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A Polícia Federal, no Aeroporto Internacional de São Paulo, prendeu na manhã desta terça-feira (28) um passageiro que pretendia embarcar para o Amazonas. A prisão ocorreu em razão de ofensa proferida contra uma passageira de origem estrangeira.

Policiais federais foram acionados pela companhia aérea que embarcava passageiros em voo de Guarulhos/SP para Manaus/AM, em razão da denúncia de que um homem havia empurrado e agredido verbalmente uma mulher, no momento em que ela se acomodava em seu assento.

A situação foi presenciada por diversos passageiros, dois dos quais se propuseram a depor como testemunhas. O voo foi cancelado, e os envolvidos e testemunhas conduzidos à delegacia da PF para prestarem depoimento.

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Após todos serem ouvidos, foi instaurado inquérito policial contra o acusado, com base na Lei do Racismo, em razão da ofensa proferida contra a mulher, nacional da China, na qual teria proferido as palavras: “chinesa dos infernos”, após tê-la empurrado.

Da assessoria

No mês que marca a Consciência Negra, o RioMar Recife e o Instituto JCPM de Compromisso Social promovem a 2ª Expo Preta RioMar, mostra autoral que evidencia, celebra e difunde a cultura negra e o afroempreendedorismo. O evento ocorre entre os próximos dias 17 e 19 de novembro, reunindo produtos, serviços, artes visuais, música e painéis de conteúdo, para incentivar a sociedade a refletir sobre representatividade e igualdade racial.

Reconhecida e premiada já no seu primeiro ano, a Expo Preta RioMar chega à segunda edição ainda mais potente. Todas as demais atividades oferecidas de sexta a domingo no Piso L3 do RioMar Recife são gratuitas.

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A programação diversificada traz como novidades da edição de 2023 um desfile de moda comandado pelo estilista senegalês Lassana Mangassouba e o Espaço Literatura Preta, ocupado por escritoras, educadoras, contadoras de histórias e empreendedoras sociais recifenses, como Jaqueline Fraga, autora de "Negra Sou", finalista do prêmio Jabuti.

Haverá, ainda, uma área dedicada às crianças e adolescentes, com jogos online da startup pernambucana Mangrove Game Studio. ​

Outro destaque é o painel mediado pelo jornalista Pedro Lins com Tia Má, atriz, comunicadora, escritora, ativista e comediante que faz crítica com humor sobre questões como racismo, xenofobia, gordofobia, relacionamento, sexualidade e autoestima no seu stand up "Tia Má Com a Língua Solta" e em programas de televisão.

"A Expo Preta RioMar é um movimento que reflete o compromisso do Grupo JCPM com a inclusão econômica e a valorização da cultura negra em todas as suas nuances", destaca a diretora de Desenvolvimento Social e Relações Institucionais do Grupo JCPM, Lucia Pontes. 

A gerente de Marketing do RioMar Recife, Denielly Halinski, também ressalta a relevância da mostra. “Estamos felizes em promover a 2ª edição da Expo Preta RioMar em parceria com o IJCPM. Trata-se de um projeto autoral que reúne negócios, cultura e conteúdo em um só evento. De forma democrática e inclusiva, a mostra valoriza as iniciativas de afroempreendedorismo originadas no Pina e Brasília Teimosa, contemplando este ano também outros territórios do Recife. O evento está consolidada e já integra o calendário anual do RioMar Recife”, pontua.

A partir de painéis de conteúdo, oficinas, mostra de artes visuais e apresentações culturais de classificação livre, a programação da 2ª Expo Preta RioMar abraça todas as pessoas. "Trata-se de uma iniciativa de enorme valor agregado para promover a reflexão sobre os desafios enfrentados na construção de uma sociedade sustentável. Tudo isso construído de forma coletiva, inclusiva e plural", ressalta a gerente de Sustentabilidade do Grupo JCPM, Thayara Paschoal. 

O envolvimento das pessoas afroempreendedoras em todas as etapas do projeto é um dos princípios norteadores da Expo Preta RioMar desde a sua concepção. Conteúdos, atrações artísticas, expografia e programação em geral são formatados através da escuta e do reconhecimento da riqueza da cultura negra em todas as suas nuances.

"O evento ecoa a voz e as experiências das comunidades, de onde surgiu o anseio de pautar o tema do enfrentamento à desigualdade racial, para marcar o Mês da Consciência Negra. O engajamento do público geral nessa discussão  produz um efeito multiplicador, essencial ao fomento de uma cultura inclusiva", salienta a gestora de Diversidade e Inclusão do Grupo JCPM, Juliana Martorelli.  

*Da assessoria 

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta terça-feira, 7, que os brasileiros deveriam ter direito de "invadir Portugal". Dino fez o comentário referindo-se a um vídeo que circula nas redes sociais onde uma mulher portuguesa afirma que os brasileiros estão "invadindo" o país europeu.

Em tom de ironia, Dino afirmou que os brasileiros teriam direito a "reciprocidade" já que os portugueses invadiram o Brasil a partir de 1500. O ministro afirmou ainda que até concordaria com a repatriação de brasileiros por Portugal se o país europeu devolvesse o ouro que levou de Minas Gerais.

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"Ela diz assim no vídeo, 'vocês estão invadindo Portugal'. Bom, se for isso, nós temos direito a reciprocidade porque em 1500 eles invadiram o Brasil e nós estamos tudo de acordo. Concordo até que eles repatriem todos os imigrantes que lá estão, devolvendo junto o ouro de Ouro Preto e aí fica tudo certo, a gente fica quite", afirmou o ministro.

