que um país que foi capaz de realizar as Diretas Já, um país que alcançou a sexta maior economia do mundo. Eu não imaginava que pudéssemos retroceder tanto”. 

Vacinação infantil

Outro arco abordado por Lula foi a vacinação pediátrica contra a Covid-19, para qual o Governo Federal abriu, em dezembro, uma consulta pública, pedindo que a população se manifestasse a respeito, apesar do assunto ser de cunho científico. O presidenciável também criticou o discurso negacionista diante da vacinação no geral. 

“Falar que vai fazer uma consulta sobre vacinação em criança é uma das coisas mais absurdas neste país. Ainda mais em um país que já foi respeitado no mundo pela cultura de vacinação, abolindo várias doenças que agora começam a voltar”, declarou o ex-presidente. 

Em 2018, o Brasil voltou a registrar casos de sarampo e a apresentar uma baixa considerável nas taxas de imunização contra a poliomielite. Ambas as doenças estavam consideradas superadas pelas autoridades desde os anos 2000 e 1989, respectivamente. O sarampo, sem casos no Brasil em 2017, no ano seguinte passou de 1.553 registros de acordo com o Ministério da Saúde.  

É possível conferir os destaques da entrevista através do perfil do ex-presidente no Twitter ou assistindo à live no canal do TV PT, no YouTube. 

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