Lula anuncia Lewandowski para o Ministério da Justiça
O ministro aposentado do Supremo vai substituir Flávio Dino, que em fevereiro assumirá uma cadeira no STF
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, no fim da manhã desta quinta-feira (11), o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski como novo ministro da Justiça e da Segurança Pública. Lewandowski aceitou o convite do presidente nesta quarta-feira (10). O ministro aposentado do Supremo vai substituir Flávio Dino, que em fevereiro assumirá uma cadeira na Corte.
Segundo o presidente, o decreto com a nomeação de Lewandowski para o governo será publicado no Diário Oficial apenas no dia 19 de janeiro e a posse dele para o comando da pasta vai acontecer no dia 1º de fevereiro.
Lula fez o anúncio ao lado de Flávio Dino e do ex-ministro do STF. Em seu discurso, ele enalteceu a trajetória dos dois e disse que o Brasil ganha com as mudanças.
“É um momento extraordinário. Tinha dúvidas se Lewandowski ia preferir dar um tempo para a vida pessoal dele. Tive a honra de ser o presidente que indicou o nome dele para o Senado e foi aprovado com vários elogios", afirmou o presidente, pontuando ainda que o país "ganha duas coisas importantes" com as nomeações de Lewandowski para a Justiça e Flavio Dino para a Alta Corte.
Nova postura
Lewandowski pretendia começar uma temporada de trabalho mais tranquila e aproveitar mais a família, após deixar o STF em abril do ano passado. No entanto, recebeu incentivo de amigos e familiares para aceitar o cargo.
Com a saída de Dino e a entrada de Lewandowski, o Ministério da Justiça poderá ganhar atuação mais discreta. Em conversas reservadas, aliados de Lula afirmam que o ex-presidente do STF não tem o mesmo perfil de enfrentamento de Dino, que protagonizou vários confrontos com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula aposta na "sensibilidade" e na "expertise" de Lewandowski para enfrentar problemas que o PT não tem conseguido resolver. A opção pelo egresso do STF leva à Esplanada uma figura com trânsito no Judiciário, mas não só. Como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Lewandowski marcou sua gestão com a capacidade de implementar mudanças que impactaram o sistema como um todo, como o mecanismo das audiências de custódia, a partir de 2015.
Cappelli
Com a chegada de Lewandowski, Ricardo Cappelli que é o número 2 da pasta e atual ministro interino da Justiça deve ser realocado no governo Lula. Apesar de Cappelli ter tido um protagonismo em diversos momentos de crise, não conseguiu ser efetivado no comando do ministério com a saída de Dino e rumores chegaram a indicar, nesta quinta-feira, que ele pediria demissão da gestão. O que foi negado por ele em publicação no X, antigo Twitter.
No post, Cappelli disse que está apenas saindo de férias e assim que retornar cuidará da transição ministerial. "Não pedi demissão. Vou sair de férias com a minha família e voltar para colaborar com a transição no Ministério da Justiça e Segurança Pública. União e Reconstrução", escreveu.
*Com a Agência Estado