A fala de Dino foi feito durante o lançamento dos cursos do Bolsa-Formação, projeto do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2). O ministro ministrou uma aula magna no Palácio da Justiça, em Brasília, na manhã desta terça.

Brasileira foi vítima de xenofobia em aeroporto português

Uma brasileira de 35 anos foi vítima de xenofobia no aeroporto da cidade de Porto, em Portugal, nesta segunda-feira, 6. Imagens gravadas pela própria vítima, que não quis revelar sua identidade ao jornal português Gazeta Bragantina, mostram uma mulher, que se identifica como portuguesa, chamando a brasileira de "porca" e mandando-a "voltar para a sua terra".

As ofensas xenofóbicas começaram quando a mala de uma amiga da portuguesa caiu no pé da brasileira enquanto elas desciam escadas rolantes. Ela disse "ai, doeu" e a portuguesa respondeu: "Doeu? É problema seu" começando, então, a ofendê-la, dizendo que ela "não era bem vinda em Portugal" e "volte para seu país, sua porca". Em meio ao ataque, a mulher também disse que os brasileiros estão "invadindo Portugal".

Para assistir ao vídeo com a fala de Flávio Dino, basta clicar aqui.

Uma brasileira de 35 anos foi vítima de xenofobia no aeroporto da cidade de Porto, em Portugal, na segunda-feira (6). Imagens gravadas pela própria vítima, que não quis revelar sua identidade ao jornal português Gazeta Bragantina, mostram uma mulher, que se identifica como portuguesa, chamando a brasileira de "porca" e mandando-a "voltar para a sua terra".

As cenas ocorreram quando a brasileira, que tem família em Bragança Paulista, no Estado de São Paulo, estava voltando para Barcelona, onde atualmente mora e trabalha. Ela, que tem cidadania italiana, vive na Europa há sete anos e relatou ao jornal português que não havia passado por nada parecido.

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As ofensas xenofóbicas começaram quando a mala de uma amiga da portuguesa caiu no pé da brasileira enquanto elas desciam escadas rolantes. Ela disse "ai, doeu" e a portuguesa respondeu: "Doeu? É problema seu" começando, então, a ofendê-la, dizendo que ela "não era bem-vinda em Portugal" e "volte para seu país, sua porca". Em meio ao ataque, a mulher também disse que os brasileiros estão "invadindo Portugal".

A vítima acionou um segurança e gravou as ofensas. Em frente às câmeras, a portuguesa grita: "você pode filmar o que você quiser. Você pode por na internet. Olha aqui a minha carinha. Sua porca. Vai para a sua terra, sua porca. Sou portuguesa de raça. Você, que é brasileira, vai para a sua terra".

"Viajo pela Europa há anos e nunca passei por nada parecido. Precisei voltar à Barcelona por conta do trabalho, mas pretendo tomar providências para que isso não volte a acontecer, não apenas comigo, mas com todos os brasileiros que vivem e trabalham aqui", relatou a vítima ao Gazeta Bragantina.

Entenda o que é xenofobia

A xenofobia é caracterizada pelo ódio, rejeição, preconceito ou hostilidade em relação a aquele que nasceu de um lugar diferente do seu, como outro país ou região. A ONU descreve o termo como: "atitudes, preconceitos e comportamentos que rejeitam, excluem e frequentemente difamam pessoas, com base na percepção de que eles são estranhos ou estrangeiros à comunidade, sociedade ou identidade nacional".

De 2021 a 2022, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial de Portugal apontou um aumento de 505% nas denúncias de xenofobia contra brasileiros. O fenômeno se dá num momento em que a quantidade de imigrantes vindos do Brasil cresce em Portugal. Em 2022, o número de estrangeiros subiu no país pelo sétimo ano consecutivo, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

Há exatamente duas semanas, em 7 de outubro, o grupo Hamas fez ataques aéreos e terrestres a Israel, invadindo casas e levando reféns. Israel respondeu de imediato, com dezenas de aviões de combate bombardeando vários pontos da Faixa de Gaza. Com a escalada da violência, áreas residenciais e escolas foram bombardeados.  

Até o Hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, sofreu um ataque que matou 470 pessoas. O grupo Hamas acusa Israel de ter liderado o ataque aéreo que atingiu o hospital. Militares israelenses, no entanto, negam a responsabilidade pela ação e alegam que a unidade foi atingida por um lançamento fracassado de um foguete pela Jihad Islâmica.  

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Representantes das comunidades israelense e palestina no Brasil revelaram à Agência Brasil suas percepções sobre o conflito e o que sabem sobre a situação de parentes e conhecidos que estão na região. 

Antissemitismo

O presidente executivo da Federação Israelita do estado de São Paulo, Ricardo Berkiensztat, conta que a comunidade tem mantido contato com quem está em território israelense e que lá estão muito abalados, preocupados e tristes. Daqui, a federação tem ofertado ajuda psicológica a eles. 

“Estamos vivendo um luto e uma tristeza muito grande com o acontecido no último dia 7 de outubro em Israel. Todos nós temos família e amigos no país e ainda estamos tentando entender o que aconteceu naquele sábado”, disse.

Segundo Berkiensztat, a comunidade acredita que Israel tem o direito e o dever de se defender e que, para que a paz volte à região, é preciso desmantelar o Hamas. 

