Petistas já disseram que o Hamas não é grupo "terrorista"

Dez deputados federais assinaram o comunicado contra o rótulo de "organização terrorista" imposto pelo governo britânico

ter, 10/10/2023 - 09:47
Valter Campanato/Agência Brasil Alexandre Padilha, atual secretário de Relações Institucionais da Presidência, foi um dos signatários do documento Valter Campanato/Agência Brasil

Em 2021, dez deputados do PT assinaram uma nota contra a designação de "grupo terrorista" ao Hamas. O comunicado menciona que a "resistência não é terrorismo" e foi uma resposta à declaração do governo britânico feita na época.

O texto datado de 23 de novembro de 2021 menciona a luta por direitos e legitima a atuação do Movimento de Resistência Islâmico (Hamas) baseado no Direito Internacional e Humanitário, na Carta das Nações Unidas e por resolução da Organização das Nações Unidas (ONU).

Assinaram o documento os deputados:

Zeca Dirceu (PR), atual líder da bancada do PT na Câmara;

Paulo Pimenta (RS), atual chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo federal;

Alexandre Padilha (SP), atual secretário de Relações Institucionais da Presidência;

Érika Kokay (DF);

Professora Rosa Neide (MT);

Enio Verri (PR);

Helder Salomão (ES);

Nilto Tatto (SP);

Padre João (MG);

Paulão (AL).

Confira na íntegra:

“Resistência não é terrorismo!

Todo apoio ao povo palestino na luta por legítimos direitos. Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico – Hamas, a designação de “organização terrorista”, alegando falsamente que o Movimento palestino seria “fundamentalmente e radicalmente antissemita”. Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes. Seu objetivo é claro: atingir a legítima resistência palestina contra a ocupação e o apartheid israelense, numa clara posição tendenciosa em favor de Israel e tornando-se cúmplice das constantes agressões aos palestinos e aos seus direitos legítimos. O direito à resistência assegurados pelo Direito Internacional e Humanitário, pela Carta das Nações Unidas e por diversas Resoluções da ONU, entre elas as de nº 2.649/1970, 2.787/1971 e 3103/1974, reiterando o direito de todos os povos sob dominação colonial e opressão estrangeira de resistir ao ocupante usurpador e se defender. A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra. Direito que os palestinos não abrem mão e para o qual, contam com o nosso apoio e solidariedade à sua causa de libertação e pelo seu Estado nacional palestino."

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