Conservador, Orbán cita convergência com Bolsonaro

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, encontrou com Jair Bolsonaro nesta quinta-feira

qui, 17/02/2022 - 12:53
Attila KISBENEDEK / AFP Presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán Attila KISBENEDEK / AFP

Após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro em Budapeste, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, fez um discurso de tom xenofóbico e citou convergências de valores com o chefe do Executivo brasileiro. "Gostaríamos muito de preservar nossas raízes e a imigração na verdade não colabora muito para essa questão, de manter essas raízes estabelecidas", disse o premiê em declaração à imprensa nesta quinta-feira.

Considerado um líder autoritário de extrema-direita, Orbán chegou ao poder em 2010 e, desde então, promove uma escalada autoritária no país, com enfrentamentos ao sistema judiciário e perseguições à oposição e a minorias, como a comunidade LGBTQIAP+ e imigrantes.

Ele lembrou sua presença na posse de Bolsonaro em 2019 e disse esperar repetir a visita em um eventual segundo mandato do presidente brasileiro, que deve concorrer à reeleição em outubro. "Espero poder visitá-lo novamente em breve para este mesmo tipo de ocasião", declarou o premiê, que também será candidato nas eleições húngaras. "Espero que seja uma celebração dupla e que ambos possamos comemorar conjuntamente".

Orbán disse que tem interesse em ter uma parceria "unificada" e "bastante próxima" com o Brasil. "Temos muitas convergências, muitas opiniões convergentes", destacou o primeiro-ministro, ao lado de Bolsonaro, citando o cristianismo dos dois.

O líder húngaro repetiu o discurso conservador de Bolsonaro e falou em "ataques às famílias". "Faremos o possível que pudermos para manter esta instituição família de modo sólido e bem protegido", seguiu o premiê. "Bolsonaro concorda conosco nessas questões, que dizem respeito à melhoria da qualidade de vida do nosso cidadão".

Reconhecido por cientistas políticos como um dos principais líderes da corrosão democrática nos últimos anos, Orbán defendeu que a Hungria é um país democrático e acenou para a possibilidade de novos investimentos no Brasil. "Poderíamos dizer que estamos apenas no início destas transições que irão ocorrer, e queremos, sim, veementemente, estabelecer comunicação mais sólida entre a Hungria e o Brasil".

De acordo com o primeiro-ministro da Hungria, a reunião com Bolsonaro foi bastante produtiva e com estabelecimento de "conexões". "A vida diplomática acaba gerando esse novo estágio, com todos os esforços diplomáticos que têm sido depositados na colaboração estabelecida entre os dois países", declarou, defendendo em seguida o fortalecimento de alianças com países estratégicos.

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