Em relação à rotina da comunidade aqui no Brasil após a deflagração da guerra, ele aponta que sentiram aumento do antissemitismo. “E, para tanto, estamos atentos à segurança da comunidade em contato direto com os órgãos públicos para evitar quaisquer tipos de ameaça”, relatou. 

“As mídias sociais são o termômetro desta radicalização dos discursos de ódio que nos preocupam sobremaneira. Cancelamos todos os eventos festivos na comunidade judaica e temos investido na capacitação das pessoas sobre a história deste conflito e também em atendimento psicológico aos familiares que têm gente vivendo em Israel”, acrescentou Berkiensztat. 

Xenofobia

Coordenadora da Frente em Defesa do Povo Palestino, a jornalista palestino-brasileira Soraya Misleh avalia que há uma crescente xenofobia e racismo contra palestinos no Brasil, neste momento, “em função da propaganda agressiva de guerra protagonizada pelos meios de comunicação de massa”. Ela ressalta que o ataque aos palestinos dura mais de 75 anos.

“Se não se compreender isso, vai se cair na propaganda de que é uma guerra entre Hamas e Israel, pontual e circunstancial. Não é isso”, acrescentou. 

“Intelectuais e políticos que se manifestam em solidariedade ao povo palestino e contra o genocídio em curso têm sido expostos e também perseguidos. Sabemos de ameaças, demissões e discurso de ódio contra a comunidade árabe e o povo palestino que é o oprimido na contínua Nakba [palavra árabe que significa catástrofe e designa a expulsão de palestinos de áreas que se tornariam Israel, em 1948]. Muitas fake news e muita criminosa irresponsabilidade em sua difusão precisam parar imediatamente”, denunciou. 

Sobre a população que está nos territórios atacados, ela relata que estão em uma situação muito perigosa e que todos estão em risco de limpeza étnica na Cisjordânia e sob bombardeios em Gaza. “Um brasileiro-palestino que conhecemos, Hasan Rabee, está em Gaza com sua família à espera de ser repatriado. Seu primo, a esposa dele, filhos e netos do casal foram mortos num bombardeio ao prédio em que moravam”, contou. 

Em relação à dificuldade de evacuação de palestinos, ela avalia que é importante um corredor humanitário para entrada de ajuda humanitária e o cessar-fogo imediato. “Porém é preciso ir além, é necessário o governo brasileiro reconhecer o apartheid israelense e romper imediatamente relações e acordos com o Estado de Israel”, acrescentou.

 

Nesta segunda-feira (7), a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade-PE), rebateu as declarações feitas pelo governador de Minas gerais, Romeu Zema (Novo-MG). O gestor, ao questionar o fundo criado para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste na reforma tributária, defendeu um maior protagonismo econômico e político dos estados do Sul e Sudeste do país.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo no último sábado (5), Zema citou a criação de um fundo que está previsto para ser votado no Senado ainda neste ano, ao argumentar se as outras regiões do Brasil também não tem pobreza.

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''Está sendo criando um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade…Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais'', afirmou.

Rebatendo as falas do governador mineiro, Marília Arraes classificou as declarações como ''xenófoba'', ''separatista'' e ''fascista''.

"Falas como a de Zema são um desserviço à tarefa de unir o país depois de quatro anos de violência institucional. Além disso, expressa a mais profunda ignorância, já que muitos municípios de mineiros enfrentam uma realidade socioeconômica similar a do Nordeste. O que os brasileiros querem, de norte a sul do Brasil, é paz, comida no prato e uma vida melhor", disse a atual vice-presidente nacional do Solidariedade em entrevista para a UOL.

Críticas a Eduardo Leite

Através de suas redes sociais, Marília Arraes ainda criticou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS). O gestor tucano apoiou a ideia proposta por Romeu Zema de uma frente em defesa dos interesses econômicos dos estados do Sul e do Sudeste.

A ex-deputada afirmou que ''Zema e Leite são exemplos de um facismo mal disfarçado, que trocou os coturnos pelo sapatênis, mas está sempre procurando desculpas pra destilar seus preconceitos''.

''A ditadura teve os seus filhotes, o bolsonarismo também. A democracia vai vencê-los de novo'', completou a pernambucana.

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A 2ª Promotoria de Justiça de Japeri, na Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, denunciou, nessa sexta-feira (28), a advogada Larissa Moreira Albino da Silva pelo crime de racismo. A denúncia foi oferecida após o Ministério Público estadual ter recebido prints de publicações em redes sociais, em que ficou comprovado que ela proferiu diversas manifestações de cunho racista contra nordestinos.

As publicações foram feitas no Twitter e Facebook na noite do dia 2 de outubro de 2022, após o primeiro turno da eleição presidencial. A advogada escreveu que “o Nordeste é aquela mulher que apanha, mas não larga o marido” e que “o Nordeste merece voltar a carregar água em balde mesmo”.

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Inquérito

O Ministério Público requisitou a instauração de inquérito policial e, durante a investigação, oficiou as redes sociais para a obtenção dos dados cadastrais das contas responsáveis pelas publicações, confirmando que, de fato, as contas pertencem à acusada.

Pelo exposto, Larissa Moreira Albino da Silva está incursa nas penas do art. 20, §2º, da Lei 7.716/89, do crime de racismo: “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A pena prevê reclusão de dois a cinco anos, além de multa. 

A Agência Brasil tentou, mas não conseguiu localizar a advogada até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto.

