Um a cada quatro congressistas do PL apoiou atos golpistas
Pelo menos 29 parlamentares da legenda repetiram desinformação ou teorias conspiratórias sobre o episódio protagonizados por bolsonaristas
Um quarto da bancada de parlamentares eleitos pelo Partido Liberal, que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), usou as redes sociais para dar apoio às invasões aos Três Poderes em Brasília, no Distrito Federal, em 8 de janeiro. Pelo menos 29 parlamentares da legenda repetiram desinformação ou teorias conspiratórias sobre o episódio protagonizado por bolsonaristas, como ocorreu com a narrativa dos infiltrados. A pesquisa foi feita pelo jornal O Globo.
A bancada do PL é a maior do Congresso, com 99 deputados federais e 14 senadores a partir deste ano. Ainda segundo a pesquisa, 41 deputados federais e senadores de nove partidos que estarão na próxima legislatura emitiram posicionamentos falsos ou enganosos sobre as cenas de depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Versões inverídicas
As principais versões alimentadas por esses parlamentares comparavam a detenção de golpistas a campos de concentração; acusavam o ministro da Justiça, Flávio Dino, de ter ignorado intencionalmente medidas de segurança; ou se referiam à presença de supostos “infiltrados de esquerda”.
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) alega que as filmagens apontaram pessoas infiltradas. Em Minas, quatro parlamentares usaram informações distorcidas ou enganosas para se referir aos atos. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) apresentou queixa-crime pedindo a prisão de Dino com argumentação similar.
Em São Paulo, o deputado eleito Danilo Balas compartilhou um vídeo no qual o senador Marcos do Val (Podemos-ES) alega que o governo federal “foi avisado, mas não tomou providências”. No Rio, o deputado estadual eleito Alan Lopes (PL) disse que há uma “armadilha preparada pelos comunistas para culpar inocentes”.