O que esperar de Zanin no Supremo Tribunal Federal?

Novo ministro toma posse nesta quinta-feira, em meio a críticas e apoios

por Rachel Andrade qua, 02/08/2023 - 18:37
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil Cristiano Zanin, novo ministro do STF Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Desde que foi indicado pelo presidente Lula (PT) para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Cristiano Zanin vem crescendo em aparições, principalmente ao ser mencionado por agentes políticos comentando suas futuras posições. Sua posse foi marcada para esta quinta-feira (3) e as expectativas já vêm sendo alinhadas dentro do STF, como comentou o cientista político e professor Rodolfo Marques, em conversa com o LeiaJá

Segundo Marques, o STF deve esperar independência do novo ministro, “que faça valer a constituição, que tome suas decisões, elabore seus votos a partir da legislação em vigor”.  “Óbvio que há toda uma questão de influência política na questão da indicação, num contexto em que ele está emergindo, assim como vários outros ministros emergiram e ingressaram na corte nos últimos anos nos diferentes governos”, observa o docente. 

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Diante de críticas 

A oposição, certamente, vê a indicação de Zanin como uma estratégia de Lula, por ele ter sido seu advogado de defesa, quando ele foi investigado pela extinta operação Lava Jato. Segundo o senador Alessandro Viera (PSDB-SE), a oportunidade do presidente foi utilizada como troca de favores. 

“Eu estou convencido que tentar mexer na Suprema Corte para colocar amigo, para colocar companheiro, para colocar partidário é um atraso, é um retrocesso que a República brasileira já conhece, já conhece muito bem e eu sou contra. Eu acho que a Suprema Corte tem que ser escolhida por competência por currículo e não por amizade. Essa fala é do senhor presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva na TV Bandeirantes”, declarou o parlamentar à rádio Senado. 

Rodolfo Marques, por sua vez, analisa que a situação não será acentuada para esse sentido, tendo em vista o rito que foi seguido, e até mesmo vendo a votação do Senado que foi favorável à sua ocupação no STF. 

“Foi seguido o rito. O chefe do executivo indicou, o senado fez a sabatina, aprovou, até teve uma votação com uma boa folga e ele vai tomar posse, vai ser um ministro, independentemente da coloração partidária do de quem o indicou”, finaliza.

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