As insinuações e comparações feitas pelo português João Martins, auxiliar técnico do Palmeiras, após o empate por 2 a 2 com o Athletico-PR, no domingo, foram taxadas como xenofóbicas pela CBF, em nota divulgada nesta segunda-feira, e serão levadas ao STJD. O que mais incomodou a entidade foi o fato de Martins ter falado que o Campeonato Brasileiro só é considerado competitivo porque o "sistema" não deixa os melhores times se tornarem dominantes como ocorre na Europa. O auxiliar ainda criticou o comportamento de jogadores brasileiros, que, em sua opinião, faz o futebol nacional parecer um "teatro".

"A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamenta profundamente o que se viu ontem (02/07) por parte do auxiliar técnico do Palmeiras, João Martins, designado para a entrevista coletiva pós jogo. O ato lamentável foi muito além das reclamações semanais da arbitragem. O que ocorreu, de fato, foi um desfile de grosserias e uma tentativa infantil e até xenofóbica de reduzir a relevância do futebol brasileiro na Europa, mostrando inclusive desconhecimento do próprio campeonato que disputa, que já teve tricampeões, bicampeões, com vários times ganhando seguidamente", diz o início do texto.

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O comunicado também diz que a CBF enviará um vídeo contendo as declarações do profissional do Palmeiras ao STJD para que ele "revele qual seria o esquema ou o sistema no futebol brasileiro que não permite que o melhor vença". Quanto às críticas aos atletas brasileiros, a entidade rebateu Martins dizendo que o argumento não corresponde à realidade, apontando que o "Brasil é o país do mundo que mais tem jogadores atuando no exterior, inclusive na própria seleção portuguesa".

A revolta do auxiliar português se deu em razão da não expulsão do zagueiro athleticano Zé Ivaldo, que foi punido apenas com cartão amarelo por dar uma cotovelada em Endrick dentro da área, após revisão no VAR, em lance no qual foi marcado pênalti a favor do Palmeiras. Em seguida, o garoto palmeirense desperdiçou a cobrança.

"A atual gestão da arbitragem da CBF nunca, em nenhum momento, esteve tão transparente e se expôs tanto, dando satisfações públicas semanais, inclusive reconhecendo eventuais erros", defendeu-se a CBF. "Somos o único país do mundo a oferecer avanços tecnológicos nos estádios, com os telões mostrando os lances da partida em tempo real. Inclusive, o lance em questão, alvo de reclamação, foi acompanhado por todo o estádio, por jogadores e torcedores", concluiu.

A nota também destaca o investimento feito no "aprimoramento da arbitragem" e o treinamento oferecido aos árbitros, citando cursos e preparações que serão realizados nos próximos dias. "Equívocos de arbitragem, de jogadores, técnicos, acontecem em todos os lugares, inclusive e, principalmente, na Europa. São parte do processo, do mecanismo do futebol, que não é feito por máquinas. Portanto, nada justifica o que se viu ontem e que foi amplamente divulgado pela imprensa em todo o mundo", diz o final do texto.

O CASO

Substituto do suspenso Abel Ferreira no banco do Palmeiras contra o Athletico, João Martins deu uma coletiva de imprensa bastante exaltado e sugeriu que os árbitros estão cometendo erros propositais para prejudicar o time paulista na competição. "Nós entendemos que o futebol brasileiro passa uma imagem de que é o mais competitivo do mundo porque ganham vários (times diferentes). Mas ganham vários porque, muitas vezes, não deixam os melhores ganhar. Foi mais uma vez o que se passou hoje. Nós entendemos que é mal para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos", declarou.

Demonstrando irritação, o auxiliar fez diversos ataques ao futebol brasileiro em meio a críticas ao desempenho do árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima. ". Não vale a pena amanhã ter o presidente mostrando imagens e frames para justificar incompetências e erros grosseiros", disse. "Por isso que na Europa, não veem jogos no Brasil; Porque muitas vezes parece mais teatro que futebol. Depois, um pênalti muito bem marcado porque ele não viu, deve estar cansado, falta preparação física", concluiu.

Para o português, o futebol brasileiro tem "pouca credibilidade" em outros países. "Aqui há pouca credibilidade lá fora: não é por falta de qualidade dos jogadores, mas por falta de transparência. Podem continuar a nos expulsar, mas vamos lutar até a última gota de suor pelo bem do futebol e do Palmeiras." A entrevista coletiva acabou sendo interrompida pelo diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros.

Durante um evento que reuniu bolsonaristas em um auditório da Câmara, o senador Magno Malta (PL-ES) fez declarações xenofóbicas contra moradores do Nordeste, alegando que os eleitores da região desconhecem o que é comunismo e socialismo e foram "laçados" pelo programa de assistência social Bolsa Família. 

O parlamentar aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atribuiu o apoio ao programa Bolsa Família como um fator determinante para a predileção política dos nordestinos. 

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“O Nordeste não é comunista, o Nordeste não é socialista, esse povo não sabe nem o que é isso. O Nordeste é Padre Cícero Romão, é Frei Damião, o Nordeste é Assembleia de Deus, o Nordeste é Igreja Batista, o Nordeste é o padroeiro da vaquejada. O problema é que eles precisam entender que eles foram laçados pelo Bolsa Família”, disse o bolsonarista. 

Malta diz que conversou sobre o assunto com Bolsonaro durante a campanha de 2018. Naquele ano, o então candidato Fernando Haddad (PT) venceu Bolsonaro no Nordeste com 69,7% dos votos válidos. Os bons resultados do Partido dos Trabalhadores na região vem se repetindo há décadas nas eleições presidenciais.   

