Apesar de proibição, Daniel Silveira volta a usar Telegram
Parlamentar escreveu mensagem de retorno aos seus 9 mil inscritos e chamou a volta de 'guerra contra a corrupção'
Apesar de estar judicialmente impedido de publicar no Telegram e em outras redes sociais, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) voltou a fazer postagens em seu canal no aplicativo de mensagens. O bolsonarista é alvo de uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que solicitou o bloqueio das contas do parlamentar. “Voltamos com tudo! Não é uma festa democrática, é uma guerra contra a corrupção", publicou Silveira na manhã desta sexta-feira (17), dando início a uma sequência de publicações.
Nas mensagens publicadas no canal, Silveira defendeu o presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma discussão envolvendo o mandatário e o ex-futebolista Walter Casagrande; e também fez publicações críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à esquerda do país.
Publicação de Daniel Silveira nesta sexta-feira (17). Foto: Reprodução/Telegram
Daniel Silveira foi preso em flagrante em 16 de fevereiro por atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal e propagar “a adoção de medidas antidemocráticas”, além de defender o AI-5 em vídeo nas redes sociais. O deputado é alvo de duas investigações: uma delas apura a convocação de atos autoritários que defendiam o fechamento do STF e do Congresso no ano passado, e a outra investiga a divulgação de ataques e notícias falsas contra os ministros da corte nas redes sociais.
Por determinação de Moraes, Silveira teve suas contas banidas no Twitter, Facebook e Instagram, mas seu canal no Telegram continua ativo, com mais de nove mil seguidores. O vídeo que levou à sua prisão, em que ele ataca ministros do STF e defende o AI-5, foi excluído do YouTube e de outras plataformas, mas também segue em circulação na rede. Anteriormente, o canal enviava avisos aos inscritos dizendo que o proprietário estava inativo.
Em abril, Bolsonaro concedeu o indulto presidencial a Silveira por sua condenação no STF. Desde então, ele vem descumprindo decisões da Justiça, como o uso da tornozeleira eletrônica e a participação em eventos públicos.
Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República apresentou manifestação ao Supremo recomendando que seja declarada extinta a pena contra o parlamentar em função do decreto de indulto.