Em 2022, no segundo turno das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu Jair Bolsonaro (PL) nos nove estados nordestinos por uma diferença de 12,5 milhões de votos válidos. A região foi a única onde o líder petista saiu vitorioso e foi decisiva para a sua vitória.

Um pernambucano foi agredido e espancado, no último sábado (10), na cidade de Braga, Portugal, onde mora desde 2021. De acordo com o relato da vítima ao portal G1, o engenheiro Saulo Jucá, que possui cidadania portuguesa, as agressões aconteceram em uma cafeteria, logo após se despedir de uma videochamada com sua namorada. "Ele me agrediu, chutou minha cara e minhas costelas", disse.

No dia 10 de junho é celebrado o Dia de Portugal, feriado nacional. Jucá contou que tinha notado que o agressor aparentava estar embriagado.

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“Eu notei um movimento estranho do outro lado da rua. Tinha um homem visivelmente embriagado acompanhado da mãe, que não queria que ele bebesse. Era o Dia de Portugal, e eu nem sabia disso. Entrei no café porque não achei uma 'vibe' boa”, lembrou a vítima.

Saulo conversava com o dono do estabelecimento quando foi abordado pelo agressor, que perguntou sua nacionalidade. Ao ouvir que não era portugês, começou a agredir o pernambucano.

“Enquanto ele me batia, a mãe dele dizia ‘você vai ser preso de novo’. Isso aconteceu entre as 20h e as 21h. Depois disso, eu fui socorrido por uma ambulância, e a polícia chegou na sequência. Eu não cheguei a ver os policiais, porque o socorro veio primeiro”, disse em seu relato.

Uma equipe de saúde acionada o levou ao hospital, onde esteve internado até domingo (11). Nesta segunda-feira (12), ele foi à delegacia prestar queixa e realizar exame de corpo de delito. Saulo ainda comentou que vai acionar um advogado para levar o caso à justiça, pois o fato foi filmado.

Xenofobia

Segundo Saulo, a motivação da agressão foi ele ter dito que não era português, podendo configurar o caso como xenofobia, o preconceito contra uma pessoa de outra nacionalidade. Ele contou ainda que a má prática é bastante comum no país lusitano.

“A xenofobia aqui é uma coisa que, para eles, é normal, mas para a gente não é. Eu já tinha presenciado comentários preconceituosos e racistas, mas nunca tinha sofrido xenofobia diretamente”, disse.

O Sport vai comunicar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva e a Confederação Brasileira para que tomem providências em relação aos ataques xenófobos que o clube sofreu na partida contra o Criciúma. O jogo aconteceu no estádio Heriberto Hülse, em Santa Catarina, nesta quarta-feira (24). 

De acordo com a nota, o clube rubro-negro está munido de imagens que provam as acusações feitas pelo diretor Augusto Carreras. Os ataques, ainda segundo o comunicado, teriam acontecido no fim do primeiro tempo, na área próxima ao banco de reservas dos visitantes.

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O LeiaJá teve acesso exclusivo a um trecho de um vídeo de pouco mais de 3 segundos em que um homem com a camisa do Criciúma grita a frase “O Brasil é sul”. Confira:

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Diretoria do Sport relata xenofobia da torcida do Criciúma durante o jogo da 8ª rodada do Brasileirão da Série B, na noite da última quarta-feira (24), em Santa Catarina. Segundo a delegação do time pernambucano, os insultos xenofóbicos foram ditos por torcedores da equipe adversária que estavam atrás do banco de reservas.

De acordo com vice-presidente de competições do Sport, Augusto Carreras, a atitude da torcida do Criciúma foi registrada e a equipe rubro-negra fará uma denúcia junto à CBF. "O Sport tem imagens claras disso. O Sport vai comunicar isso a CBF e vai deixar que a CBF tome as providências que são necessárias tomar para coibir esse tipo de comportamento". 

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Além disso, Carreras lametou o ocorrido e ressaltou que essa postura não é típica do Criciúma. "A gente fica triste. Nos tempos como hoje, a gente vê uma situação de xenofobia. A gente cobra posturas no exterior, de coisas que acontecem lá fora e aqui a gente não dá o exemplo. Eu sei que isso não é uma posição, isso não é uma ideia do povo de Criciúma. É uma povo que sempre nos recebe muito bem aqui. É um povo sempre é carinhoso, atencioso, respeitoso, mas, a gente não pode deixar de registrar que ainda há torcedores que se comportam dessa forma", disse.

Ao falar sobre os insultos, o vice-presidente de competições do Sport afirmou que os episódios de xenofobia ocorreram no final da partida e foram relatados ao delegado do jogo.  "A gente espera que ele [delegado] relate isso nos documentos que são elaborados na sua conmpetência para que a gente possa encaminhar a documentação. Mas, independente dele relatar ou não, nós vamos encaminhar para a CBF", salientou Augusto Carreras.

Primeira derrota no Brasileirão da Série B

Quebrando a sequência de vitórias no Brasileirão da Série B, o Sport não consegiu barrar o Criciúma, no estádio Heriberto Hülse, em Santa Catarina. Mesmo com uma boa atuação, o Leão perdeu pela primeira vez na competição por 1X0. O único gol da partida foi de Rômulo logo no primeiro tempo. 

Com show em Porto Alegre nesse sábado (4), Gilberto Gil recebeu o governador do Rio Grande do Sul em seu camarim. Eduardo Leite se desculpou pelo ataques xenofóbicos proferidos pelo vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, após o resgate de mais de 200 baianos em condições análogas á escravidão em vinícolas da Serra.

O encontro com o cantor foi registrado e publicado nas redes sociais de Leite. "O Rio Grande do Sul teve um episódio triste na semana passada, um vereador que falou dos baianos. A gente lamenta muito isso, e como você é um representante muito mais da Bahia, do Brasil todo, mas a baianidade que você tem, vim aqui para em seu nome poder pedir desculpas por esse absurdo que ele falou. Não representa o povo gaúcho", declarou o governador.

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Os dois ainda se abraçaram como símbolo da união entre os dois estados. "Abraço o Rio Grande do Sul inteiro", disse Gil. "Abrace a Bahia por mim também", respondeu Leite. 

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O futebol brasileiro foi vítima de mais um ato de xenofobia contra os treinadores portugueses que atuam em solo verde amarelo. E, desta vez, por um auditor do TJD do Paraná. Em julgamento de António Oliveira por causa de briga generalizada entre jogadores do Coritiba e do Athletico-PR, Rubens Dobranski disse que "os técnicos portugueses querem marcar território no Brasil". Ele ainda fez citação difamatória Abel Ferreira, do Palmeiras. Os clubes envolvidos divulgaram notas de repúdio à fala.

Sob a presença de António Oliveira, Rubens Dobranski foi bastante infeliz ao dizer que "os técnicos portugueses que estão atuando no Brasil, parecem que estão querendo marcar território. É o caso do técnico do Palmeiras, que chuta balde d'água, chuta microfone, é sempre advertido com cartão amarelo. E se não me engano, quando o senhor chegou aqui no Coritiba, não sei dizer se foi na quarta ou na quinta rodada, já cumpriu suspensão por três cartões amarelos, confere isso?", questionou.

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O treinador do Coritiba, após sorriso irônico e de reprovação, rebateu a fala Dobranski em um leve bate-boca. "Eu na vida não olho cultura, raças ou nacionalidades", disse o técnico, ao ser interrompido. "Nós também não, só estou vendo que estão tendo vários casos", tentou se defender o auditor. "Mas o doutor acabou de dizer que os portugueses estão querendo marcar resultados", seguiu Oliveira. "Pois é, porque está sendo comum isso acontecer", afirmou Dobranski, antes de receber uma aula do técnico.

"Mas isso é uma opinião do doutor, não é minha, respeito muito, mas não é minha. Cada um, cada qual não pode olhar nacionalidades, religiões, cores... Para mim as pessoas, cada uma tem sua índole, sua formação. Tenho a minha, a minha forma de viver o jogo, estou aqui no Brasil desde janeiro de 2020 e já passei por quatro clubes. Tenho orgulho enorme de ter representado os dois melhores clubes dessa cidade", disse. "Se continuam a me contratar é porque veem competência e o profissionalismo que quero continuar a dar. Não vou deixar de viver as partidas de forma disciplinada e com respeito a quem está à frente. Agora, quem está do outro lado também tem de se adaptar. O VAR, pelo que respiro, pelo que penso, já levo amarelo. As pessoas têm de olhar da mesma forma que eu preparo o adversário, conheço os jogadores, conheço o árbitro, e ele também tem de conhecer o treinador."

Ao ver o nome de Abel Ferreira envolvido em mais um polêmica xenofóbica, o Palmeiras reagiu de maneira forte e cobrança punição ao auditor e sua fala intolerante e desrespeitosa.

"O Palmeiras lamenta ter de vir novamente a público para repudiar mais um ataque de caráter xenófobo contra o técnico Abel Ferreira e os demais treinadores portugueses que trabalham no Brasil. Não podemos aceitar manifestações preconceituosas como a promovida na noite de ontem (quarta-feira) pelo presidente da 3ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná, Rubens Dobranski", protestou o clube paulista. "De uma pessoa incumbida de zelar pela ética e avaliar condutas de esportistas, espera-se equilíbrio e isenção, em vez de intolerância."

Em nota conjunta, Coritiba e Athletico-PR também mostraram todo seu descontentamento com Dobranski. "Diante dos fatos ocorridos na noite de ontem, quarta-feira (01), durante o julgamento dos atletas do Coritiba Foot Ball Club e Athletico Paranaense perante o TJD/PR, os clubes, em conjunto, vêm a público manifestar que repudiam veementemente as falas xenofóbicas proferidas pelo auditor Rubens Dobranski ao técnico do Coritiba, António José Cardoso de Oliveira", afirmaram.

"Os clubes salientam que este ato preconceituoso direcionado ao profissional é inadmissível em qualquer situação ou contra qualquer pessoa. O Coritiba e o Athletico reiteram que atitudes racistas ou de qualquer outra natureza discriminatória são absolutamente inaceitáveis. Os clubes têm profundo respeito por todos os estrangeiros que atuam no futebol brasileiro, que foi construído por pessoas e profissionais das mais diversas etnias e nacionalidades, engrandecendo e trazendo diversidade ao esporte."

O ex-vice-prefeito de Caxias do Sul (RS) Ricardo Fabris de Abreu protocolou um pedido de cassação do vereador Sandro Fantinel (Patriota), na manhã desta quarta-feira (1º). O pedido foi feito após o vereador bolsonarista ter feito falas preconceituosas e defendido o trabalho análogo à escravidão durante sessão da Câmara na terça-feira (28). 

Na ocasião, ele pediu que produtores e empresários “não contratem mais aquela gente lá de cima”, com relação aos baianos. “A única cultura que eles têm lá é tocar tambor na praia”.

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Fabris citou, no pedido, que “Caxias do Sul e o Rio Grande do Sul são agora vergonha nacional acusados de serem locais racistas, extremistas e xenofóbicos. O vereador não merece ser um representante deste município”, disse, no pedido. Além disso, o ex-vice-prefeito também solicitou o imediato afastamento de Fantinel por até 90 dias, após o recebimento da denúncia por dois terços dos vereadores, seguindo o artigo 100 da Lei Orgânica do Município. 

As bancadas do PT, PDT e PSD também devem protocolar um novo pedido de cassação de Fantinel ainda nesta tarde. 

 

As defensorias públicas do Rio Grande do Sul e da Bahia publicaram nota de repúdio conjunta contra as declarações do vereador Sandro Fantinel, da cidade gaúcha de Caxias do Sul, e que foram feitas em plenário da Câmara Municipal nessa terça-feira (28). No texto, os órgãos consideram que o parlamentar envergonha a Casa legislativa "aos olhos do mundo".

O vereador Sandro Fantinel citava um caso recente, que considerou "exagerado e midiático", sobre os 207 trabalhadores resgatados em situação semelhante à de escravo em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. A maioria deles era procedente do estado da Bahia.  Em sua fala nessa terça-feira (28), o vereador gaúcho deu um "conselho" a produtores e empresários do setor: não contratar mais "aquela gente lá de cima".

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O vereador defendeu a contração de argentinos que, segundo Sandro Fantinel, seriam limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Fantinel ainda completou dizendo que a única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor e, que por isso, na fala do vereador, seria normal que fosse ter esse tipo de problema.

"Traindo o mandato que exerce em nome do povo em sua pluralidade, nesta terça, 28 de fevereiro, o referido vereador valeu-se do púlpito da Câmara da cidade gaúcha para injuriar e difamar justamente os cidadãos a quem deveria bem representar, os quais, em seu conjunto, constituem o povo brasileiro, que é um só, independente de sua origem ou cor. Mais: traiu a Constituição à qual está submetido ao vilipendiar os fundamentos da República, que incluem a promoção do bem de todos; a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a redução das desigualdades sociais e regionais", destaca a nota divulgada pelas defensorias dos dois estados.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, comentou as declarações no mesmo dia, em redes sociais. Jerônimo Rodrigues afirmou que o vereador do Rio Grande do Sul estava defendendo o trabalho escravo nas vinícolas do estado e ainda foi xenofóbico. Rodrigues também determinou a adoção de medidas cabíveis para que o vereador gaúcho seja responsabilizado pela sua fala.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, considerou o discurso do vereador gaúcho "xenófobo e nojento" e disse que a fala "não representa o povo do Rio Grande do Sul". Leite também disse que buscará diálogo com autoridades baianas para alinhar ações conjuntas contra o preconceito.

Procurado pela reportagem, o vereador de Caxias do Sul informou que a intenção dele era citar casos "forjados", feitos para ameaçar o produtor gaúcho e pedir indenizações. Sandro Fantinel ainda disse que apagou dos registros da Câmara sua fala sobre os baianos tocarem "tambor na praia" e, segundo ele, está tudo resolvido. 

Sobre contratar trabalhadores argentinos, Sandro Fantinel disse que a comparação não era com os trabalhadores baianos. E, em relação à situação dos trabalhadores em Bento Gonçalves, Fantinel disse ser totalmente “contra o ocorrido” e que aquela situação não deve ser feita "nem com animais".

 

 

Depois de proferir declarações xenofóbicas em discurso de defesa dos empresários envolvidos na escravização de trabalhadores no Rio Grande do Sul, o vereador bolsonarista Sandro Fantinel foi expulso do Patriota. O partido divulgou o ofício encaminhado ao filiado informando a decisão.

Em seu discurso, Fantinel atacou baianos, que, segundo ele, a "única cultura que tem é viver na praia tocando tambor". Ele ainda disse que os empresários da região deveriam deixar de contratar "aquela gente lá de cima", em referência aos nordestinos.

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Para a direção do partido, as declarações são grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, "já que se referem de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante".

"O Patriota Nacional vem comunicar Vossa Excelência, Exmo Sr Sandro Luiz Fantiel, vereador de Caxias do Sul/RS que fez uso desabonador da tribuna no exercício do mandato, quanto à sua expulsão das fileiras do partido na data de hoje", informa o ofício.

O vereador bolsonarista de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel (Patriota) proferiu falar xenofóbicas e defendeu o trabalho análogo à escravidão ao criticar o tratamento recebido pelos os funcionários que foram resgatados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves. De acordo com o parlamentar, que sugeriu que os agricultores dessem preferência a “trabalhadores argentinos”, as medidas contra a vinícola seriam um “exagero”. 

Em discurso no plenário da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, o parlamentar atacou os agricultores. “Temos que botar eles num hotel cinco estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho?”, questionou Sandro Fantinel na sessão desta terça-feira (28). “Eu só vou dar um conselho para vocês agricultores, produtores, empresas agrícolas: não contratem mais aquela gente lá de cima (da Bahia). Conversem comigo, vamos criar uma linha e contratar argentino, porque ninguém tem problema com eles e no final eles agradecem pelo trabalho feito. Agora, com os baianos, que a única cultura é viver na praia tocando tambor, é normal ter esse tipo de problema. Deixem de lado aquele povo que é acostumado com Carnaval e festa para vocês não se incomodarem novamente”, declarou o parlamentar. 

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Condenado por xenofobia, o piloto de avião Eduardo Correia Pfiffer fechou um acordo em que se compromete a pagar R$ 25 mil e a ler um livro sobre crimes de ódio. Em troca, a ação penal a que ele responde será encerrada.

O chamado acordo de não-persecução penal é um instrumento que oferece ao réu a oportunidade de confessar o crime e 'substituir' o processo por medidas alternativas. O mecanismo vale para crimes não violentos com pena menor que quatro anos.

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O piloto xingou nordestinos em uma publicação no Facebook, ao reclamar do atendimento em um restaurante em João Pessoa. A postagem foi feita em 2014. Ele chegou a ser proibido de sair do Brasil durante o processo.

Pfiffer foi acusado de 'praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional'.

O acordo foi homologado pela juíza Cristine Mendonça Lage, substituta na 16.ª Vara Federal da Paraíba, no final do ano passado.

O piloto vai pagar uma multa de R$ 20 mil, em quatro parcelas a partir de março, e vai dar mais R$ 5 mil para não prestar 243 horas de serviços comunitários.

Ele também se comprometeu a ler o livro Crimes de Ódio - diálogos entre a filosofia política e o direito, da juíza federal Claudia Maria Dadico, e a entregar uma resenha manuscrita de no mínimo 30 páginas sobre a obra. A juíza considerou que a leitura terá 'caráter educativo'.

O acordo prevê ainda a publicação de uma retratação nas redes sociais. O piloto terá que publicar a seguinte mensagem:

"Venho por meio desta, me desculpar e deixar aqui meu profundo arrependimento pelas palavras fortes e de muito mau gosto que foram usadas por mim contra as pessoas e a cidade de João Pessoa em meados de 2014. Gostaria mais uma vez de pedir desculpas pelo meu comportamento e deixar claro que não ha nunca houve nenhuma intenção de magoar ou ofender diretamente ninguém de forma tao pesada quanto foi dito. Foi um momento de raiva e imaturidade de minha parte, e com muita infelicidade no uso errado das minhas palavras. Mais uma vez, eu peco desculpas e gostaria de demonstrar todo respeito pelo povo nordestino e principalmente paraibano."

Se alguma cláusula for descumprida, o Ministério Público Federal (MPF) pode pedir a rescisão do acordo e oferecer denúncia contra o piloto.

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem entrou em contato com a defesa de Eduardo Correia Pfiffer e ainda aguardava uma resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

Anunciado no último dia 31 de janeiro pelo Comercial-PI, o treinador iraniano Koosha Delshad sofreu ataques de xenofobia por parte dos torcedores em sua partida de estreia no País e no Campeonato Piauiense. Na quinta-feira, o técnico pediu demissão de seu cargo no clube, com apenas um jogo disputado - a derrota para o River-PI, por 4 a 0.

Em nota, Delshad afirmou que, desde o primeiro minuto de jogo sofreu diversos ataques por parte da torcida, como ser chamado de terrorista. "Não acredito que um treinador que assuma um clube na zona de rebaixamento, que não pontua, não marca gols, com apenas dois dias de treinos faça milagre. Nem que ele mereça xingamentos preconceituosos e xenofóbicos, como gritos: 'Hey, treinador terrorista!' e etc", escreveu o iraniano. Segundo ele, os ataques a seu trabalho começaram antes mesmo da primeira partida, ainda nas redes sociais.

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Delshad concluiu a licença A do curso da CBF para treinadores. Chegou ao Comercial-PI por meio de uma parceria que o clube firmou com a JK Sports, grupo de investimento com sede em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Por meio desta parceria, os investidores arcariam com metade das despesas do time durante o Campeonato Piauiense. Antes mesmo do treinador chegar ao clube, o Comercial já ocupava a zona de rebaixamento da competição, com uma vitória em cinco jogos e três pontos somados.

"Mesmo tendo conhecimento da situação do clube, da falta de equipamentos necessários, assumi a parte técnica, mas não poderia imaginar que no dia do jogo três jogadores anunciariam que não entrariam no estádio! Foi quando percebi que eu não estava em clube profissional e sim em uma escolinha de futebol. Quero falar com torcedores que desde o aquecimento começaram a xingar, se vocês não gostam que eu esteja aí, ao menos gostem do clube", enfatizou.

"Eu estava lá para ajudar o futebol da cidade, um clube tradicional que está vivendo uma situação anormal, mas percebi que não existe uma determinação por esse objetivo. Minha intenção foi ajudar, mas pela falta de apoio e pelos crimes de xenofobia durante os 90 minutos no estádio, eu renuncio ao cargo da parte técnica do Clube Comercial de Piauí. Tomara que um dia isso acabe no país do futebol", finalizou Delshad.

Após o anúncio de seu pedido de demissão, o Comercial-PI lamentou os ataques sofridos pelo treinador e revelou o fim da parceria com a JK Sports, menos de dois meses desde que o acordo com o grupo havia sido firmado.

"O Comercial não compactua e repudia veementemente as atitudes de torcedores que tiveram um comportamento incomum em relação às ofensas direcionadas ao ex-treinador, Koosha Delshad, ocorridas na data de ontem após a derrota no jogo contra o River pelo Campeonato Piauiense, reiterando que, apesar do resultado negativo, nada justifica tais atitudes. Aproveitando a oportunidade pra informar que a parceria com a empresa JK Esportes (sic) foi encerrada", afirmou o clube em nota.

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